A Garota Americana Quase Pronta (Meg Cabot)
O mundo inteiro sabe que Samantha Madison é a menina que salvou a vida
do presidente dos Estados Unidos, tanto que ganhou o cargo de embaixadora teen
dos EUA nas Nações Unidas. Um ano após o incidente que, sem querer, a lançou
para a fama, o namoro com David está firme e sorte e Sam continuar a fazer suas
aulas de desenho. De repente, o namorado a convida para passar o fim de semana
de Ação de Graças em Camp David, em companhia da família do presidente com
direito a uma partida de ludo – e quem sabe até a algo mais. Afinal, eles já
estão prontos para esse tipo de intimidade… é claro que Sam vai surtar: será
que ela já está pronta? Será que a garota que o país todo conhece realmente
corresponde à pessoa que ela é?
A vida de
Samantha Madison nunca mais foi a mesma desde que ela salvou a vida do
presidente dos Estados Unidos… agora, ela está namorando David, o filho do
presidente, e ele a convida para passar o Dia de Ação de Graças com ele e a
família em Camp David, uma espécie de casa
de campo do presidente dos Estados Unidos, e ela passa a acreditar que,
quando o namorado diz que quer “jogar ludo”, ele quer dizer “fazer sexo” – e
ela não sabe se está pronta para isso! “A
Garota Americana Quase Pronta”, embora um livro divertido e com referências
bacanas, é um dos livros de que menos
gosto da Meg Cabot, talvez porque eu goste muito do livro original e essa
pareça muito uma sequência desnecessária.
Também não gosto do tratamento do tema central em vários momentos, mas também tenho noção de que isso tem muito a ver
com a época em que foi escrito.
“Malhação” na época era igualzinho!
O grande
tema de “A Garota Americana Quase Pronta”
é O SEXO. Samantha é surpreendida com um convite para “desenho com modelo
vivo”, que ela descobre que significa “gente pelada”, para sua surpresa, e
depois com o convite de David – é um pouco divertido acompanhar a paranoia toda
de Sam sobre “jogar ludo”, quando parece bastante óbvio que, quando falou de
“jogar ludo”, ele queria dizer mesmo “jogar ludo”. Continuo gostando muito das
aulas de desenho da Susan Boone, porque a autora as usa como uma alegoria para
as coisas que Sam está vivendo em sua vida: aqui, por exemplo, ela tem que aprender
a parar de enxergar as partes e passar a enxergar o todo… e, novamente, ela não
entende bem o que Susan está falando até o fim do livro, quando ela já
amadureceu bastante em vários sentidos. Sam
está muito bem nesse livro.
Uma das
coisas de que mais gostei em “Quase
Pronta”, no entanto, é o desenvolvimento de Lucy, a irmã mais velha de
Samantha – agora que Sam está feliz com David e descobriu que não estava
apaixonada pelo namorado da irmã, Lucy também começa a perceber que ela não está apaixonada pelo Jack, e se
apaixona por alguém que não parece pertencer aos mesmos grupos que ela: Harold,
um garoto inteligente que os pais contratam como seu professor particular, e
que quer manter a relação entre eles “estritamente profissional”. É uma
subversão interessante da Lucy que conhecemos no primeiro livro, porque é a
primeira vez que o garoto de quem ela gosta não
está apaixonado por ela, por exemplo. E vemos a relação de Lucy e de Sam
crescer muito durante o livro, e elas protagonizam algumas conversas legais e
uns momentos de parceria bacanas.
Lucy até ensina algumas coisas para Sam!
Como as
coisas nunca são fáceis para Samantha Madison, ela também precisa enfrentar uma
declaração “reveladora” que ela faz na TV em um evento ao qual ela foi
convidada pelo presidente dos Estados Unidos –mas é um dos momentos em que eu
mais me orgulho dela, porque o presidente está sendo um babaca e está tentando
usá-la para atrair os adolescentes para uma arapuca que desrespeita todos os
seus direitos, e ela simplesmente se manifesta
no meio do evento e antes de ser a sua hora de falar, quando ela percebe o que de fato está acontecendo no tal projeto
de “Retorno à Família” que o
presidente está sugerindo. Sério, eu passei o livro todo esperando por aquele
momento, e é uma delícia quando ele vem à tona. Mas Sam fica preocupada porque
fica parecendo que ela anunciou para todo o país que está fazendo sexo com o namorado.
Mas o que há
de errado nisso?
O livro é
bem gostoso de se ler nesse sentido, meio libertador… não tem a força de
grandes obras mais recentes, como “Sex
Education”, porque foi escrito há 20 anos e muita coisa mudou nesse tempo,
felizmente, mas ainda assim parece passar uma mensagem interessante sobre como
é irresponsável tentar impedir que os
adolescentes façam sexo, quando isso não os prepara para a vida e apenas faz
com que eles façam sexo sem saberem se proteger… o ideal é ensinar os
adolescentes sobre os riscos e sobre o sexo seguro e então, se a pessoa decidir
que ela está pronta para isso, ela poderá iniciar sua vida sexual de forma
segura e prazerosa. Adorei ler o David falando sobre isso, apresentando
estatísticas de diferentes países, e ver Sam reproduzir isso em seu discurso na
MTV, além daquela cena em que os amigos se solidarizam com ela e a defendem no
refeitório contra uma hipócrita.
Toda escola tem sua hipócrita, né?
E,
eventualmente, Sam percebe que ela está pronta para fazer sexo… e ela quer fazer isso. A sequência do
Dia de Ação de Graças é divertidíssima, porque Sam ainda está pensando em dizer
a David que “não está pronta”, mas quando ele começa a demorar para aparecer no
seu quarto, ela fica tão revoltada que sai pisando duro em direção ao quarto
dele, perguntando onde ele estava, porque “ela
o está esperando para eles transarem”. O David é a coisa mais fofa todo
confuso daquele jeito porque, como Sam só percebe naquele momento, ele
realmente não estava pensando em transar naquele feriado… ele só a chamou para jogar ludo e passar o fim de semana com ele mesmo.
Assim, digamos que, contra todas as possibilidades, as coisas acontecem de
maneira mais “espontânea”, e é justamente assim que se torna muito mais
especial, não?
Para mais livros de Meg Cabot, clique
aqui.
Comentários
Postar um comentário