Turma da Mônica: A Série 1x07 – Segredo
“Agora eu entendi porque a Turma é da Mônica”
QUE EPISÓDIO
INCRÍVEL, QUE SÉRIE FENOMENAL, QUE PRODUÇÃO PERFEITA! “Turma da Mônica: A Série” é realmente um espetáculo, e embora eu
esteja amando desde o início e
continuamente elogiando a cada episódio, esse é o momento em que eu venho para
oficializar o quanto eu amei esse roteiro, essa direção, essa produção como um
todo… não é fácil desenvolver tantos personagens ao mesmo tempo e encaixar tantos
pontos de vistas diferentes dos mesmos eventos, algo que “Turma da Mônica: A Série” se dispôs a fazer desde o início e o fez
de maneira brilhante, “Segredo”
sendo, para mim, a cereja do bolo. Centrado em Carminha Frufru, esse episódio
traz flashbacks de antes da chegada
da garota ao Bairro do Limoeiro, e uma nova visão sobre as cenas da Carminha
com a Turma, que tínhamos visto nos outros episódios.
Impressionante
como tudo se encaixa com perfeição… é necessário um roteiro muito coeso e um
planejamento impecável para que as cenas se encaixem dessa maneira, e eu não
vou cansar de me elogiar! No episódio passado, depois da chegada da Madame
Frufru e de toda aquela confusão que tomou conta da mansão, Mônica finalmente
conseguiu pegar o diário de Carminha e, de quebra, ainda encontrou o controle
que fora usado para derrubar o balde de lama na anfitriã da festa, e então ela
aparece para assumir a culpa e dizer,
para todo mundo, que foi ela quem jogou o
balde de lama em Carminha. E podemos ver, pela expressão incrédula de
Carminha, que ela não entende por que a
Mônica está fazendo isso. Tanto ela não entende que ela resolve dizer para todo
mundo que ainda falta o seu depoimento,
e ela tem coisas para contar.
Assim, o
episódio retorna para a vida de Carminha Frufru antes do Bairro do Limoeiro, e vemos a maneira como a garota sofre
com a pressão da mãe, que exige “perfeição” em todos os momentos. A Família
Frufru é uma caricatura da ditadura da beleza, e, de certa maneira, Carminha
representa as agruras que essa pressão traz – surpreendentemente. Sua mãe,
sempre rigorosa e julgadora, a ensinou a seguir duas regras para a perfeição:
1) Esconder seus pontos fracos; e 2) Ressaltar os seus pontos fortes.
Constantemente pressionada a ser a melhor da turma, ser a representante da
classe, e prestes a se tornar a próxima modelo da marca Frufru, Carminha
esconde da mãe que precisa de óculos…
pode parecer tolo, mas não é, porque é uma representação bem alegórica do que
“mancharia” a perfeição que a mãe espera. Carminha
não conta à mãe que está usando óculos.
Tudo piora
quando Carminha é desafiada, na eleição de representante de classe, por uma
nova aluna que acabou de chegar da França, uma outra personagem importante dos
quadrinhos: Penha. Maldosa e cruel, Penha quer ganhar de Carminha de qualquer maneira, e, inclusive, rouba
o seu diário em busca de algo, e descobre: a leitura de Penha sobre a dor de
Carminha, se perguntando se a mãe “amaria uma filha míope” é bem dolorosa, e
Penha obriga a garota a desistir da candidatura, ou então ela vai contar tudo à
Madame Frufru… rigorosíssima como sempre, a Madame Frufru não entende como
Carminha pode ter desistido desse modo, e decide que ela não pode continuar ali
depois daquele “fracasso”. É aí que elas se mudam para o Bairro do Limoeiro, algum lugar distante onde elas possam
recomeçar… e chegamos aos eventos do primeiro episódio.
Ótima
retomada e nova visão desses eventos – vemos a Denise entrar na limusine e
começar a “contar as fofocas” do bairro para a Carminha, por exemplo, e vemos a
“motivação” que levou a Carminha a ser aquela garota mimada, arrogante e
maldosa que conhecemos desde o início da série: quando o Jarbas “atropelou” o
Sansão, Denise a alertara sobre a Mônica, a “rainha do bairro”, e imediatamente
Carminha a imaginou como uma nova versão da Penha… e ela não podia deixar que uma nova Penha estragasse a sua vida –
por isso, resolveu estragar a dela primeiro. Ironicamente (e perversamente
real, na verdade), Carminha acabou se tornando a valentona que faz bullying,
acabou se tornando a Penha da Mônica… e só agora, depois de todos esses
acontecimentos e da ação de Mônica, é que ela conseguiu finalmente perceber
aonde errou.
Carminha já
estava decidida a acabar com a Mônica, mas quando ela fez aquelas perguntas
todas sobre a festa do Clube da Turma, que quando vimos a cena pelo outro ponto
de vista pareceu puro deboche e esnobismo, e a Mônica disse que as informações
estavam no convite e perguntou se “ela não estava vendo”, e Carminha realmente não estava vendo, ela percebeu
que Mônica podia, sim, ser uma nova Penha… Carminha planejou tudo: ela
conseguiu descobrir as fraquezas da Mônica usando as fraquezas da Magali, a
chamou de “brutamontes” sabendo que isso ia mexer com ela, fez o Cebolinha
ficar ao seu lado, e quando Mônica apareceu na festa (e todo mundo parecia
comentar apenas sobre a Mônica,
quando Carminha queria que tudo naquele dia fosse sobre ela), ela decidiu que usaria o plano de banho no Cascão, que armara
com Cebolinha, contra a Mônica.
As coisas
deram errado, é claro… acontecimentos de que Carminha não tinha conhecimento
tinham mudado o conteúdo do balde, por exemplo, e a própria Carminha se
confundiu sobre onde estava o balde
quando chamou a Mônica para o palco e apertou o botão ela mesma. Como pudemos suspeitar (porque a série deu dicas dessa
possibilidade durante os episódios, o que não diminui a importância do plot twist e do roteiro bem amarrado!),
foi a própria Carminha Frufru quem apertara o botão – mas, diferente do que eu
imaginava, não para realmente receber
um balde de lama na cabeça e culpar a Mônica… esse é o plano secundário da
Carminha, quando tudo dá errado. Enquanto todo mundo se esconde da Madame
Frufru, Carminha aproveita para esconder o controle na bolsa da Mônica,
acreditando, por fim, que isso vai acabar com o pesadelo.
Mas, então,
Carminha é surpreendida: Mônica lê algo no seu diário e, ao invés de
chantageá-la e ameaçá-la, como a Penha fizera, ela não faz nada, e ainda assume
a culpa por algo que não fez. GENTE, TEM COMO NÃO AMAR A MÔNICA?! Toda a cena é
perfeitamente emocionante, e eu acho
justíssimo (e lindo) que a Mônica ganhe mesmo esse destaque e essa valorização,
que ela seja “coroada” a Rainha da Turma, que a Carminha, dentre todas as
pessoas, reconheça como ela é uma pessoa incrível e que diga que “agora entende
por que a Turma é da Mônica”. Roteiro excelente, atuações perfeitas, a emoção
nos olhos de Mônica se transmite de maneira perfeita ao espectador, e
terminamos o episódio profundamente tocados – e, sim, eu chorei com a Mônica.
Agora, no entanto, o Cebolinha descobre e anuncia que “a história ainda não
acabou”.
Chegou a
hora da Vingança do Capitão Feio.
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