Love, Victor 3x06 – Agent of Chaos

Sensação de que tudo pode acontecer…

Antes de mais nada, o essencial precisa ser dito: RAHIM, EU TE AMO! Muito melhor do que o episódio anterior em vários sentidos, “Agent of Chaos” trouxe algumas histórias interessantes de se acompanhar, e a sensação de que deveríamos ter tido um episódio inteiramente centrado em Rahim, com a sua família, o seu tio homofóbico, o começo de uma história de amor para ele com Connor, o garçom gato que derruba bebida nele… ainda que ele tenha que dividir tempo com outras tramas que não são necessariamente tão boas quanto a dele, foi bacana acompanhar um pouquinho de Victor tentando viver além de Benji – embora o motivo principal pelo qual ele está fazendo isso seja o fato de o pai do Benji ter dito que “ele não era bom para o filho”… apesar de todos os defeitos de Victor (e ele ressalta uns nesse episódio), eu fico com pena por ele estar levando aquilo a sério.

Victor é exagerado – esse é seu principal problema. Já falei muito, na última review, sobre como acho injusto e perigoso querer jogar sobre ele toda a culpa do que está acontecendo com Benji, sendo que ele tem problemas desde antes de conhecer o Victor, e uma grande parte deles causados pelo próprio pai. Victor é intenso, dramático e tem a capacidade de fazer coisas erradas por ser “demais” em várias ocasiões: e é justamente o que acontece em “Agent of Chaos”. Quando Victor e Felix precisam de uma terceira pessoa para fazer um trabalho da escola com eles, Victor resolve chamar Liam – mesmo que Felix não goste muito da ideia, porque Liam é um grande mala ou qualquer coisa assim. Liam pode ser bem difícil de se lidar, porque ele tem comentários bem condescendentes que são, na verdade, uma barreira de proteção, mas Victor descobre que Liam é gay…

E faz tudo errado.

Eu sinceramente não acho que Victor faça por mal – mas eu queria me esconder para não sofrer tanto de vergonha alheia. Victor decide que, se Liam é gay e está no armário, ele pode “ser o seu Simon”. A grande diferença, é claro, é que Victor procurou Simon e pediu sua ajuda, e Liam não fez nem uma coisa nem outra… então, Victor tenta forçar uma intimidade para poder dizer ao Liam que “ele não está sozinho”, e toda a situação é bastante desconfortável, e eu não culpo o Liam por entender as coisas de maneira errada, mas fico muito triste por ele porque, se ele já estava enfrentando problemas por estar no armário e se sentir excluído, como Victor conclui que ele estava, Victor pode ter acrescentado mais um problema na sua vida… sua tentativa de provar ao pai de Benji que ele não é um “agente do caos” não sai exatamente conforme o planejado.

Surpreendentemente, a trama dá uma volta, então, para que Victor volte para perto do Nick, o que me pegou um pouco desprevenido. Depois do papelão com Liam, Victor se voluntaria para ir à igreja com Isabel e, lá, ele encontra Nick, que está saindo de uma reunião do seu grupo de jovens, e que parece ter coisas para dizer a ele… aparentemente, Victor causou uma impressão em Nick, no fim das contas, e agora Nick pede desculpas por ter tratado o Victor apenas como uma “booty call” quando Victor queria algo mais que isso. Ironicamente, Nick manda uma mensagem naquela noite, o clássico “You up?”, mas ele realmente quer que Victor saia, porque ele está ali na frente, com um buquê de flores para ele (sem saber se isso é demais ou não), querendo pedir desculpas e chamá-lo para jantar… e o Victor aceita o convite com um sorriso no rosto.

Será que vem aí?!

Em paralelo, acompanhamos as demais tramas dos personagens secundários… vemos o irmãozinho de Mia nascer, por exemplo, e ela ficar se sentindo mal porque não está lá para ver, embora tenha sido sua a ideia de ficar em Creekwood; Lake e Lucy, por sua vez, enfrentam um pequeno probleminha no relacionamento quando percebem que elas não querem as mesmas coisas para o futuro, e me pergunto se teremos tempo de desenvolver, de maneira satisfatória, esse problema; e, por fim, temos Armando passando um dia com raiva de Pilar porque “ela saiu sem a sua autorização”, mas finalmente percebendo que talvez ele não esteja agindo da maneira correta, então, quando ela volta para casa, ele tem uma conversa bem bonita e bem sincera com ela, e autoriza que ela namore o Felix… ela, no entanto, não tem mais certeza de que é isso o que ela quer.

Preciso falar, no entanto, SOBRE O RAHIM. Rahim é, há muito tempo, o meu personagem favorito de “Love, Victor” – e novamente foi um prazer imenso acompanhá-lo. Frustrado com os garotos sem rosto no aplicativo que baixou, Rahim sonha com um “encontro fofo”, daqueles que acontecem em comédias românticas, para que ele possa acabar com isso tudo de uma vez, mas ele está tão preocupado com uma situação complicadíssima por causa do seu tio que ele quase deixa a oportunidade passar quando ela realmente acontece… o garçom (muito bonito, por sinal!) tropeça e derruba bebida nele, e o reconhece como o garoto em quem ele derrubou bebida na festa de Mia no início da temporada, e é Pilar quem tem que chamar a atenção de Rahim para o fato de que o garçom estava claramente dando em cima dele com o comentário que fez depois.

Então, Rahim vai falar com ele… torcendo por Rahim e Connor!

Sério, uma pena que Rahim não ganhou UM EPISÓDIO TODINHO DELE.

O personagem de Rahim é muito bom porque o Rahim é carismático e envolvente, ele sabe ser romântico, divertido e pode carregar um drama como ninguém… toda a questão com o tio, Farzad, é que a mãe pede que ele “finja que não é gay” enquanto o tio estiver ali e, no desespero quando o tio o vê com uma jaqueta roxa, a mãe mente que Pilar é sua namorada. O quanto aquilo é doloroso para Rahim, tendo que “se esconder” e que “fingir ser quem não é” fica palpável em toda a situação desconfortável e, é claro, graças à atuação incrível de Anthony Keyvan – já disse mais de uma vez e repito: a atuação de Anthony faz com que tudo seja muito mais intenso com Rahim! Aquela cena final na qual ele conversa com a mãe, com os olhos cheios de lágrimas, sobre como foi difícil fazer isso e como não quer fazer isso nunca mais foi de tocar o coração.

Que atuação tocante! Eu amo o Rahim, não tem jeito.

 

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