Doutor Estranho no Multiverso da Loucura (Doctor Strange in the Multiverse of Madness, 2022)
“Dreams are
windows into the lives of our multiversal selves”
STEPHEN
STRANGE, O DOUTOR ESTRANHO, É UM DOS MEUS PERSONAGENS FAVORITOS NO UNIVERSO
CINEMATOGRÁFICO MARVEL. Interpretado por Benedict Cumberbatch, que é um ator
que eu adoro desde que o conheci em “Sherlock”,
o personagem é carismático e misterioso, e sabe entregar uma trama com pitadas
de humor, aventura, magia e terror. “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura”
é um dos filmes mais aguardados do estúdio e, também, um dos mais audaciosos,
sendo, provavelmente, o filme mais diferente
que a Marvel fez nos últimos anos: e eu achei fascinante! Brincando com gêneros
pouco explorados no MCU até agora e explorando o Multiverso, nos deixando loucos para vermos mais dessas outras
Terras, “Multiverso da Loucura” é uma
narrativa concisa e envolvente, que também nos fascina graças aos seus visuais
incríveis!
Tudo é
fascinante na nova aventura do Doutor Estranho, que se conecta às consequências
dos eventos acompanhados em “WandaVision”
– o filme começa com Stephen Strange tendo um pesadelo curioso que o faz despertar alarmado (e lindo, preciso comentar!),
no dia do casamento de Christine com outro homem… no meio da cerimônia, no
entanto, ele precisa partir para a ação, como “o maior herói da Terra”, e
salvar uma garota de uma espécie de polvo
gigante, uma criatura que parece saída de contos de terror dos anos 1950.
Eu adoro acompanhar as lutas de Strange e Wong: aqui tudo bastante iluminado e
colorido, e temos sequências incríveis, como quando Stephen deixa sua bebida
para trás, pula pela sacada e sai voando com o manto, com a sua roupa mudando
para a roupa do “Doutor Estranho”, e eu já estava hypado naquele momento!
O sonho da
noite anterior e essa primeira “batalha” do filme introduzem a trama principal
de “Multiverso da Loucura”: Stephen
Strange precisa salvar America Chavez, uma garota que pode viajar pelo
Multiverso (!) e que está sendo perseguida por criaturas que estão sendo
enviadas por alguém a todo lugar ao qual
ela vai… preocupado com a garota e procurando ajudar, Stephen resolve pedir
a ajuda de Wanda, o que é curioso, tendo
em vista que é justamente a Wanda quem está enviando as criaturas atrás de
America Chavez. Wanda abraçou definitivamente a sua identidade de
Feiticeira Escarlate, e agora ela busca America Chavez para roubar o seu poder
de viajar pelo Multiverso, para poder assumir o lugar de outra Wanda em alguma
realidade na qual os seus filhos existam
de verdade… em algum no qual eles não tenham sido apenas “criados” por ela.
Sonhados,
imaginados, projetados…
Assim, a
Feiticeira Escarlate se levanta como a principal vilã de “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura”, proporcionando batalhas
intensas nas quais nos perguntamos como
Stephen Strange pode vencê-la… parece impossível. Quando ela ataca o
Kamar-Taj e nem todos os magos reunidos conseguem detê-la, nos perguntamos como
Strange pode proteger America, e ele tenta, prendendo Wanda em projeções cheias
de espelho, por exemplo, mas Wanda é mais inteligente e mais macabra do que se
pode imaginar e, rapidamente, percebemos que ela não pode ser contida de maneira
tão fácil assim. O filme dá um salto interessante, então, quando a Feiticeira
Escarlate está quase roubando os poderes de America e o medo faz com que
America abra um portal através do Multiverso – Strange, então, aproveita a
oportunidade para escapar com ela em segurança para outro lugar.
Agora, no
entanto, eles têm que deter Wanda… ela
não vai descansar até alcançá-los.
O salto
através do Multiverso É UMA DAS MINHAS CENAS FAVORITAS no filme e, talvez, em
todo o Universo Cinematográfico Marvel, porque é um espetáculo repleto de
possibilidades que, particularmente, eu adoraria explorar com calma… enquanto
Strange e America caem através de diferentes realidades, temos vislumbres de
dezenas de “histórias” que poderiam ser desenvolvidas, até que eles “aterrissem”
na Terra-838 que, eu preciso dizer: É INTERESSANTE DEMAIS! Eu adoro a ideia de
Multiverso, e a Terra-838 é um dos visuais mais incríveis que os filmes já nos
apresentaram: visualmente, é um espetáculo, com aqueles prédios cheios de
plantas coloridas, as ruas limpas, modernas… uma pitadinha de ficção científica
ainda, com aquela empresa que “revive memórias para que você não as esqueça”, o
que me fez pensar em um conto de Philip K. Dick.
Eu achei
inteiramente FASCINANTE. Queria viver
naquela realidade.
Poderíamos
ter uma série de filmes inteira ambientada aqui na Terra-838, e então
poderíamos explorar mais, também, dos Illuminati, a “sociedade secreta” de
heróis desse outro mundo, cheia de rostos que conhecemos de outras versões em
outros filmes e/ou séries. Temos, por exemplo, o retorno de Peggy, agora como a
Capitã Carter, com seu escudo e tudo; também vemos Maria Rambeau, dessa vez
como Capitã Marvel; vemos Blackagar Boltagon como o Raio Negro; Reed Richards,
do Quarteto Fantástico. É muito bom ver, mesmo que através do Multiverso, o
Universo Cinematográfico Marvel brincando com versões dos personagens e
abusando de personagens que até então não víamos no MCU, como o Quarteto
Fantástico e os X-Men… até porque o último membro dos Illuminati é Charles Xavier,
novamente interpretado por Patrick Stewart.
