Vale o Piloto? – Moon Knight 1x01 – The Goldfish Problem
“There is
chaos in you”
QUE ESTREIA
EMPOLGANTE! Eu não tenho muito conhecimento sobre o personagem do Cavaleiro da
Lua, mas eu li uma HQ do personagem lá por 2015 (até comentei brevemente sobre
ela no blog na época, mas estou relendo para trazer uma nova review daquela história, que envolve o
Wolverine, o Homem-Aranha e o Capitão América… quer dizer, de certa maneira) e
me interessei demais pelo clima sombrio, pelo visual interessante e por toda a
temática da série, que envolve mitologia egípcia e um possível transtorno de
personalidade, que pode ser algo muito mais místico
do que imaginamos. O conceito de “Moon
Knight” é interessantíssimo e o Piloto da nova série do MCU mostra um
potencial incrível ao apresentar bem a sua trama, mas sem mastigar as
informações: eu adoro o tom de mistério
que faz com que queiramos voltar para o próximo episódio!
Conhecemos Steven
Grant – que é apenas um dos
protagonistas de “Moon Knight”. A
verdade é que ouvimos falar de Marc Spector e vemos o Cavaleiro da Lua apenas
brevemente, mas o Piloto se dedica à apresentação de Steven Grant: um homem
desajeitado e cansado, que trabalha em uma lojinha em um museu e entende muito
de história egípcia e suas divindades, mas que parece envolvido em algo muito maior que ele não entende… o fato de que
Steven Grant não entende o que está
acontecendo com ele é excelente, em termos narrativos, porque permite que nós
adentremos nesse mundo através dos olhos do próprio Steven: vemos o que ele vê,
descobrimos o que ele descobre, e ainda temos muito a explorar. O primeiro
episódio não é “confuso” ou “incompleto”, ele é apenas a história contada do ponto
de vista do Steven, e não de Marc…
Vai ser incrível conhecer mais de Marc no
próximo episódio!
Assim,
conseguimos ir aos poucos nos familiarizando com tudo, e Oscar Isaac entrega
uma interpretação BRILHANTE que certamente ainda nos surpreenderá quando ele
precisar “se dividir” em diferentes papeis em mais tempo de tela… em “The Goldfish Problem”, Oscar Isaac é
basicamente Steven Grant pela maior parte do tempo, e o vemos prender a perna a
um pilar quando vai dormir, por exemplo, e colocar areia ao redor da cama e uma
fita na porta, para que ele possa saber, na manhã seguinte, se ele saiu vagando
ou não. Uma das cenas mais interessantes
do primeiro episódio é quando ele está fazendo de tudo para se manter acordado,
resolvendo um cubo mágico ou lendo um livro, mas ele perde o controle do
próprio corpo e, quando se dá conta, ele está nos Alpes, durante o dia, no meio
de uma espécie de cerimônia a Ammit.
Toda a
sequência dos Alpes é incrível! A ideia do “julgamento” é apavorante, e Steven
Grant consegue dar um inusitado tom de comédia
a uma cena perfeitamente tensa,
quando pedem que ele entregue um escaravelho que está com ele – ele até tenta
fazê-lo, mas o que quer que mora dentro dele e fala com ele naquele momento não
permite que ele o entregue. Durante toda a sequência dos Alpes, Steven Grant
perde a consciência durante períodos de tempo e a ação é cortada para que
acompanhemos apenas os fragmentos que são
vividos por Steven Grant… parte de mim desejou poder acompanhar Marc
Spector, mas era interessantíssimo ver o cenário
depois de uma “aparição” de Marc, enquanto Steven era jogado de volta à ação e
tentava continuar de onde o seu outro eu
tinha parado. Até que, no último lapso, ele acorda de volta em casa…
E parece que
ele nunca saiu dali – e ele se
convence de que tudo foi um sonho… um sonho muito esquisito, mas um sonho.
Coisas absurdamente estranhas parecem estar acontecendo ao seu redor, no
entanto. O seu peixinho que só tinha uma barbatana subitamente tem duas, por
exemplo, e a mulher da loja de animais fala alguma coisa sobre “ele ter estado
lá no dia anterior”, algo que ele não se lembra de ter feito, e o mais
inusitado acontece quando ele vai para o encontro que ele tinha naquele dia,
mas descobre que ele está dois dias
atrasado… não é sexta-feira, como ele imaginava, mas domingo. O que quer
dizer que ele passou um bom tempo “fora”. Eu achei toda essa ideia FASCINANTE,
e uma delícia de se acompanhar, num estilo até meio “Jekyll & Hyde”, e eu mal posso esperar para ver Oscar Isaac
dar vida aos dois personagens simultaneamente…
Como
acontece brevemente no fim do episódio.
Conforme
tudo vai ficando mais “estranho”, Steven vai se envolvendo na história,
descobrindo rastros de Marc Spector em sua própria casa, e parece que ele despertou para um mundo novo, com outra
sequência MARAVILHOSA que foi aquela que começa com o Marc aparecendo para ele
no espelho do banheiro de casa e termina no museu… toda aquela cena foi ótima,
os cortes foram inteligentes e instigantes, e vemos o Steven sendo perseguido até o elevador, por exemplo,
de maneira macabra, um corte
brilhante que nos leva até o ônibus, quando ele vê um dos caras que vira nos
Alpes, revelando que tudo realmente
aconteceu e não foi apenas um sonho, e então toda a sequência final do
museu, no qual ele é julgado por Ammit, mas não vemos a resposta dada pela tatuagem do homem – ele apenas diz a Steven que “há caos dentro dele”.
A última
cena foi a melhor maneira de terminar um Piloto, porque eu cheguei ao fim
pensando sobre como EU QUERIA MAIS! Quando é perseguido por uma criatura e
encurralado no banheiro do museu, Steven Grant pensa que vai morrer, então ele
escuta Marc Spector falando com ele e dizendo que ele pode salvá-los… a maneira como a cena foi construída, com os
espelhos ao redor de Steven e o reflexo dele se transformando em Marc para
conversar com ele, foi INCRÍVEL e me deixou todo arrepiado, aplaudindo a
produção. Então, conscientemente pela primeira vez, Steven dá autorização a
Marc para que ele use o seu corpo, e vemos o traje do Cavaleiro da Lua
começando a aparecer, mas não vemos todos os detalhes da primeira batalha do
personagem. Mesmo assim, é um final f*da que nos mostra que, em breve,
acompanharemos mais de Marc e do Cavaleiro da Lua.
E isso vai ser incrível!
Já estou
amando “Moon Knight”!
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