BIA – Ana e uma decisão (não tão) difícil
Fugir para a Espanha?
Seria de se
esperar que, sendo uma produção voltada para o público infanto-juvenil, a
Disney cuidaria com alguns temas em “Bia”
e não colocaria, por exemplo, qualquer possibilidade de Ana voltar com Victor –
porque não faz o menor sentido. Eles
tiveram um romance bonito e verdadeiro na adolescência, que infelizmente foi
abreviado por um acidente de carro, mas agora, 10 anos depois, esse romance já não faz o menor sentido, e eu acho
extremamente problemático que o
roteiro tente vender a possibilidade desse “romance” no presente como algo
romântico e bonito, quando na verdade é doentio, tóxico e cheio de problemas.
Depois de tudo o que aconteceu, depois de tudo o que Victor fez, por vontade
própria ou não, Ana não devia nem mesmo estar cogitando qualquer coisa; e as cobranças dele são hipócritas e difíceis de se
assistir.
Eu aposto no
perdão e na amizade, no máximo. Reviver esse “amor” já não faz o menor sentido.
Depois de
uma série de incoerências, infantilidades, egoísmo e hipocrisia, Victor decide
ir embora para a Espanha, e convida Ana para ir com ele – e isso seria um
problema em tantos outros sentidos,
sabe? Fora que Thiago não merecia ser abandonado assim e que o Victor é um
babaca hipócrita, ele não podia simplesmente pedir que Ana fosse embora com ele
e deixasse tudo sem resolver em Buenos Aires… não era ele mesmo quem estava
dizendo que “Ana não podia continuar mentindo para Bia e a família”? Victor
está fugindo de tudo, embora não
admita, e quer que Ana faça o mesmo para afastá-la de Thiago e de qualquer
coisa que possa atrapalhar essa ilusão
que ele tem de reviver uma coisa que terminou há 10 anos e que ele fez questão
de enterrar quando a acusou de ser quem dirigia no momento do acidente… ele quer viver numa bolha.
Victor é um
covarde patético em vários sentidos. Supostamente, ele e Manuel tinham “se
acertado” depois das mentiras que os afastaram, mas ele tem a “coragem” de anunciar
que está indo embora em uma mensagem de
áudio para o irmão, sem dar a chance de despedir-se. Adjetivos que caem bem
para descrever o Victor e suas atitudes: covarde, insensível, mentiroso,
mimado. É Manuel quem, depois de ouvir o áudio, acaba comentando com Ana sobre
a viagem de Ana, e é por isso que ela aceita conversar com ele mais uma vez, e Victor a leva “ao lugar
onde a história de amor deles começou”, e ele está forçando tanto a barra que
eu fiquei profundamente incomodado enquanto assistia. Ele a pressiona a fazendo
recordar esse romance, e dizendo que ainda a ama e que sempre vai amá-la,
porque ela é “seu primeiro e único amor”.
Perigoso,
hein. Perigoso.
Estou
falando mal do Victor há uns três textos (ou mais), mas Ana não se salva não,
porque é ridículo vê-la cair na
conversinha dele, com aquela carinha de trouxa,
enquanto o roteiro tenta enfiar isso goela
abaixo da pior maneira possível. É aqui que Victor convida Ana para ir com
ele, dizendo que eles precisam (?) estar juntos e longe de tudo, para terem
tempo de processar tudo o que passou, e eu só queria dizer para ele que, em
primeiro lugar, Ana não “tem” que fazer nada. Ana até tenta dizer para ele que
a história deles já acabou há muito tempo, mas não é convincente o suficiente,
e ele diz que eles podem recomeçar, com uma trilha sonora “romântica” que deixa
tudo ainda mais revoltante… foi difícil de assistir, sinceramente. E ainda
temos que ouvir o Victor dizendo que “a perdeu uma vez e não vai perder de
novo”, como se a decisão fosse só dele.
Para ele,
Ana não tem voz, ao que tudo indica.
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