Star Trek: Strange New Worlds 1x03 – Ghost of Illyria

Intolerância.

MAIS UM EPISÓDIO PERFEITO! Que estreia e que primeiros episódios perfeitos de “Star Trek: Strange New Worlds”. Como comentei na minha última review da série, atualmente eu estou tão empolgado e esperando ansiosamente pelo próximo episódio da série que me sinto novamente como a criança que assistia a “The Original Series” – mesmo que anos depois de sua estreia, é claro. “Strange New Worlds”, além de trazer a USS Enterprise na época do Capitão Pike, consegue captar muito bem a estética e as temáticas que são típicas de “Star Trek”, e levantar discussões e reflexões enquanto apresenta uma série de exploração, em que o foco talvez sejam os seus personagens – gostei muito de como cada episódio, até agora, foi centrado em um personagem diferente, e foi incrível termos um episódio à Una, agora, a nossa Número Um.

“Ghost of Illyria” traz à tona um assunto bem atual: a intolerância e o preconceito. É inusitado pensarmos nisso porque, quando “Star Trek” nos apresenta a Federação, é muito fácil cairmos em algo utópico no qual personagens de todo o universo convivem pacificamente – e, infelizmente, não é o caso. Assim como em nossa realidade, a intolerância continua existindo, transferida de um tipo de preconceito para outro. O episódio começa nos aproximando de Illyria em um planeta devastado no qual a tripulação da USS Enterprise precisa realizar uma pesquisa e descobrir o que aconteceu com os Illyrians daquele lugar. Os Illyrians nunca foram parte da Federação porque eles são uma civilização que realizava mudanças genéticas em seu DNA para se adaptar ao ambiente e se proteger de doenças, por exemplo, e isso é considerado ilegal pela Federação.

Quando as coisas começam a dar errado para a Enterprise e a tripulação começa a ficar doente, apenas uma pessoa pode salvá-los – alguém que esconde um segredo que pode tirá-la da Federação de uma vez por todas… no entanto, a sua presença, suas ações e as descobertas no planeta estão prestes a fazer com que o Capitão Pike e os demais comecem a questionar o porquê de os Illyrians serem tratados como são: eles de fato fizeram algo errado e/ou são perigosos, ou a Federação os condena por medo, porque eles fazem algo que eles não entendem? Depois da missão no planeta devastado, membros da missão em solo começam a apresentar sintomas estranhos, como deficiência de Vitamina D e uma dependência assustadora da luz, enquanto o Capitão Pike e Spock ficam presos em solo sem poder retornar, durante uma tempestade de íons.

Ter o Capitão Pike e Spock em solo, mesmo que eles tenham tido algumas cenas incríveis (eu simplesmente adoro a dicotomia de reações, com o Spock extremamente racional, “lendo” e pesquisando informações importantes, enquanto Pike caminha nervoso de um lado para o outro, se sentindo impotente), fez com que o episódio conseguisse centrar-se em outros personagens. Liderados por Una, que, como Número Um, é a autoridade máxima à bordo na ausência do Capitão, personagens como M’Benga, o médico da USS Enterprise nessa época, a enfermeira Chapel, Hemmer, e a própria La’an recebessem, também, um destaque merecido… mas a Número Um é quem brilha, naturalmente, tentando a todo modo encontrar uma solução enquanto pessoas ao seu redor começam a aparecer com uma estranha infecção que se espalha depressa.

Una descobre, quando Uhura não é contaminada apesar de estar em um quarto no qual duas outras pessoas são infectadas, como a infecção está se espalhando: através da luz. É um conceito interessante, mas embora isso ajude a Enterprise a se proteger de que a infecção continue se espalhando, muitas pessoas já foram contaminadas e elas estão agindo de forma cada vez mais perigosa, colocando a vida de todos em risco, a não ser que eles descubram uma maneira de curar essa doença – e Una sabe que ela pode ser a salvação da USS Enterprise porque, apesar de não ter contado isso para ninguém, ela é uma Illyrian, e mesmo que não apresente sintomas, ela foi infectada também, mas o corpo, alterado geneticamente para tal, sintetizou uma cura para a doença… o problema, agora, é que seu corpo erradicou por completo a infecção, não criou anticorpos.

Ou seja, M’Benga não pode usá-la para sintetizar uma cura para todos.

Toda a resolução do conflito é bem interessante, e vem em paralelo com a sequência do Capitão Pike e de Spock em solo, descobrindo que o que a Federação pensa sobre os Illyrians pode não estar totalmente correto: afinal de contas, eles acabaram morrendo ao tentar reverter as mudanças genéticas, para que pudessem ser parte da Federação… eventualmente, depois de um conflito bastante intenso entre Una e La’an, Chapel consegue sintetizar uma cura que salva a vida de todos que foram infectados na USS Enterprise, e Una é tratada como uma heroína. Foi linda a cena em que ela conversa com Pike e planeja entregar sua insígnia e enfrentar julgamento, e ele a defende, mas também foi tristíssima a cena da Una se perguntando se o tratamento seria o mesmo se ela não fosse uma “heroína”. Quando estaria ok ser apenas uma Illyrian?

Que episódio INCRÍVEL.

Cada vez mais apaixonado por “Star Trek: Strange New Worlds”.

 

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