Vice Versa, Episode 4 – Deep Magenta

“How about we fall in love with each other?”

Passamos por um terço de “Vice Versa”, e é um momento importante no qual começamos a tirar conclusões… minhas impressões sobre “Deep Magenta” são muito parecidas às do episódio anterior, embora o tom do meu texto provavelmente vá ser diferente daquele: talvez eu tenha caído, com “Vice Versa”, em uma armadilha de expectativa. O BL é interessante, a atuação e a química de Jimmy e Sea fazem o romance valer a pena, eu torço pelos personagens que estão se aproximando e se apaixonando, mas eu também queria ver mais sobre a história de universos paralelos – que acaba sendo apenas um fundo de história esquecido. Com o romance sendo trazido para o primeiro plano em detrimento de qualquer outro plot, é difícil deixar de lado a sensação de que haveria tanto a se explorar que é ignorado, e a sensação de que “Vice Versa” acaba tendo a mesma história de mil outros BLs.

De agora em diante, eu vou lidar com minhas próprias expectativas e reduzi-las para que elas se adaptem ao que a série está disposta a entregar, que não é um plot inovador, diferente e cheio de trama além do romance (para isso, estou assistindo “Dear Doctor, I’m Coming for Soul”, de qualquer maneira), e acho que isso vai fazer com que eu aproveite mais os próximos episódios… no mesmo clima do episódio anterior, Puen e Talay estão se aproximando, flertando um com o outro e fingindo que não percebem a tensão sexual que existe entre eles – e que pode ser a chave para que eles retornem para casa. Toda a trama de “encontrar a chave de portal” não será tão importante de agora em diante, tendo em vista que é bastante óbvio que Puen e Talay são a chave de portal um do outro… agora, eles precisam descobrir o que fazer depois de saberem disso.

Foi bom acompanhar as cenas de romance e provocação deles, a maneira como Puen adora se aproximar de Talay para recriar cenas de filmes, ou como Talay adora fingir que não sente nada e que não acredita no amor, quando está claramente balançado pela aproximação de Puen. Pronto para flertar, mas não pronto para admitir que está flertando de verdade, Puen sugere a possibilidade de eles precisarem se apaixonar para voltar para casa, e sugere que “eles se apaixonem um pelo outro”, e quando Talay recua, talvez em uma medida de autoproteção, Puen diz que “eles podem apenas fingir”. E, dali em diante, ele “finge” muito. Não é difícil ceder às provocações de um homem como Puen “flertando” conosco, especialmente quando ele é tão fofo e tão convincente, como na cena da pichação na janela com o nome de Talay ou na cena do buquê do casamento…

Ah, a cena do buquê do casamento!

A dinâmica dos dois é interessante, e entendemos claramente onde está o problema que causa um tremor na relação deles eventualmente… ambos já estão apaixonados um pelo outro, e demonstram isso em pequenos momentos que não são necessariamente ensaiados, mas cada um lida com isso à sua maneira. Puen finge estar flertando apenas para “conseguir escrever melhor as cenas de romance do seu roteiro”, e Talay se protege tentando evitar se machucar, porque é uma das coisas mais dolorosas do mundo você ter certeza do que sente e ter a pessoa ao seu lado fingindo que o que está acontecendo “é apenas brincadeira”. Eu não acho que o Puen faça por mal, eu não o julgo nem fico com raiva, mas eu entendo perfeitamente o Talay, porque ele sabe que vai sofrer caso se permita acreditar em todo o flerte e depois não for verdade.

Ele tem o direito de cuidar de si mesmo!

Depois da sequência da janela, na qual Talay fica visivelmente mexido e confronta Puen, Puen fala algo sobre “poder escrever cenas de romance melhor do que antes graças a ele”, e é justamente isso o que Talay não queria: a confirmação de que tudo era um fingimento… embora, é claro, não fosse. Talay fala de como ele está brincando com os seus sentimentos, de como gostaria que ele parasse com isso, e há tanta verdade nas suas palavras que isso parece pesar significativamente sobre Puen… tanto é que, depois disso, ele parece desaparecer, provavelmente lidando com seus próprios sentimentos e com a possibilidade de ter feito o homem que ama sofrer, mesmo sem ter tido a intenção. Há algum tempo sem vê-lo e buscando por ele, Talay precisa encontrar Puen para que eles conversem, porque não conseguem ficar longe um do outro.

E os dois compartilham uma cena lindinha digna de final de filmes de comédia romântica… até pelo cenário no qual acontece! Talay percebe onde Puen deve estar: no lugar que eles descobriram juntos e que é o cenário perfeito para o reencontro dos protagonistas no fim do roteiro que Puen está escrevendo, e Puen de fato está lá, esperando por ele, sabendo que, mais cedo ou mais tarde, ele apareceria – e Puen pede desculpas por ter brincado com os seus sentimentos, de uma maneira tão adorável e, mais do que isso, tão sincera (dá para ver nos seus olhinhos de cachorro que caiu da mudança que ele realmente sente muito e que ele não teve a intenção), que não há chance alguma de Talay ficar chateado… ele sentiu falta de Puen. A química perfeita, a conexão inegável, e então, antes de irem embora, Puen faz com que ele fique, porque falta algo que os protagonistas fazem no fim do filme…

Eles ainda precisam se beijar.

Foi um beijo bem simples, digno de BL antigo… mas talvez “Vice Versa” ainda nos surpreenda.

 

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