[Season Finale] The Time Traveler’s Wife 1x06

Casamento e futuro.

QUE CONCLUSÃO PERFEITA – como toda a série, diga-se de passagem. Eu SEMPRE falei sobre como eu sou apaixonado por “A Mulher do Viajante no Tempo”, e a HBO fez um trabalho lindíssimo adaptando a história em “The Time Traveler’s Wife” – terminamos a temporada, no entanto, sentindo que não queremos nos despedir desses personagens… e sabendo que eles ainda têm mais histórias para contar. Com um episódio intenso e emocionante, o Season Finale encerrou algumas coisas importantes da trama de “The Time Traveler’s Wife”, mas deixou algumas dúvidas que permitiriam um futuro para a série. Como fã do livro que sou há anos, digo que a adaptação está impecável, mas alguns dos meus momentos favoritos da história ainda estão por acontecer, e eu gostaria de vê-los adaptados, seja em uma segunda temporada ou um especial.

Um especial seria uma boa maneira de finalizar a história.

O sexto episódio de “The Time Traveler’s Wife” é, sem dúvida alguma e sem medo de errar, o meu episódio favorito na série! Com muitos saltos temporais, eventos importantes amarrados de forma inteligente e toda a força que esses personagens têm, a série nos prova novamente que é a história de pessoas, e é isso o que, para mim, sempre a tornou tão forte. Eu acho toda a questão da viagem no tempo e as complicações e peculiaridades que ela gera no relacionamento de Henry e Clare um encanto à parte, mas “The Time Traveler’s Wife” é uma história que faz o que eu acho que toda série precisa fazer para conseguir conquistar e prender os seus espectadores: apresentar personagens que façam com que nos importemos com eles, que torçamos por eles… e sempre torcemos por Henry e por Clare, em cada momento difícil da jornada deles.

Assim como na estreia, esse episódio nos apresenta algumas “versões” de Henry. Vemos o Henry de 42 anos, o Henry mais velho que conhecemos, debilitado em uma visita à clareira; vemos o Henry de 28 anos, que está nervoso com o casamento com Clare, que se aproxima; vemos o Henry de 30 anos, depois do casamento, que está procurando uma casa onde eles possam morar; vemos o Henry de 16 anos, que conta para o pai que é um viajante do tempo depois de o pai o encontrar transando com ele mesmo; vemos o Henry de 36 anos, em um dos momentos mais críticos do seu casamento com Clare. E preciso dizer que Theo James, como sempre, faz um trabalho excepcional como as várias versões do personagem (ele só não interpreta a versão de 16 anos), mostrando todas as suas inseguranças, suas dúvidas e, também, suas forças, em cada momento da vida.

Foi legal retomarmos a famosa cena dos Henrys de 16 anos transando, para que pudéssemos ver a conversa de Henry com o pai, depois de ser flagrado, porque é a primeira oportunidade que temos de conhecer o pai de Henry de verdade – além daqueles saltos para quando Henry ainda não existia. Encontramos um Richard sofrido depois da morte da esposa, com problemas de alcoolismo, uma relação distante com o filho… e, aos poucos, o Henry de 28 anos, preocupado com o casamento por vir, volta a se aproximar do pai, o que é muito bonito. E o pai fica feliz e emocionado por ser “a pessoa para quem ele liga quando está preocupado”. E Henry está preocupado… muito preocupado. Com o casamento por vir, pensando no futuro com Clare e na própria cerimônia, da qual ele tem medo de desaparecer, Henry está experimentando uma série de viagens.

Gostei muito de como a série apresentou esses saltos curtos de uma maneira inteligente e que condiz brilhantemente com os conceitos apresentados: afinal de contas, Henry já dissera que era mais comum viajar para o passado do que para o futuro, mas que viagens para o futuro também aconteciam e, agora, estão acontecendo porque a preocupação é um gatilho para viajantes do tempo, e sua preocupação atual é justamente com o futuro, por causa do casamento – então ele é puxado para lá. E, quando isso acontece, ele vai pegando trechos de história, como peças de um quebra-cabeças que ele tenta montar para entender, para saber o que está acontecendo, e o episódio consegue construir um suspense melancólico interessante e doloroso enquanto ele assiste a uma briga de Clare e Henry, por exemplo, em algum momento do futuro.

