The Sandman 1x02 – Chapter 2: Imperfect Hosts
As
ferramentas do poder.
Assim como “Sandman” fez história quando foi
publicado pela primeira vez, a partir de 1989, “The Sandman” está vindo com o mesmo intuito de fazer história no
mundo audiovisual e, especialmente, no que tange adaptações: a série continua
sendo um verdadeiro espetáculo visual, a narrativa tem alma e força, e, como
comentei no primeiro episódio, a série consegue ser um presente aos fãs de
longa data das HQs de Neil Gaiman, adaptando a história de maneira fiel e que
garante a reconexão com esses personagens, ao mesmo tempo em que apresenta um
mundo fantástico e instigante para quem está chegando agora… mais contido e
“preparatório” que o primeiro episódio, “Imperfect
Hosts” me pareceu algo extremamente intimista,
que foi um prazer acompanhar, enquanto nos preparamos para a “aventura” de
Sonho em busca de suas ferramentas.
O Sonhar
está em ruínas… na ausência do Senhor dos Sonhos, seu reino sofreu as
consequências e não há nada que Morpheus possa fazer enquanto não recuperar o seu poder – e, para isso, ele não pode
contar com a ajuda dos irmãos, os outros Perpétuos… ou talvez não queira. Afinal de contas, depois de
mais de 100 anos feito prisioneiro por Roderick Burgess, ele sabe que os irmãos sabem do que
aconteceu com ele, mas nenhum veio ao seu auxílio; todos tinham seus próprios
reinos dos quais cuidar. Então, Sonho tampouco pensa em se voltar aos Perpétuos
agora, e vai em busca das Graças (as Três Que São Uma, Uma Que São Três),
embora saiba que elas falam de
maneira enigmática e talvez suas respostas não sejam o suficiente. E não serão,
de fato, mas serão um começo – e,
nesse momento, isso é tudo o que Sonho precisa: de um lugar por onde começar.
Para ter
força para invocar as Três Irmãs e para conseguir algo que possa oferecer-lhes
em troca da ajuda, Sonho planeja reabsorver
algo que tenha criado – mesmo que isso represente um sacrifício doloroso de uma
criatura que conhecemos durante poucos minutos, mas por quem sentimos como se
conhecêssemos há muito mais do que isso… Sonho e Lucienne partem à Casa dos
Mistérios, um local habitado por Caim e Abel, enquanto o panorama de “The Sandman” vai aos poucos se
expandindo (há tanto a se conhecer ainda!). Gregory, a gárgula fofíssima que é
o “bichinho de estimação” de Caim e Abel foi criada originalmente como um pesadelo e, portanto, é criação
do Senhor dos Sonhos e pode trazer de volta algo de sua força. É doloroso, ao
mesmo tempo em que é lindíssimo, e essa é uma característica que sempre me
marcou demais em “Sandman”.
Com um pouco
das suas forças recuperadas, Morpheus se lança nas águas do Sonhar, viajando
através dos sonhos das pessoas para recolher ofertas às Graças – e eu preciso
dizer: QUE SEQUÊNCIA MARAVILHOSA! Sempre achei fascinante demais acompanhar Morpheus se movimentando através dos
sonhos, e a série trouxe isso tão lindamente! Morpheus recolhe uma
encruzilhada, que é o lugar onde se encontra com as Graças, do sonho de um
agricultor cambojano; uma forca, que representa o ato de se render e o
sacrifício pelo bem maior, do sonho de uma jovem cinéfila japonesa com a cabeça
cheia de filmes britânicos de terror; e, por fim, uma serpente, que é símbolo
de transformação, da vida, morte e renascimento… e, então, ele está preparado
para falar com as Graças… e até para deixar
um presente para Caim e Abel, mais tarde.
A sequência
das Graças/Hécate é um ESPETÁCULO à parte – novamente, “The Sandman” mostrando como é uma obra de arte, como nos fascina
também visualmente em sua narrativa criativa e envolvente. E esse encontro com
Hécate em sua forma tripla indica o caminho que a série seguirá, assim como nas
páginas da HQ. Com direito a uma pergunta a cada uma das irmãs e a apenas uma
resposta, Sonho pergunta sobre cada uma das suas ferramentas roubadas e ganha
respostas quase vagas, mas que lhe dão um lugar onde começar. Quando pergunta
sobre a algibeira com a areia, Sonho descobre que ela foi vendida pela última
vez a uma mulher chamada Johanna Constantine; quando pergunta sobre o elmo,
descobre que ele foi trocado com um demônio por um amuleto de proteção; e, ao
perguntar sobre o rubi, ele descobre que “foi passado de mãe para filho”.
Enquanto
isso, vemos Ethel Cripps visitar John Dee no hospital psiquiátrico: eles precisam falar sobre o rubi do Senhor
dos Sonhos.
Para mais
postagens de “The Sandman”, clique aqui.
Comentários
Postar um comentário