Smash 1x02 – The Callback

“The 20th Century Fox Mambo”

Para mim, “SMASH” É E SEMPRE SERÁ UMA DAS MELHORES SÉRIES MUSICAIS JÁ FEITAS! Eu adoro a proposta de “Smash” ser a montagem de um musical, e como a série se dedica a mostrar os “bastidores” da montagem de um musical sobre Marilyn Monroe na Broadway, não se preocupando apenas (mas também) com os atores, com os ensaios, mas com a criação propriamente dita, através dos personagens de Tom e Julia – aquela sequência do quadro com os números musicais já concebidos na qual eles tentam “organizar” para formar sua história, e decidem que “Let Me Be Your Star” vai ser a abertura do musical, é uma das minhas favoritas em toda a primeira temporada! E me faz pensar nas mudanças pelas quais os musicais passam de seus primeiros workshops até a sua versão “final” (sem contar todas as mudanças que nem chegamos a conhecer).

A versão de “Let Me Be Your Star” no palco é LINDA, de arrepiar!!!

A equipe por trás do musical de Marilyn não está conseguindo decidir quem é a melhor pessoa para interpretá-la – e “The Callback” é primordialmente sobre isso. Ivy é talentosa, tem 10 anos de experiência como atriz na Broadway, estuda e se dedica à personagem de Marilyn, tem uma paixão e uma intensidade que se parecem muito com a Marilyn; Karen, por sua vez, também é talentosa, apesar de sua falta de experiência nos palcos, e tem a inocência e o potencial que também gritam Marilyn em vários momentos. Por isso, graças ao impasse no qual a equipe criativa se encontra, Derek os convence a chamar Ivy e Karen para um novo “teste”, dessa vez de dança… e é assim que vemos nascer o que é, para mim, um dos números musicais mais marcantes do musical sobre Marilyn Monroe e, provavelmente, da primeira temporada de “Smash”.

Comentei bastante na primeira review dessa minha “revisita” a “Smash” que eu gosto muito de como a série não é apenas sobre a montagem do musical, mas sobre como isso interfere na vida de todas as pessoas que estão, de alguma maneira, envolvidas na produção… o processo de escolha da Marilyn Monroe perfeita influencia muito na vida de ambas as garotas que lutam pelo papel, por exemplo, e a série destaca Karen, de alguma maneira, iniciando o episódio com ela cantando “Call Me” (lindamente, por sinal), em uma sequência de “sonho”, que é muito parecido com como o primeiro episódio começou, com outra música durante uma audição… Karen sonha com aquilo, acredita nisso e talvez esteja prestes a conseguir a chance de sua vida e, de uma maneira inteligente, “Smash” se sai bem fazendo com que nos importemos tanto com Karen quanto com Ivy.

As duas mereciam o papel… por motivos diferentes.

Durante a nova “audição”, acompanhamos apenas Karen – que tem uma dificuldade absurda para conseguir fazer os passos da coreografia, mas que também tem uma determinação e uma dedicação memoráveis, e é lindo vê-la ensaiar em casa antes dos ensaios oficiais, por exemplo… e é assim, mesmo que com muito esforço, que Karen consegue apresentar um número de dança perfeito em “The 20th Century Fox Mambo”, que é até hoje uma das minhas músicas favoritas do musical! Novamente, a metalinguagem de “Smash” trabalhando de maneira evidente e não menos encantadora por isso, já que, aqui, temos Marilyn fazendo uma audição e tentando conseguir um papel, enquanto Karen está fazendo justamente a mesma coisa. E eu preciso dizer que ELA ARRASA. É muito mais fácil ver a Marilyn em Ivy, mas Karen também é um talento nato e é uma delícia assisti-la.

Que sequência incrível a de “The 20th Century Fox Mambo”. Tudo é perfeito!!!

E eu adoro a relação de Karen com Dev, porque, até o momento, Dev é um namorado incrível, que lhe dá toda a força, que confia nela e que a incentiva porque de fato acredita nela! É por isso que ficamos com pena dele quando ela não aparece em um jantar de negócios importante dele, mesmo que a entendamos e saibamos que ela não podia abandonar o ensaio que vai até mais tarde, porque fazê-lo seria abrir mão de qualquer chance de conseguir o papel… adoro como as cenas são escritas e interpretadas, porque vemos Karen chegar depois do jantar, e embora Dev esteja bravo/chateado, ele não chega a cobrá-la por não ter aparecido, mas sua cobrança é justa, dizendo que ao menos ela podia ter avisado que não viria, porque a última notícia que teve dela era de que ela iria, e ele não soube mais nada e ficou preocupado… o fato de eles saírem daquele restaurante de mãos dadas é lindo!

Em paralelo, acompanhamos um pouco mais do drama familiar de Julia – ela e o marido estão entrando com um processo de adoção, mas é incerto se ambos estão na mesma página. Eles tiveram um pequeno problema no episódio anterior quando Julia começou a se envolver com o musical de Marilyn, por exemplo, porque ela passa dias trabalhando sem parar quando está escrevendo um musical, e eles precisam de tempo e dedicação se querem mesmo entrar na fila de adoção… nesse episódio, é Frank quem está em dúvida, quando descobre que, mesmo depois de 10 meses desde que deram entrada nos papeis, eles ainda têm meses pela frente, até começarem uma espera que pode demorar uns dois anos… a história culmina em uma cena emocionante na qual Julia lê uma carta que escrevera, como parte de um exercício, para a mãe biológica de sua futura filha.

E é linda.

De volta ao musical, talvez a diferença entre Karen e Ivy esteja presente em uma fala de Derek durante o ensaio de uma cena com DiMaggio: “Don’t do her. Be her”. Karen tem muito de Marilyn em si, enquanto Ivy interpreta muito a Marilyn. Mas, com seu talento, sua experiência de palco e o seu estudo profundo sobre Marilyn Monroe, Ivy consegue emular a personagem de maneira surpreendente e, de certa maneira, se tornar ela quando está atuando… por isso, não foi o fato de ela “ter dormido com o diretor” que lhe garantiu o papel, embora ela tenha dormido com o diretor (Derek estava tão lindo naquela cena, preciso dizer), até porque, mesmo depois disso, a dúvida inicial ainda pairava… até ser decidida, eventualmente, porque Eileen tem pressa e eles precisam escolher uma Marilyn para que possam seguir com a produção – então, Ivy é escolhida para o papel.

E nós sabemos que foi uma escolha justa… mas sentimos, também, por Karen.

Afinal de contas, já nos afeiçoamos a ela. E sabemos do seu potencial. Por isso, é triste ver a sua reação, esperando por uma ligação que não vai chegar (e ela sabe o que isso significa), enquanto Ivy está celebrando que finalmente conseguiu a chance de sua vida… a chance pela qual está esperando há 10 anos! Tom faz questão de ir pessoalmente contar a novidade para ela, e ela fica radiante com a notícia de que CONSEGUIU O PAPEL E SERÁ MARILYN MONROE NO MUSICAL, e celebra cantando “Crazy Dreams” em um bar… uma música lindíssima de Carrie Underwood que conversa muito com os sentimentos de Ivy naquele momento – “Thank God even crazy dreams come true”. As performances musicais de “Smash” sempre impecáveis, e o musical sobre Marilyn Monroe finalmente ganhando forma… mas essa série ainda terá tantas reviravoltas gostosas!

 

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