Sítio do Picapau Amarelo (2005) – O “namoro” de Cléo e César
Vários corações partidos…
Quantos corações partidos de uma só vez…
Teteia ameaçou contar para Marcela que o João da Luz estava escondido no Sítio
do Picapau Amarelo e obrigou Cléo a
terminar com ele. Para que a sua mentira fosse crível e o João não ficasse
insistindo em procurá-la, no entanto, Cléo precisou dizer que estava apaixonada por outro cara – e
quem melhor do que o jornalista César Britto, de quem o João já estava com
ciúmes de qualquer maneira? Mesmo assim, João custou a acreditar nessa
história, e só pôde fazê-lo quando Cléo beijou
o César no meio do Arraial, de surpresa. E, assim, a confusão está armada e
os corações estão partidos por todos os lados. Já sabíamos que o João sofreria
com isso, mas não é com ele que eu de fato me importo… fico bastante triste em
acompanhar a Cecéu e a Narizinho, ambas apaixonadas pelo jornalista, sofrendo.
A Cecéu é
uma personagem incrível! Carismática e querida, gostamos de vê-la ganhar
destaque na temporada com a chegada de César Britto, mas é muito triste ouvi-la chorar, dizendo para si mesma que “um moço
sabido como ele jamais olharia para uma garota burra que nem ela”. É tão triste
ver esse sentimento tão enraizado na Cecéu, e desde o começo da temporada ela
pede para que a Dona Joaninha a matricule na escola, porque ela sonha em
retomar os estudos… em uma das cenas mais tristes da personagem, ela volta a
pedir que a madrinha a coloque na escola, mas a Dona Joaninha debocha dela
dizendo que ela é muito grande para a escola e que as crianças “sabem muito
mais que ela”, mas adoro a Cecéu respondendo que por isso mesmo quer voltar a
estudar: para aprender coisas que ela não
sabe. Não vejo a hora de ver a Cecéu voltar para a escola!
Cléo estava
desesperada para que o João acreditasse nela quando disse que estava apaixonada
por César, mas ela fez errado em beijar o rapaz sem conversar com ele antes…
ela pede desculpas depois, explica toda a situação, e ele responde: “Quer dizer então que você me usou, foi isso?”
Cléo quer bancar a boazinha, dizer que “teve seus motivos”, mas a verdade é que
ela pouco se importou em saber o que o César pensava disso, não cogitou que
talvez ele realmente sentisse algo por ela e isso só o confundiria/iludiria…
Cléo agiu para proteger o João, sim, mas isso não a impede de ter sido egoísta,
e eu fiquei triste pelo César, para dizer bem a verdade. E ela continua! Mesmo
vendo que o César está se sentindo usado, e que está magoado e iludido, ela
pede que ele continue fingindo que eles
estão namorando, para ajudá-la… sério, a Cléo não tem a menor noção!
João, por
sua vez, reage com o já esperado drama de sempre: ele diz que vai embora porque “não aguenta ficar tão perto da Cléo
depois de tudo”. O texto do João se torna repetitivo nessa fase da
temporada, e eu fiquei com dó mesmo foi do Pedrinho, que está muito triste com
a partida do melhor amigo, pedindo para que ele não vá embora… a maneira como o
garoto abraça o João e diz que ele é seu
irmão mais velho (“Você não vai
deixar seu irmão mais novo sozinho, vai?”) é a coisa mais fofa e mais
triste do mundo. Podemos estar pensando
demais nesse momento, mas a verdade é que João não tem responsabilidade
emocional alguma, porque ele não se dá conta de que a sua relação no Sítio do
Picapau Amarelo não é mais apenas com a Cléo, e que o Pedrinho é um garoto novo
que aprendeu a amá-lo e contar com ele como se fosse seu irmão.
Ele não pode magoá-lo desse jeito.
Outra pessoa
que está sofrendo é a Narizinho, e sempre me admira a maneira como essa temporada
consegue trazer uns assuntos pertinentes à infância e adolescência com uma
sensibilidade admirável. O que Narizinho sente pelo César Britto é algo que nem
ela mesma entende, e é aquela questão do amor platônico, que acontece quando a
gente se apaixona pelo professor ou pelo amigo do irmão mais velho, como a Dona
Benta diz… mas o fato de ser platônico não quer dizer que não doa, e a
Narizinho está sofrendo tanto que é triste de se ver! Emília e Patty Pop tentam
entender o que está acontecendo com a garota quando ela sai correndo e chorando
para o quarto ao saber do namoro de Cléo e César, mas Emília não quer acreditar
que ela esteja sofrendo por causa do “César Xarope”. Inclusive, me irrita que a Emília implique tanto com ele.
Quer dizer,
o César é muito material de crush mesmo.
Dona Benta,
inteligente como sempre, percebe o que está acontecendo, e ela é sempre essa vovó fofa e cuidadosa, e ela tem com a
neta uma cena lindíssima que me fez lembrar de quando ela teve que explicar
para a Narizinho que ela não devia usar maquiagem ainda e tudo o mais… Dona
Benta é sábia, carinhosa e firme. Ela explica, cobra e acolhe, tudo ao mesmo
tempo, e é lindo… como sempre. “Você pode
sempre contar com o colo da vovó. Mesmo quando você for muito maior que eu”.
A emocionante cena de avó e neta mostra a Dona Benta explicando um pouco do que
a Narizinho está sentindo, sem nunca desdenhar ou diminuir seus sentimentos,
mas ela também consegue explicar para a Narizinho que ela ainda é muito nova e
não deve deixar que esses sentimentos a impeçam de continuar fazendo as coisas
que sempre fez, como brincar com as crianças…
É lindo ver a Dona Benta ajudando a
Narizinho a voltar lá para fora depois de ela ter saído correndo para chorar
sozinha no quarto… mas me parte o coração ver o sofrimento dela!
Em paralelo,
descobrimos que o Dr. Saraiva e o Coronel Teodorico já se conhecem de longa data… eles foram colegas na faculdade de
direito e se odeiam desde então. Ao que tudo indica, Teodorico sempre teve esse
caráter duvidoso – na época de
faculdade, ele ficava pedindo cola, roubava canetas, mas o “Coronelzinho”, como
o Dr. Saraiva o chama, odeia o Dr. Saraiva por um motivo em específico: porque o Dr. Saraiva “roubou” a mulher que
ele amava. O Coronel Teodorico é sempre patético, e aqui ele lamenta o fato
de o Saraiva, na época de faculdade, não ter dinheiro nenhum e ser o melhor da
turma, enquanto ele, que era o mais rico da turma, não ter nem se formado… mas
é o fato de o Dr. Saraiva ter se casado com Leonora que faz com que Teodorico aja
com essa infantilidade e guarde esse rancor eterno – Marcela quer usar o fato
de “eles serem inimigos mortais” a seu favor.
Mas o que
ela vai fazer?
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