Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore (Fantastic Beasts: The Secrets of Dumbledore, 2022)
Amo e protejo o Dumbledore e o Newt!
Depois de
uma série de problemas e incertezas, “Animais
Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore” finalmente chegou aos cinemas, nos
levando de volta para o Mundo Bruxo durante a ascensão de Gellert Grindelwald,
em um filme visualmente incrível e cheio de personagens que amamos – eu sou
apaixonado por Newt Scamander, e eu adoro o Albus Dumbledore de Jude Law! A
franquia continua narrando a história da Primeira Guerra Bruxa, concedendo
detalhes de tramas sobre as quais ouvimos falar durante a franquia “Harry Potter” (especialmente em “Relíquias da Morte”), e esse terceiro
filme de “Animais Fantásticos” traz
uma tentativa de Grindelwald de assumir a liderança da Confederação
Internacional de Bruxos, tentando manipular uma criatura mágica para que todos
pensem que ele é digno de assumir tal cargo.
Uma das
coisas de que mais gostei em “Os Segredos
de Dumbledore” é a maneira como o filme conseguiu unir bem as duas
propostas que a franquia apresentou até agora. “Animais Fantásticos” começou sendo justamente sobre isso: animais
fantásticos que eram salvos e pesquisados por Newt Scamander, o magizoologista
mais famoso do Mundo Bruxo; depois, a franquia introduziu Grindelwald, uma
versão jovem do Dumbledore, e decidiu dedicar-se a um dos maiores eventos do
Mundo Bruxo. “Os Segredos de Dumbledore”
é bastante equilibrado, conseguindo apresentar mais da família Dumbledore, a
relação de Albus com Grindelwald, a tentativa de ascensão do bruxo das trevas,
ao mesmo tempo em que apresenta mais criaturas fantásticas, excentricidades que
amamos de Newt Scamander, e ainda une essas duas facetas da franquia…
Afinal de contas, grande parte da trama gira
em torno de Grindelwald roubar um Qilin para tentar vencer as eleições – ou
seja, a história da ascensão do bruxo atrelada perfeitamente a um “animal
fantástico” que dá nome à franquia. Inclusive, a sequência introdutória do filme
traz dois momentos muito bons: primeiro, vemos uma conversa de Dumbledore e
Grindelwald (na qual ouvimos Albus dizer que foi apaixonado por Gellert pela primeira vez) e entendemos um pouco
sobre como um não pode agir contra o outro, por causa de um pacto de sangue que
fizeram na juventude; depois, vemos Newt salvando uma criatura mágica de
pessoas que foram enviadas por Grindelwald, e é uma sequência muito bonita que
nos lembra por que amamos tanto o Newt.
Sem contar que, visualmente, é um espetáculo ver o resgate de Newt no fim da
cena.
“Os Segredos de Dumbledore”, então,
consegue se dividir em vários “núcleos” sem que pareça disperso, porque tudo é
parte de uma grande história. Acompanhamos um pouco de Grindelwald, sua relação
com Queenie e Credence, que descobriu recentemente que também é um Dumbledore,
e seus planos. Acompanhamos, em paralelo, a história de Albus e sua família, um
pouquinho de Hogwarts (com direito a uma aparição breve de Minerva McGonagall).
E acompanhamos um grupo reunido por Albus Dumbledore e que é um grupo poderoso
e interessantíssimo de se acompanhar: ele tem um plano contra Grindelwald, mas
como Grindelwald tem flashes do futuro, ninguém pode saber o plano completo…
assim, vemos Albus reunir Newt e Theseus Scamander, Jacob (que ganha até uma
varinha falsa), Yusuf Kama, Lally Hicks e Bunty.
E é um grupo incrível e carismático!
Albus
Dumbledore, por sua vez, é aquele personagem que fica nos bastidores da ação na
maior parte do filme, e que é sempre um prazer assistir – especialmente pela
atuação brilhante de Jude Law que o torna falho e humano como mais o amamos. É
gostoso (e doloroso) ouvir falar sobre o seu passado com Grindelwald e como
isso é parte do que o tornou quem ele é hoje… vemos um Albus sofrido,
traumatizado e, ainda assim, bom; um Albus que sofreu com a morte da irmã e que
ainda se sente culpado por isso; um Albus que tem uma relação difícil com
Aberforth, seu irmão, mas que também sabe que pode contar com ele, de um jeito
ou de outro. Albus Dumbledore é um personagem complexo, bem-construído e sempre
consegue nos emocionar e nos fazer admirá-lo… fico muito feliz por essa versão
jovem do personagem estar ganhando seu destaque!
