Lightyear (2022)
“To
infinity… and beyond”
QUE ANIMAÇÃO
FASCINANTE! Com um quê de nostalgia e um estilo de ficção científica espacial
que eu adoro, “Lightyear” é a mais
nova animação da Pixar, protagonizada pelo patrulheiro espacial BUZZ LIGHTYEAR.
Eu adoro como o filme começa anunciando que, em 1995, um garoto chamado Andy
ganhou um boneco do personagem principal de seu filme favorito… e aquele filme que estávamos prestes a ver
era o filme de que Andy tanto gostava. A ideia de “Lightyear” é interessante demais, e acaba apelando à nostalgia
dos fãs de “Toy Story”, mesmo que não
estejamos falando sobre o Buzz Lightyear brinquedo,
como o conhecemos há tanto tempo, mas o Buzz Lightyear patrulheiro espacial, um astronauta que ficou preso em um planeta
aparentemente inóspito durante uma missão e que agora precisa alcançar a
hipervelocidade para tirar todos de lá.
Eu adoro
ficção científica, e eu adoro filmes que se passam no espaço, e “Lightyear” consegue brincar com grandes
clássicos do gênero. Toda a questão da dilatação temporal, por exemplo, com os
anos se passando a cada viagem que, para o Buzz, duram apenas minutos, nos remete inevitavelmente a “Interestelar”, um dos melhores filmes
de ficção científica já feitos. Os efeitos da hipervelocidade, as naves
espaciais do início do filme e o diário do capitão que Buzz grava o tempo todo
me fazem pensar imediatamente em “Star
Trek”, uma franquia que eu amo de
todo o coração. Eventualmente, especialmente com a aparição do Zurg, as
inspirações em “Star Wars” são
bastante visíveis, com o Zurg parecendo uma espécie de “Darth Vader”, e tendo
até uma reprodução quase exata do lugar onde ele conta a Luke que é seu pai, em
“O Império Contra-Ataca”.
“Lightyear” é uma animação
surpreendentemente complexa, que de fato se debruça sobre alguns conceitos da
ficção científica, e se aventura com gosto pela odisseia espacial – não é
difícil de imaginar por que os
olhinhos de Andy devem ter brilhado ao assistir ao filme pela primeira vez! O
início do filme nos apresenta a chegada de Buzz ao planeta T'Kani Prime, com
sua melhor amiga, Alisha Hawthorne, e um novato chamado Featheringhamstan.
Quando eles percebem, no entanto, que o planeta não é habitável como esperavam
que fosse, já é tarde demais e um erro acaba comprometendo a nave e fazendo com
que toda a tripulação fique presa em
T’Kani Prime… enquanto, de certa maneira, parece que a vida começa a
“florescer” naquele planeta, e uma possível colônia se forma, Buzz Lightyear só
consegue pensar em uma coisa: tirar todo
mundo de lá.
Essa é a
característica de Buzz: ele é competente e destemido, mas também rigoroso
demais, até consigo mesmo… tentando estabilizar um cristal que o permita chegar
à hipervelocidade e, assim, tirar todo mundo daquele planeta e levá-los de
volta para casa, Buzz faz uma viagem que dura alguns minutos para ele – e pouco
mais de quatro anos para o restante do planeta. Ao invés de descansar depois
disso, no entanto, ele continua fazendo viagens consecutivas, até conseguir o
que quer, permitindo que o tempo passe no planeta enquanto ele não está ali, e essa passagem de tempo me lembrou um
pouco “Up: Altas Aventuras”, e vemos
o passar dos anos através da personagem de Alisha, que encontra a mulher de sua
vida, se casa, tem um filho, o vê crescer, até que, na última chegada de Buzz,
aproximadamente 62 anos depois de sua primeira partida, Alisha não está mais
lá…
Quando Buzz
consegue atingir a hipervelocidade (e mais de 22 anos se passaram em T'Kani
Prime desde a sua última partida), ele se depara com um novo problema: o fato
de que a cidade montada pela tripulação da nave original está agora envolvida
por um raio-laser, formando uma redoma que impede que qualquer um entre… e
aquilo está lá por causa de uma misteriosa nave que chegou há mais ou menos uma semana, e robôs que estão atacando a redoma
para tentar invadir a colônia, e tudo o que eles sabem fazer é dizer “Zurg”.
Buzz Lightyear se vê trancado para fora,
então, e ele precisará explodir a nave Zurg se quiser ter qualquer chance de
ajudar todos a “voltarem para casa”, e ele só vai contar com a ajuda de Izzy
Hawthorne, a neta de Alisha, e um grupo que mal se pode chamar de “novatos”,
para quem ele nunca teve muita paciência.
A Pixar tem
a capacidade de sempre carregar seus filmes de emoção e de mensagens muito
bonitos. Toda a história de Alisha Hawthorne é lindíssima (e ela é uma
personagem marcante que faz história
no estúdio, sendo a primeira mulher abertamente lésbica das animações da
Pixar), mas é uma história que Buzz perde: ele
não sabe o quanto a amiga foi feliz e viveu uma vida plena naquele planeta.
É Izzy quem o ajuda a perceber que talvez ele estivesse errado ao acreditar que
tudo o que as pessoas queriam era voltar para casa, que Alisha queria “voltar a
ser uma patrulheira espacial”. Estando tão focado nisso, Buzz falhou em
perceber que todos (todos exceto ele
mesmo) construíram uma vida em T'Kani Prime. Se Buzz não estivesse tão
obcecado em “corrigir um erro” e “salvar todo mundo”, talvez ele tivesse
percebido que podia ter sido feliz…
Como Alisha
foi.
