Vale o Piloto? – Star Wars: Obi-Wan Kenobi 1x01 – Part I

“The time of the Jedi is over”

Mais uma série do universo de “Star Wars” estreou na Disney+, dessa vez contando um pouco da história de Obi-Wan Kenobi depois de sua luta contra Anakin Skywalker. A ideia de “Star Wars: Obi-Wan Kenobi” é ótima, e nos permite reencontrar Ewan McGregor como Obi-Wan, ao mesmo tempo em que pode entregar várias referências, ajudar a preencher lacunas, e não é mais uma “história de origem”. Eu não sou o maior fã do mundo da Trilogia Prequel de “Star Wars”, mas uma coisa eu sempre disse: “A Vingança dos Sith” é o meu “Star Wars” favorito (o clímax do filme e a sua conexão com a Trilogia Clássica, entregando a trama para “Uma Nova Esperança” são perfeitos!), e foi isso o que me chamou a atenção para começar a acompanhar “Obi-Wan Kenobi”. Com visuais incríveis, é emocionante e nostálgico estar retornando a esse universo.

O primeiro episódio começa com uma longa retomada do que acompanhamos na Trilogia Prequel de “Star Wars” (“A Ameaça Fantasma”, “Ataque dos Clones” e “A Vingança dos Sith”), desde a infância de Anakin Skywalker, a possibilidade de ele se tornar o maior Jedi que o mundo já vira, e sua relação com Obi-Wan Kenobi, até o momento em que Anakin escolhe se juntar com o Lado das Trevas, e o próprio Obi-Wan precisa derrotá-lo em uma batalha eletrizante e memorável que termina com a quase morte de Anakin – ele só sobrevive se transformando, então, em Darth Vader. A retomada também nos relembra o nascimento dos gêmeos Luke e Leia, e como eles foram separados no universo. Agora, em “Obi-Wan Kenobi”, poderemos acompanhar um pouco da infância de ambos, bem como Obi-Wan lidando com as consequências e a culpa de suas ações.

Ao fim de “A Vingança dos Sith”, os Jedi foram praticamente exterminados… com a execução da Ordem 66, Jedi foram caçados e mortos por toda a galáxia e, 10 anos depois, os últimos Jedi ainda vivos ou são brutalmente caçados pela Inquisição ou vivem escondidos e ocultando sua ligação com a Força para não serem descobertos… Obi-Wan vive em uma aldeia pequena de Tattooine, trabalhando em um emprego monótono diariamente, recebendo pouco, tentando viver de maneira digna, enquanto os fantasmas do passado o assombram e, assumindo o nome de “Ben”, negando qualquer um que o procura o chamando por seu verdadeiro nome – outros jovens Jedi sem treinamento que poderiam encontrar nele um abrigo, uma força e uma resistência, mas que são abandonados porque, como ele mesmo diz, ele “não é mais o mesmo do passado”.

Dez anos se passaram desde a luta contra Anakin – o que quer dizer que Obi-Wan não é mais o mesmo que conhecemos. De maneira discreta e distante, ele assiste ao pequeno Luke Skywalker crescer, sabendo que, um dia, será sua função treiná-lo, assim como foi sua função treinar o pai… mesmo que ele não saiba se estará pronto para essa missão, porque Obi-Wan acabou se tornando um homem melancólico e sofrido. Owen, o tio de Luke que o cria como seu filho, pede, inclusive, que ele se afaste, porque não o quer por perto: ele já falhou com Anakin Skywalker, e Owen não quer que ele cometa o mesmo erro duas vezes, colocando o pequeno Luke em perigo. O problema, é claro, é que Luke Skywalker é, quer ele saiba disso ou não, um Jedi, e, mais cedo ou mais tarde, a sua ligação com a Força vai começar a se manifestar e, quando isso acontecer, ele vai precisar de um guia.

Em paralelo, acompanhamos a pequena Leia – E NÓS AMAMOS A PRINCESA LEIA. Adorei como “Obi-Wan Kenobi” conseguiu mostrar, de maneira inteligente, uma versão bastante convincente de como seria a Princesa Leia na infância… durona, teimosa e com a língua afiada, Leia proporciona alguns dos melhores momentos do episódio, tentando fugir de alguns compromissos reais, por exemplo, nos quais “ela só fica acenando”, para poder correr pela floresta e subir em árvores… há muito a se explorar nessa fase da personagem, que rende ótimas cenas quando interage com o seu primo de nariz empinado, e ela consegue, até que com bastante classe (!) e muita inteligência, fazer com que ele cale a boca depois de dizer umas coisas desconfortáveis… mas ele também consegue entrar na mente dela, de certo modo, e ela repete o discurso de que “nem é uma Organa de verdade”.

Felizmente, o pai dela é um amor com ela. Amei a relação dos dois.

As histórias de Leia e Obi-Wan Kenobi vão se unir quando a princesinha é sequestrada quando tenta fugir de pedir desculpas ao primo… enquanto Obi-Wan está preocupado em cuidar de Luke e ficar por perto, mas não lhe permitem que o faça, ele é procurado pela família de Leia, para que ele ajude: só ele pode salvá-la. Obi-Wan tenta recusar a missão, para não ter que sair dali e da vidinha monótona que construíra, mas todos nós sabemos que, eventualmente, ele não vai conseguir deixar a Leia em perigo… “You couldn’t save Anakin, but you can save her”. Foi ELETRIZANTE vê-lo desenterrar seu antigo sabre-de-luz e partir para a batalha, para a aventura, para a ação… esse é o Obi-Wan que conhecemos, que amamos e que queremos ver. O grande problema é que o sequestro de Leia é justamente uma armadilha da Inquisição, que sabia que ele acabaria vindo atrás da garota.

E eles estão loucos para caçar o “último” Jedi.

Wow.

 

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