Credence,
que agora descobriu ser Aurelius Dumbledore, também é uma parte importante do
filme, embora não tanto quanto nos filmes anteriores – constantemente seguido
por uma fênix que sente que ele está
perto de morrer (até porque ele é um Obscurus e isso está pesando sobre
ele), Credence/Aurelius continua trabalhando para Grindelwald, tentando, de todo
modo, ganhar sua aprovação, e ele e Albus compartilham uma das sequências de
ação e emoção mais interessantes do filme, quando Aurelius ataca Dumbledore na
rua e Albus se esquiva com aparatações brilhantes, se protege, e mostra que nem
tudo é, no fim, como ele acredita… é uma sequência intensa e emocionante que
termina com Albus dizendo a Aurelius que o que Grindelwald lhe diz não é
verdade, embora ele seja, sim, um Dumbledore… ele é filho de Aberforth.
Enquanto
Dumbledore lida com seus próprios problemas e fantasmas, ele também lidera um
plano bem articulado, dividido em várias partes e que envolve certo caos já
antecipado, porque só assim eles podem pegar Grindelwald de surpresa… vemos o
grupo se dividir depois de uma reunião em Berlim na qual Anton Vogel, o
Ministro da Magia alemão e atual líder da Confederação Internacional de Bruxos,
decreta que eles não têm provas o suficiente contra Grindelwald para mandar
prendê-lo, então o absolve de todas as acusações, o tornando, inclusive,
elegível para ser seu substituto, e é exatamente isso o que Grindelwald
planeja, e ele se lança como o terceiro candidato, ao lado da brasileira
Vicência Santos e do chinês Liu Tao, mesmo com a indignação de todos os
presentes e do próprio Jacob dizendo que “eles estão deixando um assassino
livre”.
Jacob
Kowalski é, provavelmente, o trouxa MAIS AMADO de qualquer produção que envolve
o Mundo Bruxo, e é sempre um prazer vê-lo de volta… dessa vez, o personagem é
recrutado por Lally Hicks que, para mim, é outra estrela do filme – e,
naturalmente, foi um prazer acompanhar essa dupla! Jacob estava divertido como
sempre com a sua varinha que ganhou de presente de Albus Dumbledore (embora ela
não tenha núcleo e ele não seja um bruxo, o que quer dizer que ela não serve
para nada), e toda a magia que Jacob não
sabia fazer, Lally fazia com tamanha maestria que ela dá verdadeiros
espetáculos quando entra em ação – não é à toa que Albus elogia a sua magia
defensiva… Lally nos proporciona, por exemplo, aquela sequência linda durante o
jantar dos candidatos, quando Jacob é acusado de tentar matar Grindelwald, e
aquela fuga espetacular.
Ela tem estilo.
Newt, por
sua vez, precisa resgatar Theseus da prisão depois de ele tentar prender alguns
aliados de Gellert Grindelwald e acabar sendo capturado. Gostei muito de “Os Segredos de Dumbledore” apostar na
relação dos Irmãos Scamander, que rendem, também, momentos excelentes – e, como
eu sempre digo: não tem como não amar
Newt Scamander e a sua maneira de agir. Newt é uma pessoa de coração bom e
puro, e eu adoro o fato de ele se relacionar melhor com animais do que com
pessoas… toda a sequência de resgate, quando eles são cercados por uma espécie
de “escorpião mágico”, é angustiante e, ao mesmo tempo, divertida, porque
apenas Eddie Redmayne (sempre com a sua atuação brilhante, eu amo esse cara!)
pode fazer tão bem aquela “dancinha” que consegue tirá-los do covil em
segurança… ou quase, porque as coisas eventualmente dão errado.
Felizmente, Newt tem criaturas fantásticas
como aliadas!
O filme
utiliza algumas sequências de Chaves de Portal, que eu adoro, e uma delas leva
Newt e Theseus até o lago que fica ao lado da Escola de Magia e Bruxaria de
Hogwarts. Já sabíamos que voltaríamos a ver Hogwarts nesse filme, mas isso não
torna isso menos emocionante! Aqui, “Os
Segredos de Dumbledore” abusa do fanservice,
mostrando o castelo de Hogwarts, o campo de Quadribol e até um aluno da
Grifinória que passa voando enquanto treina/joga, por exemplo, tudo ao som de “Hedwig Theme”, a trilha mais famosa da
franquia “Harry Potter” – embora essa
não seja a única música utilizada. Então, além de termos Dumbledore, Minerva,
Hogsmeade e tudo o mais, ainda podemos ver o Salão Principal, Jacob interagindo
com alguns alunos em seus uniformes, o Albus dando três pontos para a Lufa-Lufa
graças ao Newt (!), e um pouquinho da Sala Precisa.
