[Series Finale] Universos Paralelos (Parallèles) 1x06 – H-4
Plano final.
QUE SÉRIE
MAIS GOSTOSA DE SE ASSITIR! Que felicidade a Disney+ ter me recomendado “Parallèles”, porque é justamente o tipo
de série que eu adoro: com uma pitada de ficção científica e um estilo que me
fez o tempo todo pensar em “Dark” e “Awake”, embora seja em uma proposta mais leve e, talvez, mais simples que ambas, “Universos Paralelos” é interessante,
inteligente, envolvente e consegue entregar tudo aquilo a que se propõe… e faz
com que nos apaixonemos por personagens como o Bilal e a Sofia – para mim,
claramente os dois protagonistas da série, poderia continuar os acompanhando
para sempre (fora que a relação deles me faz pensar muito na minha relação com
a minha mãe). “H-4”, o episódio
final de “Universos Paralelos”,
entrega bastante drama, uma sequência aterradora, uma conclusão emocionante e
uma cena final de arrepiar…
Tudo o que
eu esperava, depois de ter curtido tanto a série!
No fim do
episódio passado, Sofia resolveu levar Bilal para um lugar onde suas memórias
pudessem ser “estimuladas”: ele vem de um mundo no qual apenas ele e Romane
sobraram, e estava no bunker
justamente porque acreditava que tinha descoberto algo que podia ajudá-los a
voltar no tempo, para antes da realidade se partir durante aquele experimento
da ERN – para o seu aniversário com os amigos no bunker. Então, essas memórias precisam voltar a ele para que ele e
Sofia possam trabalhar em uma alternativa para o plano original que não deu
muito certo, como a Sofia de 2035 contou em uma mensagem que conseguiu enviar
para o passado… as cenas de Sofia e Bilal são sempre incríveis: leves,
saudáveis, e até os momentos de apreensão, como quando ele se passa por outra
pessoa e precisa saber o nome da tese desse cara, são uma delícia de se
acompanhar.
Enquanto
Bilal está trabalhando ferozmente, com as memórias voltando aos poucos conforme
ele vai digitando códigos e tudo o mais, as coisas não saem muito como o
planejado no que tange ao Victor – e vemos o Victor atingir o ápice de sua
“loucura” em uma sequência na qual ele se tornou um “vilão” completo e
poderoso… é bem difícil gostar dessa “versão” do Victor, mas, ao mesmo tempo,
eu sinto pena dele: Victor está há anos sofrendo, sendo tratado diferente pelos
pais, sendo comparado com o irmão e acusado de tudo o que dá errado na vida da
família, sendo mal-interpretado, nunca ouvido, nunca entendido… passar quatro
anos naquela realidade em que o Sam desaparecera o tornara ainda mais
traumatizado, o que é compreensível: ele estava sozinho em um internato, sem a
companhia dos amigos, e com os pais constantemente o acusando pelo
desaparecimento do irmão…
Não foi
fácil para ele… e, agora, isso tudo vem à tona em uma sequência complicada na
qual as coisas podem dar errado como já deram uma vez, culminando na morte de
Sam. Victor literalmente sequestra
Sam e chama os pais, para uma discussão acalorada, mas na qual coisas que
precisavam ser ditas finalmente são ditas…
Victor está descontrolado, mas ele precisava ouvir o que ele ouve, e são três
momentos importantes: 1) quando a mãe reconhece que, de fato, ela e o marido
erraram com ele como pais, e sempre o castigaram porque era mais fácil do que
tentar entendê-lo; 2) quando Bilal conta o que aconteceu em sua realidade, mas
também diz que está ali por ele, não só por Sam, e que nunca mentiu para ele;
3) quando Romane usa o seu poder para parar o tempo e abraçar um Victor cada
vez mais atormentado, e isso o acalma definitivamente.
Pode parecer
quase deslocado, quase inesperado, pelo nível de descontrole que Victor acabara
de atingir, mas aquela cena do abraço de Victor, Romane, Bilal e Sam funciona
muito bem dentro da proposta da série, porque nos remete a uma cena
parecidíssima no primeiro episódio, como é brevemente vista mais uma vez,
inclusive: os amigos sempre estiveram ali por Victor, sempre o acalmaram,
quando ele estava preocupado por causa da escola e tudo o mais, por exemplo.
Esse grupo tem uma amizade muito bonita, como eu comentei no primeiro episódio,
e é justamente a falta dessas pessoas em sua vida, junto com todo o resto, que
transformou o Victor no que o vemos quatro
anos no futuro. Agora, talvez ele esteja de volta… e talvez eles possam correr
para chegar ao bunker a tempo do
próximo experimento da ERN e, com sorte, voltar à sua vida normal.
E eles
conseguem.
É quase
utópico, mas eu fico satisfeito com esse final
feliz para “Parallèles”. Foi
bonito ver o grupo de amigos retornar para a noite em que tudo começou, ver que
eles estão bem, que a vida vai seguir – e ficamos nos perguntando o quanto eles
se lembram e se, por não lembrarem, as coisas não vão acabar ficando ruins
novamente… mas não é exatamente o caso. Podemos ver que, lembrando conscientemente
ou não, resquícios do que aconteceu permanece com cada um deles, porque Sam já
foi acusado de “nunca defender o irmão”, por exemplo, e enquanto os pais gritam
com Victor por sair escondido durante a noite em uma cena revoltante (como se o
Sam não tivesse ido também!), Sam acaba descendo as escadas e ficando para
defender o irmão… o que é ótimo! Naquele momento, temos certeza de que as
coisas não serão tão ruins quanto antes.
Para
finalizar, temos dois momentos LINDOS no fim da série. Primeiro, quando Bilal
desperta no dia seguinte e descobre uma cápsula endereçada para Sofia, e então
vemos uma “Sofia do futuro” (apenas três dias no futuro, em outra realidade)
contando para aquela Sofia tudo o que
acabou de acontecer… o que, é claro, é algo bastante impactante. Depois,
aquele momento PERFEITO no qual Romane, Victor e Sam estão na casa de Bilal
para celebrar o seu aniversário, entregando presentes, e Sofia traz o presente
que comprara para ele e que chegara naquela manhã: aquele momento, aquele presente,
é um gatilho para que as memórias retornem, como já fomos informados de que
pode acontecer… foi uma cena de arrepiar o momento em que percebemos o que está
por acontecer e, enquanto abre o pacote, aquela cena linda do carro retorna
para Bilal e todos os demais…
Eles se lembram de tudo. Que final
perfeito, emocionante.
Terminei com
lágrimas nos olhos… adorei acompanhar essa série!
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