Stranger Things 4x02 – Chapter Two: Vecna’s Curse
Morte em
Hawkins.
“Stranger Things” está em uma fase
interessante – aclamada na internet, a quarta temporada tenta, de certa
maneira, um estilo diferente do que
foi feito na série até agora, e não me refiro a roteiro… afinal de contas, “Stranger Things” mantém-se fiel a seus
personagens e às suas tramas, agora com um vilão
vindo do Mundo Invertido que parece ser mais
perigoso do que qualquer um que eles enfrentaram antes. O que quero dizer é
que a série está tentando uma nova organização narrativa, que justifica os
episódios longos, mas com um ritmo gostoso de acompanhar que faz com que nem
percebamos o tempo passar: menos em formato série e com características
novelescas em sua composição organizacional, acho que é esse é um estilo que
está funcionando bem para “Stranger
Things”, e que está nos deixando vidrados e ansiosos pelo próximo episódio.
Agora, a
série se divide em núcleos paralelos que vão evoluindo aos poucos, sem deixar
de estarem conectados por um tema central. No primeiro episódio da temporada,
reencontramos os personagens e conhecemos o novo vilão, Vecna, que já fez sua
primeira vítima em uma sequência macabra que marcou a estreia da temporada. Em “Vecna’s Curse”, acompanhamos a cidade
de Hawkins lidando com as consequências
da morte de Chrissy, com direito ao Dustin tomando a frente de uma espécie de
“investigação” que pode levá-los até o “monstro” que pode ter saído do Mundo
Invertido para atacar a cidade novamente… enquanto isso, também acompanhamos
mais de Will e Eleven na Califórnia, agora com a chegada de Mike, enquanto
Joyce está em uma missão “paralela” que tem a ver com o bilhete que recebera
sobre Hopper no episódio passado.
O núcleo da
Califórnia está me causando bastante angústia… o sofrimento de Eleven e todo o bullying que ela está sofrendo pelo
grupo liderado por Angela é bastante pesado de se assistir, e nem mesmo a
chegada de Mike é o suficiente para alegrá-la. Eleven quer estar feliz, ela
coloca um sorriso no rosto, tentando se convencer a se alegrar também,
imaginando todas as coisas que eles podem fazer (enquanto Will está agindo de
uma forma meio carrancuda, e imaginamos bem o porquê… queria ter visto o
desenho que ele acabou tendo vergonha de entregar a Mike, e que deve ser o
desenho que a El dissera que “imaginava que ele estava fazendo para uma garota
que gostava” ou algo assim), mas quando ela leva Mike para uma pista de
patinação e Angela e o grupinho do mal aparecem, El não pode ter paz… e as
cenas foram todas desesperadoras.
O bullying é pesado de se assistir – assim
como fora no episódio anterior, mas parece que aqui se agrava ainda mais… e
mais a cada segundo. Tem toda a humilhação na pista de patinação, a música, as
risadas, o milkshake jogado sobre El, as risadas maldosas… mais tarde, quando
Eleven tenta se posicionar, depois de se esconder por muito tempo para chorar,
Angela é ainda mais cruel em comentários maldosos, então eu preciso dizer: eu não julgo Eleven por fazer o que fez – na
verdade, eu fiquei feliz porque a Angela levou o que merecia. Eleven, em um
acesso de fúria que não é exatamente novidade para ela, pega um patins, vai até
Angela, chama o nome dela e então a acerta na cara com o patins, o que deve ter
doído bastante… e é aquela história: estou
com meu pano na mão para a Eleven. Mas, a julgar pelas reações, a El terá
que enfrentar consequências.
Joyce, por
sua vez, está distraidíssima – tanto que ela nem sabe de nada que está
acontecendo com seus filhos… Will está sofrendo, Jonathan está quase terminando
com a Nancy “em câmera lenta”, e Eleven está sofrendo bullying, mas Joyce está envolvida demais no recado que recebera de
um tal “Enzo” e que supostamente quer dizer que Hopper está vivo, e agora ela
não vai descansar enquanto não desvendar esse mistério e descobrir se existe
mesmo alguma chance de ele ter sobrevivido, apesar do que ela vira acontecer na
última vez em que o viu… então, ela se une a Murray, uma dupla interessante,
mas eu confesso que essa é a parte que menos
me empolga atualmente em “Stranger
Things” – o que não quer dizer que eu não posso mudar de ideia nos
episódios seguintes, conforme essa trama vai avançando. Vamos ver o que eu acho
nos próximos episódios.