Sorri com cada referência bem colocada.
O clímax do
filme, então, parte da Sala Precisa para Bhutan – um cenário lindo, uma
sequência tensa e divertida, e uma conclusão fascinante… de fato, um belo clímax!
Tudo parece muito perto de dar certo para Grindelwald e errado para todo o resto do mundo, bruxo e trouxa,
quando a cerimônia de eleições começa. Grindelwald está determinado a declarar
guerra dos bruxos contra os trouxas, e ainda está usando o suposto ataque de
Jacob Kowalski contra ele para ganhar aliados – mas ele tem um plano final
muito mais inteligente. Ele já alimentou a multidão com um discurso de ódio, já
abusou da manipulação de massa, e agora ele só precisa provar que “ele é digno
de comandar o mundo bruxo”, e ele planeja fazer isso com o Qilin que roubou e
matou no início do filme, e que depois reanimou usando necromancia, para que
ele fizesse o que ele quisesse.
Qilins são
criaturas raras e puras que conseguem ver até a alma da pessoa: elas são usadas
em cerimônias como a que escolhe o líder da Confederação Internacional dos
Bruxos porque eles só se curvam perante alguém de coração bom e puro, provando
que essa pessoa é digna de assumir o
cargo, e agora Grindelwald manipulou a Caminhada do Qilin para que o animal
se curvasse perante ele… felizmente, Albus Dumbledore antecipou isso tudo,
sabia o que Grindelwald estava planejando, e também sabia que dois Qilins
tinham nascido naquela noite, e que um deles tinha sido salvo por Newt
Scamander: agora, eles só precisavam
provar que Grindelwald estava mentindo e trazer o verdadeiro Qilin à tona.
Como comentei no início do texto, fico muito feliz com como “Os Segredos de Dumbledore” conseguiu
seguir a trama maior e, ainda assim, resgatar os “animais fantásticos” que
nomeiam a franquia.
Sem contar
que o plano principal envolve algumas
cópias da icônica maleta de Newt – afinal de contas, foi a maleta que nos
fascinou tanto em “Animais Fantásticos e
Onde Habitam”. O plano de Dumbledore nos remete ao plano dos Sete Potters
em “Harry Potter e as Relíquias da Morte”,
e funciona perfeitamente, com cada membro do grupo carregando uma maleta, sem
saber se é a maleta verdadeira de Newt que traz o Qilin ou não, para distrair e
atrasar os seguidores de Gellert Grindelwald, e Bunty é quem, no momento exato
depois de uma aparição surpresa de Aurelius, que se volta contra Grindelwald,
entrega a Newt a maleta correta, com o verdadeiro Qilin dentro… então,
Grindelwald não apenas é desmascarado, como o Qilin vivo caminha e se curva
perante duas pessoas: primeiro, perante Albus Dumbledore; depois, perante
Vicência Santos…
E Vicência é eleita a nova líder da
Confederação. UMA BRASILEIRA!!!
O clímax de “Animais Fantásticos: Os Segredos de
Dumbledore” é bom por trazer muita coisa à tona e fechar todas as histórias
que iniciou… vemos Grindelwald perder a eleição que tentou manipular, mas
conseguir escapar; vemos Aurelius ajudar os Dumbledore e se reunir com o pai,
Aberforth; vemos as ações de Newt Scamander e sua bondade salvar o mundo e
evitar uma guerra; vemos o pacto de sangue entre Albus e Gellert se quebrar
quando Grindelwald tenta matar Aurelius e Albus e Aberforth o protegem; e,
então, talvez o Mundo Bruxo esteja entrando em uma fase melhor, sob a liderança
de Vicência Santos: pela primeira vez, o casamento de um bruxo e um trouxa é
possível, o que quer dizer que Jacob e Queenie podem finalmente se casar e
serem felizes juntos. Mas Grindelwald continua à solta e, mais cedo ou mais
tarde, Dumbledore terá que enfrentá-lo…
Agora, ele pode.
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