Heartstopper 1x07 – Bully
Conflitos.
QUE EPISÓDIO
FORTE, LINDO E TRISTE. “Heartstopper”
é mesmo uma preciosidade sem tamanho: a maneira como lida com os assuntos, como
coloca verdade em suas cenas, como faz com que sintamos o que os personagens
sentem… “Bully” é um episódio
angustiante e, em parte, desesperador, mas, também, é um episódio emocionante. Nick convida Charlie para
ir ao cinema com ele e com os amigos, e sabíamos que as coisas não podiam dar
muito certo ali – afinal de contas, era completamente diferente do Charlie
levar o Nick para celebrar o seu aniversário com os seus amigos, que não são pessoas escrotas. Todo o começo é um
suspense um tanto tenebroso, porque vemos o Nick garantir a Charlie que Harry e
Ben não estarão lá (mas sabemos que, no fim, eles estarão sim), e vemos o
Charlie muito certo de que nada vai dar errado porque o Nick estará lá…
Mas, embora
o Nick tente, ele não consegue impedir que a experiência seja horrível para
Charlie… os dois até têm uns momentos fofos, como durante a sessão quando Nick,
durante um susto, segura a mão de Charlie, e depois busca a mão dele para
segurá-la de verdade, em um momento adorável. Mas os momentos fofos são
cobertos rapidamente de angústia graças ao grupinho nojento liderado por Harry
– que, inclusive, faz comentários que ainda me machucam. É triste, na verdade,
pensar que, atualmente, eu sou um homem gay de 29 anos, bem resolvido com a
minha sexualidade, mas que assistir a cenas como a de Harry “implicando” com
Charlie ainda me faça tão mal, porque parece que toca em feridas que eu não
gostaria que ainda estivessem abertas. E não posso deixar de pensar em quantos
jovens ainda sofrem, agora, o que o Charlie sofre na série.
O mundo
seria tão melhor se pessoas como o Harry não existissem… mas, infelizmente,
eles estão por todos os lados. Por isso é tão bom e tão gratificante ver o Nick
enfrentando o Harry – e ainda queremos mais, ainda queremos ver o Nick dizer a
Harry que Charlie é seu namorado, ainda queremos vê-los andando de mãos dadas e
cabeça erguida no corredor, calando a boca de todos os babacas como o Harry e o
Ben, mas Nick está dando passos importantes nessa direção. Quando Charlie vai
embora arrasado depois de uma noite péssima (graças ao Harry e o que ele chama
de “piadas”, primeiro, e ao Ben e umas palavras amarguradas, depois, no
estacionamento), Nick volta para dentro do cinema para confrontar o Harry, e
como o Harry fica cada vez mais nojento,
Nick dá um soco na cara dele. Pode até
ser que a violência não resolva as coisas…
Mas que foi gostoso ver o Harry levar aquele
soco, foi.
Fico
extremamente triste tanto por Nick quanto por Charlie. Nick está sofrendo
horrores graças aos “amigos” que são pessoas horríveis, e o machuca ver tudo
pelo que o Charlie está passando… Charlie, por sua vez, tem um sofrimento
duplo, que tem a ver com o bullying
propriamente dito, mas também com o sentimento de culpa que isso lhe traz – isso é o que mais me angustia: o Charlie
ter um sentimento de culpa quando ele não fez nada de errado. É de partir o
coração vê-lo dizer ao Nick que ele não precisa fazer nada porque “está
acostumado com isso” e ainda pedir desculpas (!) porque o Nick entrou em uma
briga por causa dele, porque é como o Nick diz ao Charlie: ele não precisa passar por nada disso… muito menos precisa “pedir
desculpas”. O que a opressão e pessoas babacas como o Harry e o Ben fazem com
pessoas boas como Charlie Spring…
“Bully” foi, possivelmente, o episódio
que mais me entristeceu – mas era de se esperar, sendo o penúltimo da
temporada… já estamos habituados a isso. E eu sofro ao lembrar, por exemplo,
como o Charlie ESTAVA FELIZ antes de ir ao cinema, contando para a irmã sobre
ele e Nick, e como esse brilho foi apagado injustamente… sofro, também, ao
lembrar de Nick, e ele tem dois momentos muito importantes e muito bonitos
nesse episódio: 1) com a mãe, no carro, quando ela pergunta o que aconteceu e
ele conta, e ela fala sobre como “Charlie é um amigo muito especial” e ele
concorda; 2) quando Charlie vai falar com ele na escola no dia seguinte e Nick está
cansado dos colegas do rúgbi, cansado
disso tudo, e então ele deita a cabeça no ombro de Charlie, sem se preocupar
com quem está por perto e com quem pode vê-los juntos… é tão singelo, mas tão
importante.
Também
acompanhamos um pouquinho de Tao, e eu preciso dizer: eu gosto do Tao. Ele tem, sim, seus defeitos, seus exageros, mas
quem não tem? Eu entendo a maioria de suas ações (inclusive a de fazer os
amigos assistirem “Donnie Darko”,
diga-se de passagem, porque aquele filme é perfeito), e eu sofri com ele,
também, quando ele percebe que existe, sim, algo entre Nick e Charlie, e que
Elle sabe, e que todo mundo sabe, mas que Charlie não contou para ele… aquela mensagem ao Charlie de que “eles mal
são amigos agora” é um pouco dramática, sim, mas a verdade é que ambos se amam,
e por isso é que todas essas coisas doem ainda mais. Quando Charlie e Nick
correm para apartar uma briga entre Tao e Harry (!), fico orgulhoso do Nick,
mas fico arrasado com os olhos e voz de choro do Tao perguntando ao Charlie por que ele não contou sobre ele e Nick…
achou que eles fossem amigos.
Sério,
queria dar um abraço no Tao e dizer que tudo ia ficar bem. Porque vai.
Nick,
Charlie e Tao não merecem todo o sofrimento que enfrentaram hoje…
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Socorro moço, quando sai a review do último episódio?! Preciso de spoilers antes de assistir, rsrs... E suas publicações são as melhores. ;)
ResponderExcluirAaaah! *-*
ExcluirA postagem já está pronta... fiquei tão feliz com seu comentário (de verdade, obrigado!) que eu vou programá-la para amanhã! Espero que goste! :)
Que legal! Vou ler agora já para ir ver o último episódio. Vlw!
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