The Time Traveler’s Wife 1x04

Conhecer os amigos da namorada nunca é fácil…

Caótico, divertido e inusitadamente emocionante – o quarto episódio de “The Time Traveler’s Wife” é diferente de todos os que vimos até agora, e igualmente incrível… estou cada vez mais apaixonado por essa série, e já começando a lamentar o fato de que a temporada está chegando ao fim (e torcendo por uma renovação, já que ainda tem muita coisa do livro que eu gostaria de ver adaptada!). Chegou o momento de o Henry de 28 anos conhecer os amigos de Clare e, na verdade, os seus futuros melhores amigos. O episódio alterna principalmente entre dois tempos, com uma conexão simples, mas bem apresentada, e mostra dois momentos igualmente importantes na vida de Clare e no seu relacionamento com Henry: um emocionante e catártico; outro caótico, bizarro e inesperadamente melancólico. Bom ritmo, boa atuação, boa condução da história… sigo amando!

Eu adoro como “The Time Traveler’s Wife” tem um fio condutor muito claro e boas definições de temas para cada episódio, mesmo com toda a questão da “desorganização temporal” dos encontros de Henry e Clare. Várias coisas aconteceram na vida deles fora de ordem, e isso é uma parte importante da história, mas o roteiro consegue colocar esses eventos enquanto acompanha, “em primeiro plano”, o desenvolvimento do romance de Henry e Clare em suas linhas temporais originais: quando ele tem 28 anos e ela 20, no momento. Mesmo que, você sabe, tenhamos um Henry de 41 anos (e incrivelmente, lindo, esse homem é tudo!) entrando em um jantar para o qual não foi convidado. Os temas centrais de todos os episódios também são bastante bem definidos, e esse quarto episódio traz os arredores da vida de Henry e Clare, com os amigos.

Também retornamos à clareira: a última visita que Henry fez a Clare, a 152ª vez em que eles se viram naquele mesmo lugar, antes de ela conhecê-lo na sua própria linha temporal. E é o aniversário de 18 anos de Clare, o que quer dizer que ela quer, de presente, o que ela vem tentando desde os 16 anos, sem sucesso – e eu não posso julgá-la, porque muitos pensamentos passam pela minha cabeça toda vez que eu vejo o Henry. Clare organiza tudo para que eles tenham a primeira vez no último dia de clareira, inclusive uma roupa de gala para Henry, que tenta ao máximo evitar quando percebe o que ela quer… mas Clare é insistente, persuasiva, consegue até um pedido de casamento, quando descobre que ele nunca a pediu em casamento porque “eles sabiam o que ia acontecer, então não fazia diferença”. Então, eles acabam transando.

E é esse mesmo Henry de 41 anos (seguro dizer que é sua versão mais bonita, embora todos sejam lindos, certo?) que, ao desaparecer da clareira depois de fazer Clare feliz e, ao mesmo tempo, triste, porque ela descobre que só vai voltar a vê-lo dentro de dois anos, faz um novo salto: até 2008. Dessa vez, Henry aparece nu em uma fonte no meio da cidade, é perseguido pela polícia e corre até a casa de Clare – chegando bem no meio do primeiro jantar do Henry de 28 anos com os amigos de Clare. E É UMA VERDADEIRA CONFUSÃO DELICIOSA DE SE ASSISTIR. O tom desse quarto episódio é predominantemente cômico, e ganhamos uma série de excelentes momentos graças aos dois Henrys. Sensacional a cena dos Henrys de 28 e 41 anos conversando com Clare no quarto, enquanto o Henry de 41 anos vai, aos poucos, se lembrando do que acontecera.

Clare não podia imaginar um jantar mais CAÓTICO do que aquele – e ela tem duas visitas surpresas. A primeira, é claro, é a do Henry de 41 anos, que precisa de abrigo da polícia; a segunda é de Ingrid, a ex-namorada do Henry de 28 anos, que sabe sobre as viagens no tempo e que continua apaixonada por ele. Talvez tivesse sido mais “seguro” um dos Henrys ficar trancado no quarto até desaparecer novamente e retornar para seu próprio tempo, mas ele não o faz… enrolado em um lençol (o mesmo sobre o qual ele acabara de fazer sexo com Clare na clareira, muitos anos antes), Henry-41 vai para a cozinha, e ele e o Henry-28 parecem bastante dispostos a contar toda a verdade de uma vez para os amigos de Clare, Charisse e Gomez. Afinal de contas, o Henry mais velho garante que Gomez é o seu melhor amigo, mesmo que o Henry mais novo o “deteste”.

Adoro como o Henry é debochado e irônico – e como eles se mostram para Charisse e Gomez antes de explicarem tudo, fazendo piadas, comentários soltos e deixando que eles suponham o que está acontecendo… apesar de que eles chegam à possibilidade de “clones” antes de pensarem em viagem no tempo. O diálogo é rápido e sensacional, com referências a “De Volta Para o Futuro” (foi muito bom!), e uma boa dinâmica enquanto Gomez pede dicas de em que ações investir e Henry faz uma lista, que inclui Netflix e máscaras cirúrgicas, o que eu achei extremamente divertido. Se Charisse e Gomez são amigos tão importantes na vida de Clare e Henry, supõe-se que eles têm mesmo que saber toda a verdade de uma vez, e eles precisam aceitá-la, por mais absurda que possa parecer, porque, afinal de contas, eles estão vendo acontecer na sua frente.

Ingrid, por sua vez, protagoniza uma sequência inesperada emocionante – o episódio estava divertido, extremamente leve e em uma energia caótica, e é ela quem traz um novo toque à cena, falando sobre como ama o Henry, sobre como Clare ama o Henry mais velho, enquanto ela ama “o Henry de verdade”, mas como o Henry de 41 anos não quer falar sobre ela, sobre como ela está no futuro e coisas assim, ela acaba percebendo que ela está morta no futuro… e, ali, o episódio tem uma virada interessante e uma sequência emocionante quando o Henry-41 se recusa a falar detalhes sobre a morte de Ingrid, mas diz que ela tem pouco tempo, e fala sobre “viver como se fosse viver para sempre”, porque, no fim das contas, todos nós estamos mortos em algum momento do futuro… é forte, humano e emocionante, uma conclusão bonita para a relação com Ingrid.

Aquilo, no entanto, parece mexer muito com Clare – até porque ela ainda está conhecendo o “verdadeiro Henry”, ainda está aprendendo a amar e se apaixonar por esse Henry que, até então, ela não conhecia… ver o Henry mais velho, aquele que ela ama desde os 6 anos de idade, é estranho para ela, e vê-lo desaparecer é sempre doloroso. Ela voltará a vê-lo, e o próprio Henry sabe disso, mas talvez ela tenha que esperar um pouco mais – agora, ela terá que esperar que o “seu” Henry se torne o Henry que ela sempre amou. E eles farão isso juntos. Também é lindo o paralelo do Henry deixando um bilhete para Clare na clareira, pedindo “piedade”, e ela abraçando o Henry de 28 anos depois do jantar, sabendo que ele precisa dela… e, naquele momento, talvez tenha sido possível perceber, nele, o Henry que aparecia para ela na clareira durante todo esse tempo.

O Henry que ela sempre amou.

Que episódio incrível! Como todos!

 

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