Around the World in 80 Days 1x02
“Everything
is possible. Why not the moon?”
QUE EPISÓDIO
EMOTIVO E LINDO! Esse segundo episódio é completamente diferente do primeiro e,
talvez, do que eu esperava, e eu não poderia estar mais feliz por isso: “Around the World in 80 Days” continua
narrando a viagem de Phileas Fogg, Abigail e Passepartout ao redor do mundo, e chega apenas em seu terceiro dia de aventura,
mas se destaca ao conseguir trazer um novo país, um novo meio de transporte e
uma nova “história breve” que se conecta ao que mais importa quando estamos
assistindo a uma série: seus personagens.
Foi incrível ver o personagem de Phileas Fogg ganhando profundidade, embora
ainda envolto em mistério, e o seu crescimento nesse episódio é palpável e
emocionante – e sei que ele tem muito a crescer, aprender e ensinar nesses 77
dias restantes da sua viagem… de quebra, a fotografia da série continua
lindíssima.
Achei que
teríamos uma aventura mais longa no
balão de ar quente, mas o trio viajante deixa o balão para trás depressa quando
Fogg erra a alavanca para subir ou para descer e eles acabam caindo no meio de
um grande campo… não sem antes serem vistos pela janela de um trem por um
garotinho italiano, o Alberto, que fica fascinado.
É nesse trem que Fogg, Abigail e Passepartout entram como passageiros mais
tarde, e todo o cenário do trem é algo extremamente interessante, a meu ver – e
eu adorei a interação de Fogg com Alberto, porque o garoto já o admira, não
gratuitamente, por ter sido ele quem estava pilotando aquele magnífico balão de
ar quente que ele vira pela janela… os dois ainda têm um diálogo fascinante que
serve de referência a Júlio Verne e outra de suas obras famosas: “Da Terra à Lua”. Meu coração disparou!
O episódio é
bastante introspectivo – sem deixar de ter ação e tensão. O personagem de
Phileas Fogg é enigmático e carismático, algo que David Tennant consegue
expressar muito bem. Abigail está, há algum tempo, tentando arrancar dele uma
resposta sobre os motivos que o levaram a
iniciar essa viagem, mas ele parece sempre se esquivar dessa pergunta… a
pergunta vem à tona novamente durante uma refeição no trem, na qual um viúvo
italiano arrogante começa a debochar de Fogg, falando sobre como ele claramente
nunca saiu de Londres e como ele não é a
pessoa que vai conseguir “dar a volta ao mundo em 80 dias” – ele chega a
dizer a Abigail que Fogg é uma fraude e, infelizmente, Abigail começa a se
perguntar se ele tem razão… o pior de tudo, é claro, é que o próprio Fogg
começa a se perguntar se ele é o homem certo para essa tarefa.
O pequeno
Alberto, então, se mostra uma figura importantíssima para que o próprio Fogg
comece a acreditar nele mesmo quando ele mais duvida e quando pensa em voltar
para Londres. A relação dos dois é bem bacana, especialmente porque a relação
de Alberto com o pai é assustadora: ficamos revoltados quando o menino vem
animado mostrar para Fogg o modelo de foguete que ele construiu depois de ler “Da Terra à Lua”, de Júlio Verne, e
acaba derrubando uma bebida, o que faz com que o seu pai brigue com ele,
derrube o foguete e o quebre… o menino está arrasado e ainda tem que lidar com
as broncas e castigos do pai, e Fogg tenta intervir, porque ele se importa: o
episódio consegue começar a construir a personalidade complexa de Fogg,
mostrando o seu bom coração, mas, ao mesmo tempo, todas as suas limitações.
Que ele precisa superar para salvar a vida
de Alberto, no fim.
No meio da
viagem, o trem precisa parar abruptamente (logo depois de uma conversa linda de
Fogg e Alberto, em que Alberto pede que ele
lhe envie um cartão postal no Natal, para dizer que completou a aventura)
porque um terremoto derrubou a estrutura de uma ponte que eles precisam
atravessar e, inicialmente, Fogg se pergunta se esse “não é um sinal do
universo” de que eles precisam voltar para casa… talvez ele até interpretasse
dessa maneira, se a vida de Alberto não
estivesse correndo perigo. Com a perna machucada e sangrando muito, com
risco de infecção, Alberto precisa chegar a um hospital o mais rápido possível,
e eles só têm duas opções: ou eles voltam à cidade mais próxima que ficou para
trás, a 6 horas de distância, ou eles continuam em frente, na ponte
comprometida, e chegam à próxima cidade, que está a 2 horas de distância.
Parece impossível… mas, como Alberto diz:
nada é impossível.
E Fogg acha
que eles podem atravessar!
Foi
arrepiante ver aquela transformação
de Phileas Fogg quando ele começa a fazer cálculos que acredita que permitirão
que eles atravessem em segurança para levar Alberto à próxima cidade, e eu
adoro como ele parece um personagem tão
real nesse equilíbrio entre as suas limitações e a sua genialidade que pode
alcançar tanta coisa! A travessia daquela ponte que parece prestes a cair é um
momento tenso, repleto de suspense, mas surpreendentemente EMOCIONANTE. Tudo converge
para o crescimento de Fogg como personagem, e nós ficamos orgulhosos de vê-lo
conseguir, com direito a alguns planos mirabolantes nos quais ninguém mais
pensaria, e nos quais a maioria nem bota
fé, mas é a única opção que eles têm para salvar Alberto… e, ainda que
imaginássemos que a travessia seria bem-sucedida, ainda assim é um alívio
imenso quando o trem passa.
E foi lindo o Alberto dizendo que “acredita
que ele é o homem certo para a missão, sim”.
Toda a força
de que Fogg precisava, e não apenas externa – ele mesmo estava duvidando dele,
e agora talvez ele tenha forças para entender que ele é capaz de dar essa volta ao mundo em 80 dias! Também é um
episódio importante porque Passepartout tinha deixado claro que não acreditava
em Fogg, e Abigail começara a duvidar dele também, recentemente… naquela última
cena, o trio se une de verdade pela primeira vez, com confiança e respeito
mútuo importantíssimos para que eles concluam essa viagem! Quando Fogg duvida
de si mesmo, dizendo que poderia os ter matado naquela travessia, Abigail fala
sobre como isso não aconteceu e sobre como ele
salvou a vida daquele garoto… então, se eles quiserem continuar, eles têm
apenas 10 minutos para pegar um navio até o próximo destino deles: a Arábia que
os aguarde!!!
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