Com amor, Anônima (Anónima, 2021)
Quando você se apaixona duas vezes!
É UM DOS
FILMES ADOLESCENTES MAIS FOFOS DO MUNDO! Eu estou feliz, sorridente e de
coração quentinho! Divertido e emocionante, “Com
amor, Anônima” conta a história de duas pessoas que, por causa de um número errado, começam a trocar mensagens e vão,
sem perceber, se apaixonando – e sem imaginar que aquela pessoa do outro lado
do telefone, que continuamente os faz sorrir, é alguém que está por perto na
escola, mas a quem eles não dão mais do que uma pequena atenção forçada…
baseado no livro homônimo de Wendy Mora (que já está encomendado a essa altura,
porque quero muito ler!), “Com amor,
Anônima” é um conto inteligente e extremamente carismático, sustentado por
um bom roteiro e um excelente elenco, sobre expectativas, sonhos e a descoberta
do amor. Um daqueles comfort movies
que nos fazem tão bem!
Acredito que
tudo funcionou muito bem na composição do filme. A ideia original de Wendy Mora
(com traços que me fazem pensar um pouco em “O
caderninho de desafios de Dash & Lily”, de David Levithan e Rachael
Cohn) é instigante e bem formulada, mas a transposição para outra mídia é
enriquecida com maestria por elementos audiovisuais que funcionam tão bem! A
escalação de Annie Cabello como Vale/Anônima e Ralf Morales como Alex/Anônimo é
o primeiro grande acerto, porque eles têm química e são absolutamente fofos e
carismáticos, é bom acompanhá-los! A fotografia do filme é colorida e viva,
intensificando esses bons sentimentos que o filme evoca, e destaco, na trilha
sonora, o momento fofo com “Todavía”,
de Milly Cruz. É um casamento perfeito e apaixonante de história, elenco,
direção, fotografia e trilha sonora.
A história
de “Com amor, Anônima” começa com
Vale recebendo uma mensagem às 3 horas da manhã (!) de um garoto que diz que
“ela deu seu número para ele em uma festa”, mas ela garante que isso é um
engano… propositalmente ou não, uma garota deu mesmo a Alex um número errado,
mas talvez fosse apenas o destino encontrando uma maneira de colocar Alex e
Vale para conversar… sem trocarem seus verdadeiros nomes e estipulando uma
série de regras que envolve não mandar fotos ou áudios, Alex e Vale começam a
conversar como Anônimo e Anônima, e vão construindo uma boa relação que
continuamente os faz sorrir para a tela do celular, enquanto contam sobre como
foi o dia deles – quando se divertiram, quando passaram raiva, quando se
estressaram com “um garoto chato/uma garota chata da escola” e coisas assim…
Alex é novo
na escola, e ele tenta passar
despercebido. Mas os caminhos dele e de Vale acabam se cruzando já no
primeiro dia, quando ela está “atrasada para a aula” e esbarra nele, derrubando
toda a sua bebida, e mais tarde, quando os dois se encontram na detenção… não
sei se o fato de eles se gostarem tanto através do celular, sem saber quem são
do outro lado, impede que essa seja uma clássica história “enemies to lovers”, e eu acho que não – e é tão gostoso ver aquela
relação que começa tão “conturbada” ir se desenvolvendo conforme eles têm que
passar mais tempo juntos na detenção… eles se provocam, eles dizem que não
gostam um do outro, mas a verdade é que um já chamou a atenção do outro, e isso
fica claro através da maneira como eles ficam trocando olhares de longe durante
um jogo de futebol das amigas, por exemplo.
A grande
virada na relação deles acontece justamente por causa de suas melhores amigas…
Lina, a melhor amiga de Alex, chama Regina, a melhor amiga de Vale, para sair,
e quando as duas garotas começam a namorar, elas querem que os amigos ao menos
se deem bem – e quando elas marcam um “encontro duplo”, Alex e Vale são
“obrigados” a passar algum tempo juntos, inicialmente reclamando sobre isso com
os seus respectivos “Anônimos”, mas, no fim, eles se divertem… e eu sou um bobo
apaixonado que sorri loucamente com todas aquelas cenas absolutamente fofas que
eles vão compartilhando. Conforme eles vão se aproximando e vão construindo
algo legal entre eles, eu sorri especialmente pela felicidade de eles começarem a gostar um do outro mesmo
antes de descobrirem que se correspondem por causa daquele mal-entendido.