É desesperador assistir aos saltos de Henry, e “The Time Traveler’s Wife” faz questão de torná-los brutais, violentos… cada vez que ele aterrissa, nos preocupamos com como ele está e com o que ele pode ver. O que ele está presenciando, de maneira alternada, é a trágica história das gravidezes de Clare: ela quer, mais que tudo nesse mundo, ter um filho, mas não importa quantas vezes ela engravide, ela sempre acaba perdendo o filho porque, como o Henry de 36 anos eventualmente explica para o Henry de 28, “ele faz filhos que viajam no tempo” e, consequentemente, “para fora do útero”. É por isso que o Henry de 36 anos fez uma vasectomia, para que Clare não precise mais passar por isso, e é essa a grande briga que o Henry de 28 anos presencia em uma das suas viagens, conforme o grande dia do casamento se aproxima e ele não sabe se vai conseguir ficar.

E não consegue.

Henry tenta. Ele faz de tudo, como buscar drogas para se “acalmar”, mas isso parece tornar tudo ainda mais difícil, e não é ele, por fim, quem está com Clare no dia do casamento – bem, pelo menos não aquele Henry. É interessante essa “troca de lugar” deles. O Henry de 36 anos, com quem Clare estava brigando por causa da vasectomia e que acabou de levar um soco da sua versão de 28 anos, é o Henry que está na igreja no dia do casamento… enquanto um Henry de 28 anos, que deveria estar no casamento, salta para o futuro e assiste a tudo na gravação. Uma gravação que Clare teve que insistir muito para ser feita, porque Henry “não gosta de vídeo”… afinal de contas, são como armadilhas para ele. No fim, no entanto, o vídeo é importante, porque é a maneira como o Henry mais jovem “participa” da cerimônia – com direito a interações brilhantes!

O paralelo das cenas funciona muito bem e tornam a sequência ainda mais significativa. É inusitado ver uma Clare de 29 anos conversando com um Henry de 28 e dizendo, pela primeira vez na vida, que “sente falta dele” – desse Henry jovem, bobo, irritado… então, ela fala sobre casamento, sobre como eles não vão se fazer felizes o tempo todo, mas pede que ele esteja ao seu lado e que torne seus dias felizes mais felizes e seus dias tristes mais suportáveis, é só isso o que ela quer. Enquanto isso, o Henry de 36 anos tem um momento lindíssimo e emocionante com o pai antes de entrar na igreja, no qual ele pergunta para ele se “casar-se com a mãe valeu a pena, mesmo a tendo perdido depois”… ele diz que pergunta isso por Clare, porque ele se viu mais velho e “sabe que não vai durar muito”. Richard responde que não foi fácil, mas que valeu a pena.

E, em grande parte, valeu a pena por sua causa.

UM EPISÓDIO LINDÍSSIMO, SEM DÚVIDA. Eu gostei muito de como “The Time Traveler’s Wife” tem um tom quase lírico que é tocante. Ficamos com tramas em aberto (que o livro explorou, por isso falo sobre uma segunda temporada ou um episódio especial), como as gravidezes de Clare e a morte de Henry, mas o sexto episódio de “The Time Traveler’s Wife” deixa no ar algumas possíveis respostas/resoluções, e se encerra de maneira inteligente e bonita, mostrando a Clare de 29 anos com o Henry de 28 no futuro, enquanto a Clare de 20 anos se casa com o Henry de 36 no passado, e aquela cena da igreja, com todos cantando a música que significa tanto para a história deles, é um dos momentos mais lindos do episódio… o sorriso, o alívio e a felicidade estampados no rosto do Henry naquela cerimônia. Eu amo essa série. Espero ainda ver mais dela!

 

Para mais postagens de The Time Traveler’s Wife, clique aqui.

 

Comentários