[Series Finale] Love, Victor 3x08 – Brave
What does being brave mean?
É uma pena,
tendo em vista do quanto eu gostava
de “Love, Victor” na primeira e na
segunda temporada, mas eu preciso ser sincero ao que eu senti assistindo a essa
última temporada e dizer: eu achei
muito ruim. Com exceção de Rahim (que não teve nem perto do tanto de
cenas e destaque que eu gostaria que ele tivesse tido), não teve muito que se
salvou nessa temporada final, infelizmente… uma série originalmente sincera e
tocando em assuntos importantes e com os quais nos relacionávamos acaba
entregando uma temporada final forçada, com diálogos fracos e
“desenvolvimentos” ruins que não levam a lugar nenhum. Andamos em círculo,
terminamos clichê e não tivemos trama e carisma o suficiente que nos fizessem
amar isso – afinal de contas, o problema não está no clichê… quando ele é um
clichê bem-feito, quando torcemos por isso.
Vejo,
felizmente, que o número de pessoas que torciam por Victor e Benji diminuiu drasticamente na última temporada
(onde essas pessoas estavam quando a segunda temporada terminou?), mas “com
quem o Victor fica no final?” não é algo com que eu me preocupava de verdade há
algum tempo… minha experiência com séries do gênero me fazia ter certeza de que
eles não teriam coragem de arriscar o suficiente para “mudar o destino” de
Victor – o grande problema, no entanto, é que a temporada não desenvolveu o “relacionamento” de Benji e Victor para que
quiséssemos que eles ficassem juntos, para que parecesse que eles precisavam ficar juntos, para nos
convencer de que eles seriam felizes. Sinto muito por adolescentes emocionados
e sonhadores que podem estar lendo agora e sonham com um “primeiro amor que
dura para sempre”, mas Victor e Benji não
vão ficar juntos para sempre.
Mas eles
mesmos vão descobrir isso em breve…
Sinto que a
temporada não foi bem concebida – e me pergunto se ela foi escrita sabendo que era a temporada final de “Love, Victor” ou se as coisas estavam
muito encaminhadas antes de essa
decisão ser tomada. Depois de um zilhão de problemas e de o Benji ter tido uma
série de comportamentos tóxicos na temporada anterior de “Love, Victor”, essa temporada mal os mostra juntos, parecendo o
tempo todo reforçar o quanto eles não
funcionam, e mesmo as poucas cenas que eles compartilham trazem uma
ausência de química que eu não sei dizer se tem a ver com carisma, atuação ou o
que é, mas Victor e Benji não transmitem esse “amor” no qual a série quer que
acreditemos. E eu esperava, sinceramente, que a temporada final fosse me
convencer do contrário, fosse me fazer suspirar com alguns momentos fofos… mas não aconteceu.
Preciso
dizer que, a Benji, falta carisma – e a segunda temporada deixou isso muito
claro. Em parte, é como se a própria série tivesse se dado conta disso e reduzido o personagem na temporada
final, o que é uma escolha duvidosa (embora menos
tempo de Benji era mesmo o que eu esperava). Lidando com seus próprios
problemas e culpando Victor por coisas que não são de sua alçada, Benji aparece
só para fazer coisas como “contar para o Victor que está indo embora porque o
viu beijando outro”. Com a perspectiva de Benji indo embora, Victor começa a se
lembrar dele quando olha para o bebedouro no qual o viu pela primeira vez, por
exemplo, em uma tentativa desesperada
da série de apelar para a nostalgia, e então a série tenta nos convencer, em um
discurso, de coisas que não vimos
acontecer – como o Victor falando sobre o quanto o Benji é “paciente”.
Sendo que “paciente” foi algo que ele
definitivamente NÃO FOI na segunda temporada.
O episódio
me causou desconforto… foi forçado e corrido ao extremo, e em vários sentidos.
A trama toda
de Lake e Felix, por exemplo, é uma palhaçada – o exemplo perfeito de como as
coisas foram confusas, mal desenvolvidas e mal resolvidas. Separaram Lake e
Felix para investir no romance de Lake com Lucy e de Felix com Pilar… depois,
separaram os novos casais para reaproximar Lake e Felix e, nos 30 minutos
finais de “Love, Victor”, Lake e
Felix negam estar sentindo algo um pelo outro, voltam a se beijar, e decidem
novamente se separar porque Lake está apaixonada por Lucy e Felix quer falar
com Pilar, mesmo que ache que perdeu a sua chance com ela… Lake e Felix tiveram
um bom desenvolvimento nas primeiras temporadas, e eu não acho que colocar Lake
com Lucy ou Felix com Pilar eram ideias ruins, mas precisávamos de mais
seriedade na maneira como as histórias foram abordadas e tudo acaba ficando
meio solto e sem sentido.
Antes de
terminar minhas reviews de “Love, Victor”, eu vou elogiar,
novamente, o único personagem de quem gostei muito: Rahim. Sempre disse que,
além de ser muito bonito, Anthony Keyvan esbanja talento (ele atua muito bem, o
que não se pode dizer de todo o elenco) e carisma, e seu personagem conquista
facilmente… adoraria tê-lo visto com mais destaque e tempo de tela nessa
temporada final (e é uma pena que o Finale
tenha praticamente o ignorado), mas
as poucas tramas que teve foram sempre muito interessantes de se acompanhar,
seja algo mais dramático, como toda a questão com a família e com o tio
homofóbico, mais divertidas, como suas breves interações com Pilar e Victor, ou
fofas, como o seu romance com Connor, que foi encaixado nos episódios finais da
série… Rahim é um personagem de quem vou sentir saudade.
A reta final
do episódio, então, depois de Nick e Victor terem terminado e Victor ter
corrido atrás de Benji (!), acontece em uma festa – o que era para ser
significativo e nostálgico, mas novamente parece forçado. É uma tentativa de
nos levar de volta ao início de “Love,
Victor” ou quem sabe até mais longe, a “Com
amor, Simon”, mas o visual familiar não evoca em mim os sentimentos
esperados… até porque querem forçar um encontro mágico entre Victor e Benji
(que é quem, dessa vez, precisa correr atrás de Victor) na roda gigante, como
se fosse ter o mesmo impacto de Simon e Bram. Eu queria muito ter gostado, eu
queria muito estar me despedindo da série com lágrimas nos olhos e falando sobre
como mexeu comigo e como vou sentir saudade, mas gostei tão pouco da terceira
temporada que estou apenas feliz por ter chegado ao fim.
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