Eles se
apaixonam antes de saberem quem são!
E isso torna
tudo mais especial… porque eles se apaixonam um pelo outro DUAS VEZES!
Inclusive,
isso é motivo para confusão na mente de ambos… Vale adora conversar com Alex,
por exemplo, e sente que, com ele, ela “pode ser ela mesma”, mas ela também
está tão feliz com Alex, com direito a um beijinho no rosto que o deixa todo
bobo (!), e uma série de atividades que eles fazem quando passam o dia todo juntos. É um romance tão puro e que faz tão bem
ao coração que eu estou pensando em terminar esse texto e correr para assistir
ao filme novamente, porque as cenas são realmente
incríveis de se assistir! E conforme Alex e Vale se aproximam um do outro e
percebem o que estão sentindo, eles escolhem ser sinceros nas mensagens de
celular e dizer que talvez tenham
conhecido alguém e estejam se apaixonando, e um sentimento paradoxal se
apossa de ambos, porque eles estão apaixonados na “vida real”, mas também
sentem um pouco de ciúmes do Anônimo e da Anônima…
Confuso, huh?
O filme
também trata de expectativas dos pais e sonhos dos próprios adolescentes, de
uma maneira bem leve, mas bem clara. Vale é apaixonada
por cinema, tudo o que ela mais quer é poder fazer seus próprios filmes (o que
ela faz desde a infância!), mas os pais, que têm uma empresa de elevadores (“Elevadores Ontiveros”), acham que o
cinema é apenas um hobby e que ela
precisa se preparar para assumir o negócio da família. Alex, por sua vez, sonha
em descobrir uma paixão, e Vale o ajuda a perceber que talvez sua paixão seja ajudar os outros, mas existe uma pressão
para que ele se torne um advogado, porque era isso o que o seu pai, que já
morreu, queria que ele fosse… adoro a maneira como Alex e Vale se encontram e
interferem, positivamente, um na vida do outro, se ajudando mutuamente a
descobrir ou decidir lutar por sua paixão, por seu sonho.
(Também
gostaria de destacar, com atraso, a cena do cinema com o filme do Bruce Lee!)
Se eu
precisasse escolher um tema central para o filme, eu diria que ele fala sobre
EXPECTATIVAS – de maneiras diferentes. Fala sobre o que os pais esperam dos
filhos, muitas vezes não dando atenção e espaço para o que eles mesmos querem; fala sobre o que se espera de outra pessoa e
sobre como primeiras impressões podem estar enganadas, porque Vale e Alex
descobrem que o outro não é chato ou irritante, como esperavam; fala sobre
apaixonar-se por uma projeção. Quando tudo está dando muito certo para Vale e
Alex, e as amigas os incentivam a viver isso de verdade, os dois, indecisos e “apaixonados” pela pessoa que
projetaram do outro lado do celular,
resolvem que é hora de se conhecerem… e, infelizmente, uma pequena armação de
Ritchie faz com que Alex acredite que estava sendo enganado esse tempo todo –
não posso perdoar Ritchie por nos roubar
do momento fofo no qual Alex e Vale se encontrariam e descobririam que são
Anônimo e Anônima.
Infelizmente,
temos que passar pelo “grande problema” antes de chegarmos à bela conclusão, e
eu sofri por ambos. Sofri por Alex, por acreditar que Vale estava “brincando”
com ele esse tempo todo, e sofri por Vale, que não entende por que o Anônimo
simplesmente não apareceu e não responde às suas mensagens, e nem por que Alex
subitamente se afastou dela… felizmente, ganhamos uma resolução toda bonitinha,
que conta com um áudio da Vale para o Anônimo, “quebrando a regra”, o
entendimento de Alex de que Vale nunca esteve brincando com ele, e uma “mega
ação” que vem de ambos: Vale no áudio dizendo que está apaixonada por um garoto chamado Alex, e o Alex correndo até o
baile de formatura da maneira mais emocionante possível e usando a blusa que
dissera à Anônima que usaria quando eles marcaram de se encontrar.
E,
finalmente, eles “se encontram”. Apaixonadas
em dobro. Felizes.
Que filme
precioso! Adorei do início ao fim!!!
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