American Horror Stories 2x01 – Dollhouse
Melhor que toda a primeira temporada.
QUE EPISÓDIO
IMPRESSIONANTE! Muito criticada pelo público, a primeira temporada de “American Horror Stories” foi quase que
um completo desastre, e “Dollhouse”
estreia uma segunda tentativa promissora
de expandir o universo de AHS de maneira inteligente! Com um visual incrível,
ótimas atuações e uma história tensa que se sai muito bem criando o suspense, o
episódio ainda consegue entregar um final surpreendente que se conecta à
mitologia da série principal, sem precisar se desviar de sua trama para isso e,
principalmente, sem precisar tornar todo
seu episódio sobre isso… diferente daquela coisa pavorosa que foi a Rubber Woman na primeira temporada de “American Horror Stories”. Fui
positivamente surpreendido, e já estou ansioso pelo que mais essa nova
temporada tem a oferecer – e espero que eles consigam manter o nível em outros
episódios.
Mas, é
claro, é uma antologia… haverá altos e baixos.
“Dollhouse” começa em uma entrevista de
emprego já bastante macabra, que
termina com Van Wirt, um fabricante de bonecas obcecado, sequestrando Coby, uma
mulher que buscava um trabalho… ela é confinada em uma “casa de bonecas” de
tamanho real, na qual ela e outras mulheres estão participando de um “concurso”
no qual Van Wirt pretende encontrar a “mulher perfeita” que possa assumir o
lugar da mãe do seu filho… é um
conceito apavorante, claustrofóbico, e toda a premissa é perversa e doentia de
várias maneiras. Algo que me fascinou demais em “Dollhouse”, no entanto, é a qualidade do roteiro e sua capacidade
de construir suspense e de contar uma história sombria, sem que isso necessariamente precise se refletir em um
cenário sem cor e escuro. A fotografia colorida gera uma dicotomia com a
história que está sendo contada.
E é uma
escolha criativa sensacional.
O paradoxo
do cenário belo e colorido, que evoca a “perfeição” buscada pelo fabricante de
bonecas, mais a constante pressão e o desespero sob os quais as mulheres vivem
naquela “casa de bonecas” é a principal característica do episódio, e a trama
se constrói enquanto vemos as regras absurdas que elas seguem, as brincadeiras
tensas com Otis, o filho de Van Wirt, e os testes aos quais elas são submetidas
– testes nos quais Van Wirt parece favorecer
Coby mesmo quando ela comete erros que poderiam facilmente desclassificá-la…
mas, por algum motivo, ele não quer jogar Coby no poço. E Coby vai conquistando
uma inimizade dentro do próprio grupo, de uma mulher que não pensa em perder a competição, enquanto se aproxima de Otis e
espera que essa proximidade com o garoto possa, quem sabe, salvar a sua vida e
das suas colegas da casa de bonecas.
O “teste
final” de Van Wirt acontece, por fim, quando Coby lidera, antes da “grande
final”, uma tentativa de fuga… na verdade, Van Wirt sabe do que elas estão
planejando, mas deixa que elas sigam adiante com o plano, porque, no fundo,
sabe que Coby não fugirá com as demais: ela
é a única que realmente se importa com Otis, e vai querer voltar para salvá-lo
– e é aí que ela é capturada, porque “é a candidata perfeita para assumir o
cargo de sua mãe”. Uma virada interessante e irônica do roteiro. “Dollhouse” tem um conceito revoltante
e repugnante que funciona perfeitamente em um roteiro doentio de histórias de
terror, que é a que a série se propõe, e rende uma boa história fechada com
início, meio e fim… considerando como fim a “transformação” de Coby em uma
“boneca de porcelana perfeita”, vencendo o concurso de Van Wirt.
Perverso,
macabro, sinistro.
Considero a
última parte do episódio quase um “epílogo” – mas que funciona perfeitamente
bem. Diferente de quando retornamos à Murder House na primeira temporada de “American Horror Stories”, com a mulher
de borracha, “Dollhouse” também se
conecta a uma história da série principal, mas de maneira breve, inteligente e
que faz muito sentido, por fim! Sabemos, desde o início do episódio, que a
história se passa em 1961, e vemos Coby conseguir mover um carrinho só com a mente… ela diz que é “um truque de
mágica”, e é assim que ela se aproxima de Otis, mas eventualmente confessa a
ele que esse é um dom com o qual ela
nasceu. Quando tudo parecia terminado e o final mais horrendo tinha chegado
para Coby, para sempre aprisionada em uma forma de boneca, ela recebe visitas
inesperadas… de bruxas que vieram
buscá-la.
A união com “Coven” funciona de maneira quase
orgânica – é uma espécie de fan service,
sim, mas é aquele fan service
bem-feito, que faz sentido e me faz abrir um sorriso… uma bruxa, por fim, Coby
é resgatada e levada para a casa conhecida na qual estivemos durante a terceira
temporada de “American Horror Story”,
e além de vermos brevemente a fachada da casa novamente, também
“reencontramos”, de certa maneira, personagens daquela temporada… vemos uma
“mini” Myrtle vir receber os novos moradores, por exemplo, e descobrimos que
Otis também é um personagem que já conhecíamos, quando Coby o instrui a não
usar mais o seu primeiro nome e pergunta se ele tem um segundo: Starling. Torço para que essa temporada
de “American Horror Stories” consiga
contar boas histórias e, quando houver conexões, que sejam assim: breves,
consistentes e divertidas.
Amei esse
episódio, é um excelente retorno!
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