A Favorita (2008)
Quem é a sua favorita?
Eu sempre
falei que “A Favorita” é uma das
melhores novelas das nove na Globo. Para mim, ao lado de outros clássicos do
horário como “Senhora do Destino” e “O Clone”, “A Favorita” é uma telenovela interessante e concebida de uma
maneira peculiar… João Emanuel Carneiro, que fazia sua estreia no horário nobre
depois de ter emplacado sucessos como “Da
Cor do Pecado” e “Cobras &
Lagartos” no horário das sete, queria uma história onde a estrutura mais
convencional das telenovelas desaparecesse, e nós não soubéssemos para quem
devíamos torcer: quem é a mocinha e quem
é vilã, afinal? “A Favorita”, então, apresenta duas personagens contando
versões diferentes de uma mesma história, e cabe ao público escolher sua favorita, com base em dicas que o autor
ia soltando durante os capítulos e que eram interpretadas de diferentes
maneiras.
A ideia é
excelente, e Cláudia Raia e Patrícia Pillar arrasam interpretando Donatela e
Flora, respectivamente. No passado, as duas cantaram juntas em uma dupla
sertaneja, Faísca & Espoleta, e a carreira da dupla chegou ao fim quando
Donatela decidiu parar de cantar para se casar. A história das duas ainda é
marcado por um assassinato: Marcelo, o marido de Donatela e pai de Lara. Flora
passou 18 anos presa, tendo sido condenada por esse crime, e agora ela está de
volta à vida de Donatela, e a pergunta constante da novela é: quem está dizendo
a verdade? Donatela insiste que foi Flora quem matou o Marcelo, e que ela está
ali para arruinar a vida de todo mundo; Flora insiste que Donatela manipulou o
processo e que ela foi condenada injustamente, e agora precisa provar sua
inocência. Sendo de 2008, no entanto,
você provavelmente já sabe da verdade.
Não é a
mesma coisa assistir agora, mas é interessante de uma maneira completamente
diferente. Na época, eu me lembro claramente de como eu (e 90% dos brasileiros
que assistiam à novela) tinha uma preferência definida, e era muito legal
assistir aos capítulos e tentar provar a nossa opinião como se já fosse algo
definido… mas a novela parecia mudar o
tempo todo, cada hora pensávamos em uma culpada diferente. Assistindo
novamente agora e sabendo qual é o plot
twist que está por vir, conseguimos perceber como algumas coisas já eram
visíveis desde o comecinho da novela,
mas nós não percebíamos ainda. Afinal de
contas, estamos habituados ao modelo clássico de telenovela, e isso afeta o
nosso julgamento – e é justamente com isso que João Emanuel Carneiro brincou.
Até na hora da grande revelação ele
queria algo que nos surpreendesse.
Infelizmente,
a proposta que tornava “A Favorita”
tão única não foi assim tão bem aceita por uma parte do público, que estava
ansiando por uma telenovela nos moldes clássicos e não gostou de não saber quem era a mocinha e quem era
a vilã. Assim, João Emanuel Carneiro precisou adiantar essa revelação para o
Capítulo 56 (E QUE CAPÍTULO INCRÍVEL!), e reformular um pouco a trama dali para
a frente, o que era um perigo, mas, felizmente, ele se sai incrivelmente bem.
Depois da revelação da identidade da vilã,
“A Favorita” se torna um novelão
clássico, mas um novelão clássico bem-escrito que dá gosto de assistir de
qualquer maneira, embora não seja o que foi vendido inicialmente. Devo dizer,
também, que essa novela É da Patrícia Pillar, que brilha em todos os seus
momentos, entregando, provavelmente, uma das melhores personagens de sua
carreira.
“A Favorita” foi um verdadeiro sucesso
de audiência e de crítica, sendo aclamada pelo público e recebendo mais de 40
prêmios, dentre eles prêmios de Melhor Novela, Melhor Autor e Melhor Atriz para
Patrícia Pillar. O público (que fez a novela fechar com uma média de 40 pontos
na Grande São Paulo, tendo chegado a picos de 55 pontos nos últimos capítulos)
ficou particularmente envolvido depois da grande revelação da assassina da
trama, principalmente pelo fato de que a
assassina não era quem a maior parte do público esperava que fosse. “A Favorita” teve 197 capítulos,
exibidos entre 02 de junho de 2008 e 16 de janeiro de 2009, e recentemente
voltou a ser muito comentada quando entrou na íntegra no Globoplay. Tendo um
lugarzinho especial no coração dos noveleiros, “A Favorita” é um marco na teledramaturgia brasileira!
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Adoro A Favorita! Fiquei super feliz em saber que ela será reprisada no VPVDN, apesar de não achar que eu vá assistir kkkkkkk não tenho muita paciência pra ver novela duas vezes. Eu era criança quando passou pela primeira vez , mas lembro bem da revelação do plot twist e fiquei chocadissima, aqui em casa todo mundo achava que seria o contrário.
ResponderExcluirEssa novela também tem uns personagens bem gostosos de se detestar, tipo a Lara kkkkkkkk pqp mesmo criança eu nunca fui com a cara dela, que insuportável! Lembro também que tinha um crush no personagem do Cauã Reymond e hoje em dia quando vi ele em Um Lugar Ao Sol não me trouxe nenhum sentimento KKKKKKKKKK crush de infância né.
Eu assisti duas vezes, mas uma na época de exibição e outra ano passado, foi uma diferença muito grande haha E valeu a pena, a novela é muito boa! O bom é que agora eu vou "revivê-la" através dos textos (tenho 67 textos escritos, vamos postando kk)
ExcluirSobre crush em Cauã Reymond: acho que você é mais evoluída do que eu, porque eu continuo achando ele tão lindo que o crush continua existindo hahahaha Lembro-me em "Justiça", que a história dele era a mais fraquinha de todas, mas valia a pena assistir os capítulos de sexta porque ele estava muito lindo KKKKK (Mas "Justiça" era da Adriana Esteves, né? Aquela mulher é uma das melhores atrizes que existem!!!)