Apresentando, Nate (Better Nate Than Ever, 2022)
Dream big!
QUE FILME
MARAVILHOSO! Fofo, divertido, emocionante e cheio de referências que são um
presente a todos os fãs de musicais da Broadway, “Apresentando, Nate” é uma comédia musical do Disney+, com um
coração imenso e uma história encantadora! Conhecemos Nate Foster, um garoto de
13 anos que sonha em ser uma estrela da
Broadway… ele até pretende começar a sua carreira de sucesso conseguindo um
bom papel no musical da escola (à qual ele está tentando sobreviver em meio a
tanto bullying), mas quando isso não
dá certo e sua melhor amiga, Libby, fala sobre um novo musical que estão
montando em Nova York, com audições abertas (!), Nate decide que ele precisa tentar… o filme tem uma
história lindíssima, os personagens transbordam carisma de uma maneira que é delicioso acompanhá-los, e os números
musicais são todos incríveis.
Nate é
encantador. Jovem, cheio de vida e sonhos, ele é um garoto destemido – apesar
de seus colegas de escola tentarem reprimi-lo. E Libby é a melhor amiga que alguém pode ter: parceira e confiante, ela
incentiva Nate a ir mesmo a Nova York para audicionar para a montagem musical
de “Lilo & Stitch” na Broadway… e
eu preciso dizer que a sugestão de um
musical de “Lilo & Stitch” na
Broadway ME DEIXOU NAS NUVENS! Seria um musical tão incrível de se assistir,
com toda a certeza! Fugindo dos pais e indo sozinhos para Nova York em segredo,
Nate e Libby são duas crianças na cidade grande, tentando fingir que sabem o
que estão fazendo, mas percebendo depressa que as coisas não serão tão fáceis
quanto imaginarem… centenas de crianças
estão ali para fazer as mesmas audições, e eles precisam de um adulto
responsável com eles.
Adoro como “Apresentando, Nate” é repleto de
referências a musicais da Broadway – especialmente a “Wicked”, já que Nate é um grande fã desse musical, assim como eu.
Nate tem um pôster de “Wicked” no
quarto, ele descreve a relação da mãe com a tia como “Glinda e Elphaba no
primeiro ato”, e Libby, Nate e Anthony, o irmão mais velho de Nate, voltam para
casa no fim cantando “Defying Gravity”,
em uma das cenas mais divertidas e fofas do musical! As referências também
estão na própria concepção de números musicais como quando Nate adormece no
ônibus, ainda a caminho de Nova York, e se imagina uma grande estrela da
Broadway, em uma espécie de Times Square dos anos 1950, que me fez pensar muito
em “On the Town”, e eu achei fascinante como todo o sonho foi
concebido como um número musical no palco.
Nate está
tão determinado a fazer as audições para “Lilo
& Stitch” que ele consegue pegar o número de um garoto que desistiu e
saiu chorando (!), e causa certa impressão anunciando um número de “Um Violinista no Telhado”, que ele nem
consegue fazer no fim das contas, mas ele tem muita determinação e muito
carisma… talvez ele seja exatamente o que estão buscando para Stitch. Ele
também precisa despistar a Tia Heidi,
que está no mesmo prédio para uma outra audição e que planeja telefonar para a
irmã e contar que Nate está ali, dando a ela o telefone de Libby, ao invés do
telefone da mãe, com quem Heidi não fala há aproximadamente 10 anos. Nate está
desanimado e conformado, entrando em um ônibus de volta a Pittsburgh, quando
ele recebe um telefonema: ele conseguiu
um call-back! Mas ele precisa retornar ao teatro naquela tarde.
Então, Heidi
acaba voltando embora e Nate fica sozinho em Nova York – mas ele não pode
perder essa oportunidade! As “aventuras” de Nate sozinho em Nova York são uma
delícia, dignas daqueles filmes leves e divertidos que víamos na televisão à
tarde, e o filme consegue evocar esses sentimentos muito bem. Minha única
crítica ao filme é o fato de eles nunca enunciarem, com todas as palavras, que Nate é gay. Isso fica 100% entendível em
uma série de cenas, especialmente quando Libby mostra que gosta dele e ele diz que “não é assim”, ou a ênfase no seu novo pé
de coelho, que é colorido como a bandeira LGBTQIA+, mas eu senti falta de o
filme dizer isso, porque Nate está
muito à vontade com sua sexualidade, e gera um certo incômodo no espectador o
fato de eles parecerem fugir da
palavra “gay” sempre que têm a oportunidade de usá-la.
