A Garota Americana (Meg Cabot)

 

Samantha Madison é uma menina ruiva e rebelde de 15 anos, cheia de problemas. Filha do meio, ela vive oprimida pela beleza da irmã mais velha Lucy e a inteligência de Rebecca, a caçula. Para piorar, ainda está apaixonada por Jack, namorado de Lucy. Em Washington, capital dos Estados Unidos, leva uma vida muito parecida com a de tantas outras garotas de sua idade. Até que um dia resolve matar aula de arte e, por acaso, salva o presidente americano de uma tentativa de assassinato. Samantha logo se transforma em uma celebridade internacional. E vê sua vida virar de cabeça para baixo ao ser nomeada embaixadora teen da ONU, sem saber exatamente o que o cargo significa. As coisas ficam ainda mais enroladas quando descobre que aquele colega de sala bem bonitão é o filho do presidente. E está apaixonado por ela.

 

Porque dizer para o cara que você gosta, que você gosta dele… isso sim é CORAGEM!

Meg Cabot está em mais um de seus fantásticos livros adolescentes, nos prendendo em uma leitura ágil que flui de maneira impressionante, com todo o bom humor e irreverência que marcam a narrativa da autora, além de suas referências ao mundo pop da época (no caso, 2002) que tornam a leitura ainda muito mais divertida. Ler Meg Cabot, como eu sempre digo, é uma diversão e tanto – eu adoro. São livros que eu pego e sento para ler em uma tarde ou duas, e solto altas gargalhadas com as loucuras que ela inventa, além de me apaixonar sempre por essas protagonistas fantásticas e esses meninos adoráveis, como o David. Tudo bem, tudo bem, a escrita de Meg Cabot não é realmente surpreendente, afinal nós sabíamos desde o começo, por exemplo, que a Sam ia ficar com o David e que ela estava apaixonada por ele, mas quem se importa? A diversão é o que vale e a leitura é verdadeiramente maravilhosa! Característica da autora, que sempre nos diverte demais em um texto super dinâmico!

Dessa vez, a Meg Cabot resolveu homenagear, de certa maneira, os verdadeiros heróis do ataque de 11 de Setembro, criando Samantha Madison, uma garota que acabou de salvar o presidente dos EUA. Sam é, como está ali em cima na sinopse, a garota do meio, rebelde e apaixonada pelo namorado da irmã, e ela é pega vendendo desenhos de celebridades na Escola, desenhos feitos durante as aulas de alemão que garantem sua nota baixa na disciplina, e então os pais a colocam na aula de desenho da Susan Boone – na qual ela inicialmente não se dá muito bem. Afinal, ela desenha o que sabe, não o que vê. E ela ainda tem dificuldade para entender esse conceito. Depois de se sentir humilhada por ter desenhado um abacaxi que nunca existiu, Samantha não volta para a segunda aula de arte da Susan Boone, e acaba na frente do ateliê, vendo o presidente entrar numa loja de doce e o Sr. Uptown Girl tirando uma arma para matá-lo… o que ela faz? O óbvio: pula em cima do cara e salva o presidente!

É claro que a vida de Samantha Madison jamais seria a mesma depois disso tudo, e as coisas são altamente divertidas. Uma das características dessa obra (e Meg Cabot sempre faz coisas diferentes em seus livros, como escrever um diário ou contar a história através de e-mails) é a construção de listas. A primeira lista do livro é “Dez principais razões por que eu não suporto a minha irmã Lucy” (que tem fatos hilários como os sutiãs velhos da irmã que ela tem que usar, para não ficar com os peitos “como daquelas mulheres tribais que aparecem no Discovery Channel”), mas essas listas passam por uma infinidade de coisas, como “Dez razões principais por que eu gostaria de ser a Gwen Stefani”, “Dez evidências indiscutíveis de por que evitar que uma bala penetre no crânio do presente dos Estados Unidos da América muda a sua vida”, “As dez coisas que não se deve fazer durante uma coletiva de imprensa”, “As dez principais razões por que é bem provável que eu morra jovem”, e assim por diante…

Ah, adoro todo o drama adolescente!

Vamos falar sobre o David – porque o David é uma fofura indescritível. Okay, a Meg o descreveu, com aqueles olhos verdes, aquele cabelo encaracolado e aquele sorriso apaixonante; mas ele é ainda muito mais do que isso. Sua educação, sua inteligência e sua fofura… e isso começa quando ele elogia as botas com as margaridas de corretivo; mas também tem a maneira como ele olha para ela, o sorriso sempre, o hambúrguer que ele dá pra ela na Casa Branca quando ela coloca todo o jantar em um guardanapo e joga na privada, ou o parapeito da janela… bem, mal dá para acreditar que a Sam consegue brigar com ele por causa do babaca do Jack, mas eu gosto de ver a personagem tomando conhecimento do quanto NÃO está apaixonada pelo namorado da irmã e que aquilo que a Rebecca está falando, o tal do frisson, é algo verdadeiro. Afinal seu coração sempre pula ao ver o David, ainda mais quando ele sorri. E ela tem uma urgência em não magoá-lo, em fazê-lo entender que ela gosta dele sim!

Poderia ser mais fofo?

Samantha Madison não é nada parecida com Mia Thermopolis – okay, suas loucuras e esquisitices, o exagero e tudo o mais… as duas são adolescentes. Mas ela anda de preto, é ruiva e basicamente só come hambúrguer. Mas eu adoro mesmo o quanto ela gosta de arte e o quanto desenha… e como ela parece entrar em um mundo só dela, no qual desenhar a relaxa completamente… mesmo com o abacaxi e tudo o mais, mas eu gosto de como ela cresce e, com a ajuda de David, consegue entender Susan Boone, e então ela tem cenas ótimas, como quando desenha aquele ovo branco perfeitamente, sem usar o branco! Também sou apaixonado por como ela defende o quadro da Maria Sanchez no concurso, mesmo que o Presidente não queira mostrar os EUA através de um varal de lençóis e uma cerca de arame farpado com imigrantes ilegais entrando no país. E como, além de David, é a própria Susan Boone que ensina Sam a enxergar as coisas. Aquela cena das cinco baguetes, na qual ela vai pedir conselhos a Susan… NÃO TINHA COMO AMAR MAIS AQUELE MOMENTO!

Assim, ela vai para um dos melhores momentos do livro, que é quando a personagem realmente ganha força e se posiciona – convoca uma entrevista com Candace Wu, a única, e fala do quadro que o Presidente não quer expor (como isso se resolve rápido, hein, político?) e ainda fala que está apaixonada por David, mas acha que estragou tudo. EM REDE NACIONAL! Foi lindo. Por fim, tudo foi incrivelmente fofo… a tensão toda durante a aula de desenho da Susan Boone depois da entrevista, e eu experimentei o mesmo nervosismo que Samantha! Enquanto ela esperava por David, quando o bilhete chegou e ela escreveu o “Não. Quero mais do que amizade”. Segurei a respiração, fiquei tão nervoso e apreensivo quanto ela. E a emoção de ler aquela fantástica troca de bilhetes foi surreal! Meu coração disparado, de volta a esse delicioso sentimento da adolescência! E a Meg não poderia terminar o livro de maneira mais bonita, com uma última lista: “As dez principais razões por que eu fico contente por não ser, na verdade, a Gwen Stefani”, com o mais belo número 1…

“Porque daí eu não ia ser eu”.

 

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