Essa
realização é importante para que ele possa enfrentar o grande vilão do filme –
que vem com um plot twist
interessante. O filme está cheio de cenas de ação interessantíssimas, e uma
galeria de personagens perfeitamente carismáticos, como é de costume nas
animações da Pixar… temos a já mencionada Izzy Hawthorne, e toda a sua
determinação, apesar do seu medo do espaço; Darby Steel, que foi condenada por
algo e que “adora explodir coisas”; o desastrado e prestativo Mo Morrison, que
fica fascinado por uma caneta no seu uniforme, até ter a oportunidade de usá-la
para “salvar o dia”; e, é claro, o Sox, um gato robótico que é enviado para
Buzz para ajudá-lo a lidar com o “tempo perdido”, e que tem todos os
comportamentos normais de um gato, e mais alguns segredos interessantes e poderosos – ele é, naturalmente, um
sucesso.
Achei
particularmente interessante o que o filme fez com o personagem de Zurg, o
grande antagonista do filme, porque o
roteiro nos prega uma peça aqui… a ideia de o vilão ser o pai do protagonista
já foi usada em “Star Wars” (com
maestria e em uma das cenas mais icônicas da história do cinema), e foi
perfeitamente parodiada/homenageada em “Toy
Story”, mas se chegamos ao encontro de Buzz e Zurg imaginando que teremos
uma reprodução desse parentesco, somos surpreendidos com a revelação de que Zurg é o próprio Buzz Lightyear… só que uns
50 anos mais velho. Trata-se de um Buzz que também conseguiu neutralizar o
cristal, mas não foi recebido como um herói, como esperava, acabou fugindo e
quando voltou no tempo, acabou
chegando na linha temporal do “outro” Buzz, antes de seu retorno, e alterando
toda a história.
São dois
Buzz completamente diferentes – e é interessante o que as pessoas ao seu redor
podem lhe ensinar. Um deles é amargurado e frustrado, querendo voltar no tempo
e “consertar” o que ele acredita que precisa ser consertado… esse Buzz mais
velho, que nunca conheceu Izzy Hawthorne, não entende que a amiga, no fim das
contas, não queria voltar a ser patrulheira espacial… ela encontrou o amor e
construiu uma vida naquele lugar, e ele não pode tirar isso dela. Por isso, o
Buzz mais novo, o nosso Buzz, se
volta contra sua outra versão, o Zurg, porque agora ele sabe qual é a sua
missão de verdade, e não tem a ver com “levar as pessoas de volta para casa”,
porque, no fim das contas, eles já estão
em casa… talvez sua missão se resuma, naquele momento, a permitir-se ser
feliz. É claro que isso rende mais algumas sequências de ação de primeira
qualidade!
Não acho que
“Lightyear” seja um dos melhores
filmes da Pixar (até porque eu continuo tendo “Viva: A Vida é uma Festa” e “Divertida
Mente” como minhas duas animações favoritas!), mas certamente é um
excelente filme: um visual incrível, uma história criativa e bem conduzida,
personagens carismáticos, uma bela mensagem… faz jus ao que o nome “Buzz
Lightyear” exigia, depois de quase 30 anos de história graças a “Toy Story”, e talvez seja um filme que abra portas para mais spin-offs da série
original? Afinal de contas, Zurg está vivo na cena pós-créditos que vemos, o
que quer dizer que um “Lightyear 2”
poderia acontecer, com Buzz no comando de um novo “Comando Estelar”, com seus
companheiros de equipe, protegendo o novo lar deles de qualquer problema… ou
até mesmo outros filmes, com outros personagens, como o próprio Woody.
Vamos ver o
que nos espera no futuro!
Para reviews de outros FILMES, clique aqui.
Você acredita se eu disser que foi a primeira critica positiva que li em relação a esse filme? Talvez por eu ter pesquisado críticas em outros canais no YouTube, estava achando que a opinião era homogênea e etc. Quando assisti no cinema, gostei muito dele também, uma pena que o hate tenha se intensificado por conta da questão do beijo (E no Brasil também teve o fator de não ser o Guilherme Briggs dublando o Buzz e a experiência negativa dos fãs de dublagem com o Luciano Huck), mas até a dublagem eu curti também
ResponderExcluirSério? Acredita que eu fui assistir sem ler comentários na internet?! Então eu amei... como eu comentei, não é dos melhores filmes da Pixar nem nada, mas o roteiro é bom, eu adoro a pegada de ficção científica, e tem uma mensagem bonita, então eu achei bem legal!
ExcluirEu ainda não assisti à versão dublada, então não sei comentar (mas a dublagem do Luciano Huck era absurdamente ruim, não acho que tenha como o Mion ter sido tão mal assim haha)
Nossa, interessante...
ExcluirMas em se tratando de animações, baseado numa opinião pessoal minha e no que comecei a pesquisar no instagram... Queria sugerir que você fizesse uma sessão especial de resenhas com os filmes da Barbie, especialmente os mais antigos que marcaram bastante, de Barbie em O Quebra-Nozes até o Castelo de Diamante, pode ser?
Nos últimos tempos comecei a ver, pesquisar uns instagrams de pessoas que colecionam as bonecas e brinquedos derivados dos filmes, especialmente uma colecionadora aqui do Brasil, e daí fui rever os filmes. São fofinhos, divertidos e tem mensagens legais para todas as idades, independente de terem sido voltados para meninas naquele período.
Você acredita que eu nunca assisti aos filmes da Barbie? Mas eu vou colocar nos planos (e iniciar pelas suas sugestões), imagino que tenha alguns filmes bem bons mesmo, já li bons comentários!
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