O call-back
de Nate é UMA DAS MELHORES CENAS DO FILME! Ele canta e, depois, pedem a ele um
monólogo, e ele improvisa com um texto que ele conhece, e ele arrebenta tanto
que queríamos passar ainda mais tempo
naquela cena, e é um máximo ver a equipe sendo fisgada pela intensidade do seu
monólogo (“Marjorie!”), tanto que ele
é convidado a estar no teatro no dia seguinte, para a audição final, porque
eles acham que “a diretora precisa vê-lo”. É, definitivamente, a oportunidade
de sua vida (!), mas ele precisa passar uma noite sozinho em Nova York, e ele
não tem para onde ir… e nem como ligar para a Libby para saber o que fazer, já
que o seu telefone está sem bateria e lhe falta um dólar para comprar um
carregador. Então, Nate acaba no meio da Times Square, cantando com um grupo de
músicos e ganhando algumas moedas.
Eu ADOREI a cena
do Nate voltando para comprar o carregar só
com moedas.
Nate é muito
envolvente, essa é a verdade! Assisti-lo cantar e ver como ele faz isso com paixão é o que move o personagem e faz com
que nos apaixonemos por ele (e o que fez com que ele chamasse tanto a atenção
nas audições!). É o que faz com que o garoto se torne, também, uma sensação na
internet – seu vídeo viraliza no Tik Tok, o que acaba se tornando uma boa carta
para ele, porque ele consegue andar de metrô de graça em troca de uma selfie, por exemplo… e sobre onde passar
aquela noite, Libby é quem o ajuda, dizendo que a Tia Heidi ainda deve estar
trabalhando no bar mitzvah sobre o
qual ela falou, no Museu de História Natural, e ele pode encontrá-la lá. As
cenas de Heidi e Nate são lindíssimas, e eu adoro essa relação de proteção e de
admiração mútua: Heidi é a heroína de Nate; Nate é o filho incrível que Heidi
sempre quis ter… eles se amam.
Tudo poderia
dar errado no dia seguinte… Anthony vê o vídeo de Nate no Tik Tok e parte
imediatamente para Nova York, com Libby, e felizmente Nate tem o apoio
incondicional de Heidi e a astúcia de Libby (que o ajuda a recriar a cena de “West Side Story”, que ele vem tentando
desde o início do filme) ao seu lado, então ele corre para o teatro… ele
precisa estar lá para essa audição final para “Lilo & Stitch”. Inicialmente, Nate não se sai tão bem, e eu
confesso que fiquei deveras apreensivo
por ele: a maneira como ele se esforça
demais e tenta fazer todos os personagens ao mesmo tempo, quando precisava
fazer apenas o Stitch, ou a maneira como, nervoso (talvez ainda mais nervoso
com a presença do irmão), ele não consegue cantar bem e parece que ele perdeu a
sua chance… felizmente, Anthony se
levanta para dizer que não sente vergonha dele.
Muita coisa
em “Apresentando, Nate” me fez pensar
em “Billy Elliot” (que é um dos
filmes e dos musicais que eu MAIS AMO na vida, sem qualquer dúvida), e isso de
Nate achar que envergonha o irmão e o irmão precisar mudar para apoiá-lo é um
elemento importante que me remete a “Billy
Elliot”. Até a fala de Billy no filme sobre o que ele sente quando está dançando, que é transformada em “Electricity” no musical, uma das cenas
mais impactantes e lindas do teatro, é “recriada” em “Apresentando, Nate” quando um dos momentos mais importantes de “Lilo & Stitch”, que é quando Stitch
diz que “Ohana quer dizer família”, se transforma na música mais importante do
musical fictício de “Lilo & Stitch”
e, consequentemente, de “Apresentando,
Nate”, com “No One Gets Left Behind”.
E naquele momento fica mais claro do que nunca como a escolha de o musical ser “Lilo & Stitch” fez todo o sentido!
O filme é
lindíssimo e cheio de momentos perfeitamente emocionantes. Com 86% de aprovação
da crítica no Rotten Tomatoes, “Apresentando,
Nate” tem um tom leve e sonhador, nos arranca sorrisos e risadas sinceras,
nos faz torcer pelos personagens, e também nos comove em uma série de momentos
que trazem lágrimas aos olhos – é facilmente um dos meus filmes favoritos no
ano! Adoro a relação de Nate com Libby e a relação dele com Heidi, e foi lindo
vê-lo sendo chamado à diretoria porque os pais receberam uma ligação: ELE CONSEGUIU O PAPEL DE STITCH NA BROADWAY EM
DUAS MATINÊS POR SEMANA! A emoção de Nate nos seus olhinhos marejados ao tirar
a cabeça da fantasia de Stitch, no curtain
call de “Lilo & Stitch”, e
olhar para a família e para o público… que momento lindo! Completamente
encantado e apaixonado por esse filme!
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