A Favorita – A sina de Flora e Donatela

“Outra vez você e a Donatela com o mesmo homem? Mas isso é uma sina!”

Silveirinha não poderia ter dito melhor: Flora e Donatela se apaixonarem novamente pelo mesmo homem só pode ser uma SINA. Afinal de contas, foi isso que gerou toda a trama de “A Favorita”: em 1988, Marcelo Fontini foi assassinado por uma das duas, e Flora foi condenada em 1990 a 18 anos de prisão… agora ela está de volta, determinada a provar sua inocência, enquanto Donatela está desesperada – e, curiosamente, ambas acabam se aproximando do mesmo homem em 2008: o jornalista Zé Bob. É claro que, quando acabou se envolvendo com ambas, Zé Bob não tinha ideia de onde estava se metendo – aos poucos, no entanto, ele foi desconfiando, buscando informações, e chegando até a dupla sertaneja “Faísca e Espoleta”, da década de 1980, e agora ele sabe qual é toda a história por trás da rivalidade entre Flora e Donatela.

Zé Bob acredita em Donatela, e ele tem uma cena incrível com Flora na qual diz que “sua história é muito redondinha” e por isso não acredita nela, porque parece muito ensaiada ou qualquer coisa assim, mas isso não vai ser o suficiente para evitar problemas entre Zé Bob e Donatela – até porque Dodi agora está trabalhando com Silveirinha e Flora, e ele quer ajudar a afastar Donatela de Zé Bob. Assim, quando Donatela vai ao jornal para falar com Zé Bob, Flora está lá, mas não apenas está na redação… ela está o mais perto possível de Zé Bob, para que Donatela os veja e entenda tudo errado. Como se Zé Bob e Flora fossem um casal, embora já não sejam mais. Donatela fica furiosa, se chama de burra, idiota e estúpida, e acusa Zé Bob de ser o namorado da Flora, o acusa de ter planejado tudo com ela para se aproximar dela e descobrir seus pontos fracos…

É um desespero. Zé Bob tenta impedir Donatela de ir embora, mas ela está furiosa e se sentindo traída e, por isso, diz que nunca mais quer voltar a vê-lo. Zé Bob fica arrasado, mas sabemos que esse jogo ainda trará muitas surpresas! Dodi aproveita a ocasião para se aproximar de Donatela, para chamá-la de “amor”, e Lara não gosta nada de vê-lo no apartamento de sua mãe… Donatela o chama de canalha e cafajeste, mas Dodi é dissimulado o suficiente para dizer que a ama. Donatela, coitada, está em uma situação complicadíssima! De um lado, Dodi; do outro, Zé Bob. Quando Zé Bob aparece tentando conversar com ela, ela o acusa de ter mentido, de ter escondido que conhecia a Flora, e quando ela pergunta se ele já dormiu com a Flora e ele demora a responder, ela fica mais brava ainda porque “ele foi para a cama com a mulher que acabou com a vida dela”.

Nesse caso, em defesa dele, quando isso aconteceu ele não sabia.

De qualquer maneira, Donatela chora, grita, bate em Zé Bob e o expulsa, e conseguimos sentir pena de Zé Bob naquele momento, porque ele fica desesperado, gritando do lado de fora da porta que AMA a Donatela, algo que eu não sei se ele já disse a outra mulher na vida, mas que certamente nunca disse a Flora… e é claro que, brava ou não, Donatela ouviu isso e é impossível não pensar no que ele disse, por isso ela acaba decidindo ir até o apartamento dele para conversar com ele… e Flora aproveita o momento para provocar um pouco mais… Silveirinha é quem está por trás de tudo. Remexendo nas coisas de Donatela, por exemplo, ele descobre um comprovante de que Donatela tem 22 milhões de dólares em uma conta na Suíça, o que vai deixar a Lara ressabiada, certamente. Ele pega o papel para entregar à Flora e, por ora, avisa à amiga que Donatela foi atrás de Zé Bob…

Então, quando Donatela chega ao prédio de Zé, ela encontra Flora “saindo” do prédio, e eu devo dizer: COMO EU AMEI AQUELA CENA! A Flora estava mentindo e armando, é claro, mas ela é tão icônica e debochada que eu não posso negar que EU RI A CENA TODA. Dissimuladíssima, Flora diz à Donatela que “elas têm um amigo em comum naquele prédio”, e ainda provoca mais dizendo que não veio ali só para conversar, “se é que ela a entende”. Toda inocente, Donatela diz que Zé Bob não gosta de Flora e tudo o mais, mas Flora responde a chamando de ingênua e que se ela quer acreditar nisso, tudo bem… é engraçado, e um pouco desesperador, como João Emanuel Carneiro consegue nos fazer rir numa cena dessas, na qual Flora está claramente começando a mostrar suas outras facetas. É uma escrita incrível bem alinhada a uma interpretação impecável.

Flora é icônica, vamos fazer o quê?

Donatela está arrasada… tristíssima, pensando que isso não faz sentido, porque o Zé Bob foi atrás dela, disse que a amava, disse que não tinha nada com a Flora, e agora isso… e o que mais machuca Donatela é que seja justamente a Flora. Poucos dias depois, Zé Bob volta a procurar Donatela, então ela fala sobre ter visto a Flora saindo do seu apartamento, e Zé Bob diz que é mentira da Flora, que ela certamente estava plantada lá no seu prédio porque sabia que Donatela estaria lá, para perturbá-la, para mentir, para afastá-los… mais uma vez, então, Zé Bob diz que a ama, e Donatela não consegue não acreditar nele, ele parece muito sincero. E temos, ainda, um momento simbólico muito fofo, no qual ele lhe dá um anel simples dizendo que veio até ali para pedi-la em namoro… ele é fofo, romântico, quase um adolescente, e ela está apaixonada.

Então, ela aceita.

Por ora, está tudo bem.

 

Para mais postagens de “A Favorita”, clique aqui.

 

Comentários