Foi
emocionante vê-lo ali!
A sociedade
de heróis da Terra-838, no entanto, não é páreo para a Feiticeira Escarlate
enfurecida e determinada a conseguir os poderes de America Chavez para se
“reencontrar” com seus filhos, e quando ela usa os poderes do Darkhold para
praticar caminhada onírica e projetar a sua mente, da Terra-616 até a Wanda da
Terra-838 e assumir o seu lugar, a
Terra-838 parece não ter chance alguma… como o Kamar-Taj não teve. A
Feiticeira Escarlate, cada vez mais cruel e mais brutal, assassina cada um dos
membros dos Illuminati de maneira assustadora e sádica (o que é meio chocante),
intensificando o clima do filme, que vai ficando cada vez mais sombrio. Os
conceitos de “Multiverso da Loucura”
são bem apresentados e bem explorados, e como eu sou apaixonado por toda essa
temática mística, eu sempre fico com os olhos brilhando enquanto assisto a
essas cenas!
Todo o tom
macabro intenso do último ato do filme também o aproxima de um filme de terror, o que surpreende
alguns espectadores do MCU, porque é a primeira vez que a Marvel brinca de
maneira mais séria com o gênero no
cinema, pelo menos nos filmes produzidos de fato pela Marvel – sem contar os da
Sony, como “Venom” ou “Morbius”. Gosto de como as cores do
filme parecem “desaparecer”, como a trilha sonora muda e como somos guiados por
um suspense inteligente capaz de nos deixar apreensivos e ansiosos pelo que
está por vir… especialmente quando o Livro de Vishanti é destruído, porque
acreditamos realmente que seria com
ele que o Doutro Estranho conseguiria derrotar a Feiticeira Escarlate, como foi
o que usaram para derrotar Thanos na Terra-838. Mas, então, as coisas mudam
novamente, e Wanda parece muito perto de vencer…
Wanda
consegue capturar America Chavez e levá-la de volta para casa, a Terra-616,
enquanto Stephen Strange e a Christine-838 acabam em um universo parcialmente
destruído… vazio, sombrio, e eu pensei um pouco em “A Origem” (que, inclusive, é, para mim, um dos melhores filmes já
feitos no mundo!). Aqui, conhecemos um outro Stephen Strange, um Doutor
Estranho corrompido pelo Darkhold, o mesmo livro que corrompeu a Feiticeira
Escarlate, mas o Strange-616 precisa, também, usar o Darkhold e praticar
caminhada onírica se ele quiser salvar a vida de America – mesmo que ele tenha
que pagar um preço caro por isso… no momento, no entanto, é a única opção que
ele tem e ele não vai deixar que Wanda roube os poderes de America! Aqui, temos
a sequência mais macabra e surpreendente do filme, que também acaba sendo
estranhamente bizarra…
Stephen
Strange está projetando sua mente através do Multiverso de volta à Terra-616,
para deter Wanda, mas o único outro Strange que existe lá, no momento, é o
Strange que morreu em uma batalha ao lado de America e que foi enterrado no fim
do filme, então Stephen projeta sua mente em
um cadáver, entregando uma sequência eletrizante que envolve, inclusive,
espíritos vindo tentar arrastá-lo por estar fazendo algo ilegal – mas, como ele
mesmo percebera, essa era sua única opção… e, de fato, é assim que ele consegue
deter a Feiticeira Escarlate por tempo o suficiente para conversar com America
e dizer a ela que o que ela precisa fazer, agora, é aprender a controlar os
seus poderes: é isso o que vai deter
Wanda. E, de fato, é isso o que detém Wanda, quando America a leva até a
Terra-838 para que ela veja os “filhos” correrem de medo dela e se aninharem
com a verdadeira mãe…
Ali, Wanda
Maximoff finalmente percebe que ela não é, de verdade, a mãe daqueles garotos,
e que tudo o que ela está fazendo não está certo – e para que ninguém mais seja
tentado pelo Darkhold, Wanda destrói o Monte Wundagore, o lugar onde os
feitiços do Darkhold estão originalmente entalhados nas paredes. “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura”,
como era de se esperar, abre mais um leque de possibilidades para o futuro do
MCU, a começar pela apresentação de America Chavez, uma personagem
interessante, carismática e com um poder INCRÍVEL que pode render muitas boas
histórias, além de ter parcialmente “corrompido” Stephen Strange quando ele
usou o Darkhold, mesmo que com uma boa intenção de salvar America: agora, ele tem um terceiro olho, como o
Doutor Estranho daquele mundo perdido, por exemplo…
O que vem a
seguir para o personagem e para o universo?
Não sei… mas
estou ansioso para descobrir. É um mundo que eu quero muito continuar
explorando!
“Doutor Estranho no Multiverso da Loucura”
parece mostrar que, mesmo depois de tantos anos, o Universo Cinematográfico
Marvel não está freando: agora é que ele se expande de fato, com o estúdio
podendo entregar filmes que seriam inimagináveis há alguns anos… eles brincam
com personagens, temas e conceitos que, anos atrás, não conseguiam deixar as
páginas das HQs e atingir o grande público do cinema, mas que, agora, deixam
plateias no mundo todo vibrando e pedindo por mais! O filme também mostra que a
Marvel pode continuar entregando visuais interessantes, sequências de ação
muito boas e aventura, heroísmo e humor como já se espera dos seus filmes, mas,
também, explorar outros gêneros, como o terror e a ficção científica. Wanda
Maximoff, America Chavez e a Terra-838 proporcionaram pitadas de ambos, e eu
adorei do início ao fim.
Excelente
filme!!!
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