Grande parte
do episódio está em torno do “Assassinato em Hawkins”, que os jornais anunciam
ainda sem citar o nome de Chrissy ou de Eddie, mas aos poucos a notícia vai se
espalhando… o namorado babaca de Chrissy parece não ter dúvidas de que foi Eddie quem a matou e, infelizmente,
essa é a conclusão a que todo mundo vai chegar quando souber o que aconteceu.
Por isso, quando Max procura Dustin para contar que vira Chrissy entrar no
trailer de Eddie na noite anterior e depois o vira sair “dirigindo feito louco”
mais tarde, Dustin resolve ajudar o amigo, porque ele sente que Eddie não seria
capaz de assassinar alguém – mas, se Eddie é mesmo inocente, ele vai precisar
de toda a ajuda que puder conseguir para provar que é inocente, e Dustin quer
ajudá-lo. Eu sempre gosto muito de ver o Dustin todo preocupado e envolvido nas
coisas…
Então,
Dustin e Max, em busca de um computador para transformar em “sua base de
operações”, chegam até a locadora onde Robin e Steve trabalham – E QUE
SEQUÊNCIA PERFEITA. São, certamente, os meus momentos favoritos no episódio e
na série atualmente… poderíamos passar muito tempo ao lado de Dustin, Max,
Robin e Steve e “Stranger Things”
continuaria sendo perfeita! Gosto de toda a dinâmica do grupo, gosto de como
cada personagem tem seu estilo e como eles se completam, amo a amizade de
Dustin e Steve, que surgiu inesperadamente nas outras temporadas e funcionou
incrivelmente bem, e amo como parte do Steve parece estar com ciúmes do fato de Dustin estar tão preocupado em ajudar
Eddie, que é “seu outro amigo mais velho”. E, então, eles conseguem descobrir
onde Eddie provavelmente está escondido.
Acho que
esse grupo tem tudo para funcionar incrivelmente bem… encontramos, agora, um
Eddie bastante diferente do Eddie que conhecemos no episódio anterior, porque
ele viu algo traumatizante e ainda
está atordoado, sabendo que ele vai acabar sendo culpado da morte de Chrissy, e
nem conseguindo entender direito o que viu – além de que sabe que ninguém vai acreditar nele se ele contar.
Mesmo assim, Max e Dustin pedem que ele tente… Eddie não sabe, mas eles viram coisas estranhas em Hawkins
anteriormente, talvez eles acreditem, sim. Conforme Eddie vai se abrindo sobre
o que presenciou, todos vão se dando conta de que estão lidando com algo sério
novamente, e que mais um pouquinho do Mundo Invertido “escapou” para Hawkins…
Dustin e Eddie, inclusive, conseguem até nomear o novo vilão que enfrentarão…
Vecna.
Por fim,
falando em Vecna, vemos mais uma morte macabra acontecer. Nancy decide ir
“investigar a morte”, para escrever sobre ela para o jornal, e vai com Fred, o
editor, até os trailers no qual Eddie mora, em busca de informações… enquanto
ela entrevista o tio de Eddie, que tem uma história interessante e
aterrorizante para contar enquanto fala sobre como o sobrinho não faria nada
daquilo do que será acusado, Fred é atormentado por fantasmas do seu passado em
uma sequência macabra que nos remete à sequência com Chrissy no episódio
passado… Vecna está indo atrás de pessoas
com algum tipo de vulnerabilidade, e Fred acaba sendo a segundo vítima do
vilão quando ele se recusa a “se juntar a ele”. Mais uma morte macabra para a
conta de Hawkins… e, acredito, as coisas começarão a ficar bem desesperadoras na cidade de agora em diante.
Bem curioso
pelos rumos dessa temporada!
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