The Sandman 1x04 – Chapter 4: A Hope in Hell

“I am… hope”

MAIS UMA VEZ E SEMPRE: QUE ADAPTAÇÃO FASCINANTE! Sigo com a sensação constante de que “The Sandman” está fazendo um belíssimo trabalho adaptando a tão importante obra de Neil Gaiman, e “A Hope in Hell” (que é, possivelmente, a minha edição favorita no primeiro arco de “Sandman”) é tão surpreendente, intenso e estranhamente reflexivo na série quanto foi nas páginas da HQ… eu estou fascinado! Sonho dos Perpétuos continua sua busca pelas suas ferramentas de poder roubadas quando foi sequestrado por Roderick Burgess, e esse episódio traz a primeira visita que acompanhamos ao Inferno, com direito a dicas a respeito de um arco futuro e a intensificação de um confronto que vai deixar ainda mais tenso o clima para quando chegarmos em “Estação das Brumas”. Que prazer imenso poder estar presenciando esse momento tão grandioso!

No fim do episódio passado, depois de se despedir de Johanna Constantine, Sonho avisara Matthew de seu próximo destino: o Inferno. A abordagem inicial do Inferno, de “Prelúdios & Noturnos”, é mais tarde aprofundada em “Estação das Brumas”, mas esse sempre é um conceito que me fascina e me intriga, e Sonho conta um pouco a Matthew, que funciona como a audiência, sobre o lugar onde estão. Gosto muito de como o Inferno reflete, sim, o que muita gente pensa a respeito dele, ao mesmo tempo em que surpreende e amedronta, e parece muito mais um lugar melancólico do que qualquer outra coisa… especialmente por aquele breve encontro de Sonho com Nada (comentei “Estação das Brumas” recentemente, você pode ler clicando aqui), e me arrepiou ver Sonho assumir a forma de Kai’ckul, deixando Matthew curioso…

Assim como todos aqueles que ainda não leram as HQs.

Mas a missão de Sonho, nesse momento, não tem nada a ver com Nada. Ele está ali para reaver o seu Elmo, que foi trocado por Ethel Cripps por um amuleto de proteção com um demônio, e Sonho pretende desafiá-lo. Toda a trajetória de Sonho e Matthew no Inferno levando até Lúcifer Morningstar é brilhante e tensa, com “The Sandman” ainda brilhando ao construir o suspense – que vem sendo mais a cara da série do que o horror propriamente dito… o que não é uma crítica, porque eu adoro o suspense (mas me intriga pensar no episódio da lanchonete, que foi uma edição forte e traumatizante… como será a adaptação?!). A pose de Lúcifer, a interação cordial e diplomática com Sonho, embora escondendo uma espécie de rivalidade ameaçadora, tudo conspira para uma sequência impecável na qual Lúcifer o “ameaça” com bilhões de demônios, e Sonho traz a ele o único que lhe interessa…

Coronzon.

Estava ansiosíssimo para assistir ao DUELO no Inferno, e preciso dizer: ESTOU EM CHOQUE E ENCANTADO! Foi fascinante ler esse duelo nas páginas da HQ, e é igualmente fascinante assistir àquele duelo diferente de tudo que já vimos entre Lúcifer e Sonho, cada um “se tornando” algo que pode vencer o que quer que o outro tenha sido na “rodada” anterior… visualmente, é um espetáculo (algo que eu venho dizendo continuamente sobre a série), e eu adorei como a série conseguiu representar as coisas nas quais eles se transformam, enquanto vemos o próprio Sonho e Lúcifer sofrendo as consequências. E, quando parece que Lúcifer venceu e Sonho está caído e quase morto, Matthew lhe dá força de uma maneira tão bonita que Sandman consegue se levantar se tornando a última coisa, aquela que pode vencer qualquer outra: ele se torna ESPERANÇA.

A vitória de Sonho é de arrepiar, sem dúvida. E todo o “confronto” que se segue também, porque Sonho recupera seu elmo, agradece Lúcifer dizendo que ele é “honrado”, mas Lúcifer não pretende deixá-lo partir, dizendo que “ele não tem poder no Inferno”. Então, as mesmas palavras ditas na HQ são repetidas na série, e é igualmente impactante: “Afirma que não tenho poder aqui. Talvez fale a verdade. Já dizer que sonhos não têm poder no Inferno… diga-me, Lúcifer Estrela da Manhã, que poder o Inferno teria sobre seus prisioneiros se não pudessem sonhar… com o Paraíso?” Eu adoro o fato de não existir, em nenhum momento, uma luta física – é uma batalha ferrenha de ideias e de palavras da qual Sonho sai vitorioso, caminhando com todo poder com o seu elmo para fora do Inferno que mal podemos esperar para um reencontro deles.

E, quando isso acontecer…

Em paralelo, acompanhamos John depois de ter “fugido” do hospital psiquiátrico no qual estava. A adaptação precisa se desvencilhar de algumas amarras da HQ, deixando de lado o Dr. Destino e J’onn J’onzz, por exemplo, mas “A Hope in Hell” entrega uma sequência alarmante, repleta de suspense e tensão, enquanto John “pega uma carona” com Rosemary, em busca do “seu” rubi. Toda a angústia que o diálogo proporciona, a maneira como sentimos o medo de Rosemary ao perceber que tipo de pessoa está no seu carro, tudo gera uma narrativa tensa e eletrizante que, felizmente, termina bem para Rosemary, contra todas as possibilidades… porque ela é uma boa pessoa. Ele e Sonho chegam finalmente ao rubi quase ao mesmo tempo, mas Sonho percebe, no entanto, que alguma coisa está errada: seu rubi foi adulterado. Agora, esperamos pelo confronto de Sandman e John.

O próximo episódio é um dos que mais me intrigam! Vamos seguindo essa série incrível!

 

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