Uncharted: Fora do Mapa (Uncharted, 2022)

“If something’s lost, it can be found”

Em busca do maior tesouro perdido de que já se teve notícia, “Uncharted: Fora do Mapa” é uma aventura típica e deliciosa de Sessão da Tarde. Protagonizado por Tom Holland e Mark Whalberg, o filme é despretensioso e exagerado no estilo “Indiana Jones” e “Os Goonies”, e entrega aquilo que se propõe a entregar: que é a diversão de uma caça ao tesouro com bons personagens, um pouco de comédia, de ação, de sentimento… eu gostei bastante! Baseado na série de jogos criada por Amy Hennig para Playstation, o filme começa em uma sequência que tem tudo a ver com videogame, e depois retorna 15 anos no passado para apresentar o nosso protagonista, Nathan Drake, e dar contexto àquela cena. Com o carisma de Tom Holland, bons visuais e uma boa aventura, “Uncharted” poderia ser o início de uma franquia – embora eu não tenha certeza que vá ser.

Conhecemos Nathan Drake aos 10 anos de idade, quando ele ficou sozinho em um orfanato depois que o irmão fugiu para não ser preso por tentar roubar o primeiro mapa-múndi, e depois o reencontramos no metrô de Nova York, aos 25 anos, a caminho do seu trabalho como bartender – onde ele também aproveita para roubar coisas de clientes, como uma pulseira valiosa, com uma facilidade assombrosa. É por causa desse seu “talento” que Nathan é procurado por Victor Sullivan, que precisa da sua ajuda para encontrar o tesouro de Guimarães, o maior tesouro que o mundo já viu, e que ele acredita ter finalmente uma pista a respeito do seu paradeiro… Sully e Nate formam uma dupla interessante que vai se desenvolvendo aos poucos conforme eles se aproximam e passam a confiar um no outro – o que não é muito fácil inicialmente.

“Uncharted: Fora do Mapa” me conquistou porque EU ADORO CAÇAS AO TESOURO. Tudo é grandioso, um tanto exacerbado, mas a aventura é sempre gostosa de se acompanhar, enquanto alguns mistérios são desvendados e objetos importantes precisam ser roubados – a aventura de Nate e Sully começa em um leilão, roubando uma cruz que funcionará como “chave” em um ponto crucial da caçada, e ali eles precisam enfrentar o primeiro desafiante: outro grupo que também está em busca do famigerado tesouro. Nate precisa gerar uma distração para que Sully possa roubar a cruz e, ao mesmo tempo, escapar de Braddock, uma mercenária que trabalha para o poderoso Santiago Moncada. A aventura os leva de Nova York até Barcelona, na Espanha, quando a dupla de Nate e Sully ganha mais uma integrante, Chloe Frazer, embora seja incerto o quanto se pode confiar nela…

Na verdade, está cada um por si durante grande parte do filme – e Nate, que tem um coração excessivamente bom, precisa entender que é assim que funciona nesse negócio… ele não pode sair confiando nas pessoas. Toda a sequência de Barcelona é bem interessante e, seguindo as informações do diário de Juan Sebastian Elcano, Nate consegue levar o grupo até a Santa Maria del Pi, uma igreja com uma cripta secreta (!) que os faz caminhar pelo subsolo secreto de Barcelona até um bar chamado “Infernum”. Apesar de nunca ter jogado “Uncharted” e, portanto, não poder fazer uma crítica que compare o filme com o seu material original, sequências como essas fizeram com que eu me sentisse dentro de um videogame, buscando itens, encontrando informações, “mudando de fase” para ir em busca de mais alguma outra coisa…

Gostei!

Ao invés de chegarem ao tesouro em Barcelona, tudo o que eles conseguem é um mapa que os direciona às Filipinas, o ponto final dessa imensa caça ao tesouro – e Nate Drake é uma peça-chave na resolução do mistério para descobrir o paradeiro do Tesouro de Guimarães, porque entendemos, finalmente, por que Sullivan queria tanto recrutá-lo para essa missão: Sully trabalhara com Sam, o irmão de Nate, há algum tempo, e ele tem motivos para acreditar que Sam sabia a respeito do último enigma, e que, de alguma maneira, o contara a Nate… por isso, Nate vasculha os cartões-postais enviados pelo irmão nos últimos anos, atrás de uma resposta, e ele joga bem quando finalmente percebe o que estava deixando passar, e consegue despistar Chloe, que já os traíra mais cedo, para que ele vá sozinho até o lugar onde o tesouro está escondido.

E COMO É LINDO AQUELE LUGAR. O cenário, os navios e os barris cheios de ouro… “Uncharted” caminha por uma série de cenários e situações bizarras, que envolve ser jogado para fora de um avião por um carro (!) ou lutar com espadas em um “barco voador” que, na verdade, está sendo içado por um helicóptero… a aventura é gostosa, a conclusão é previsível e tem tudo a ver com a ganância humana que faz com que ambos os tesouros se percam, mas mais vitoriosa para Nate e Sully do que eu cheguei a imaginar, e sentimos que o filme poderia facilmente ganhar uma sequência. Afinal de contas, Nathan e Sullivan foram bem apresentados, a relação deles agora está em um momento interessante, e ainda temos coisas que gostaríamos de ver, como o reencontro de Nate com o irmão Sam, que, diferente do que ele pensa, está vivo e continua escrevendo cartões-postais para ele…

Vamos esperar notícias! Certamente, os jogos oferecem muito material para adaptação!

 

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