Lost 4x04 – Eggtown
O julgamento de Kate.
Mais um
excelente episódio da quarta temporada de “Lost”,
dessa vez centrado em Kate Austen. “Eggtown”,
exibido em 21 de fevereiro de 2008, traz mais um pouquinho do que está
acontecendo na vida dos personagens depois
que eles saíram da ilha, enquanto acompanhamos o julgamento de Kate por todos
os crimes que cometeu antes da queda do Oceanic 815, e ouvimos constantemente
falar sobre o seu filho. Na ilha,
tudo continua se desenvolvendo com bastante mistério e certa calma, o que é
inusitado, tendo em vista os rumos que a temporada tomará – a greve dos
roteiristas daquele ano impactou na maneira como a temporada foi originalmente
planejada, provavelmente com 20 e poucos episódios em mente, e como ela foi de
fato executada, apenas com 14
episódios… a diferença de ritmo de agora até o final é gritante!
A maior
parte da ação na ilha acontece nas casinhas em que os Outros moravam, agora uma
ditadura comandada por John Locke, mas também vemos um pouquinho do pessoal na
praia, que esperam o resgate e notícias do helicóptero que partira com Sayid e
Desmond no episódio passado… quando Juliet e Jack conseguem convencer Charlotte
a ligar para o cargueiro usando um número diferente, eles descobrem que o
helicóptero pilotado por Frank não chegou
até lá – e ficamos esperando pelas explicações de Daniel Faraday, que foi
quem descobrira a distorção temporal no episódio passado, mesmo que ele ainda
não tenha compartilhado isso com ninguém. Daniel é um personagem que eu lembro
de sempre ter amado enquanto assistia
a “Lost” pela primeira vez, há quase
15 anos, mas que tem um tom interessante de mistério: aquela cena das cartas é
ótimo…
Afinal de contas, o que de fato sabemos
sobre ele?!
O episódio
também explora os intuitos de Kate quando escolheu ter ficado para trás naquela
missão a que foi com Sayid: e não, não é por Sawyer… o que ela quer é conversar
com Miles para saber se ele sabe quem ela é, o que ela fez (adorei o diálogo
dessa cena, remontando a uma pergunta constante
que os fãs de “Lost” fizeram durante
muito tempo até que o roteiro revelasse o crime de Kate!), para que ela decida
se é seguro retornar ou se Sawyer tem razão e não existe nada esperando por ela
no “mundo real”… talvez ela deva mesmo
ficar ali. E, enquanto tenta conseguir essa informação com Miles, ele se
propõe a responder às suas perguntas, desde que ele faça algo por ele e consiga
um minuto de conversa com Ben. Então,
Miles se voluntaria para dizer a todos que Ben está morto, se ele conseguir 3,2
milhões de dólares…
O que,
convenhamos, é bastante específico. Novo mistério no ar!
Todo o clima
da vila dos Outros está bastante tenso e por vários motivos diferentes… Hurley
não parece estar lá muito feliz com a escolha que fez, por exemplo; Sawyer está
pensando em viver “um conto de fadas”, mas Kate não está disposta a “brincar de
casinha” com ele (tanto é que ela tem uma discussão com ele quando eles
conversam sobre uma possível gravidez e ela acaba indo embora, dizendo que “vai
voltar para a praia”); e, de quebra, temos John Locke, que infelizmente se
tornou (e isso já há algum tempo) um personagem bastante intragável… suas
atitudes são criminosas e revoltantes, mas o pior de tudo, a meu ver, é o fato
de ele nem saber o que ele está fazendo.
É diferente de Ben, por exemplo, que em toda sua filha da p*tagem, tem muito
claro quais são seus objetivos sempre. Locke está quase à deriva, “mais perdido
do que jamais esteve”.
Os flash forwards do episódio mostram o que
Kate enfrentou quando saiu da ilha, o que já era de se esperar: um julgamento.
E como ela está prestes a ser condenada, o advogado decide apelar para o seu
caráter ao invés de “o que ela fez ou não fez”. Afinal de contas, ela é uma das
Oceanic 6, supostamente uma “heroína mundial”, ele tem como ganhar esse acordo.
Todo o episódio é em volta da tensão do julgamento, temos o depoimento de Jack
que é bastante revelador, não por ele dizer o que realmente aconteceu na ilha
ou por nos explicar como apenas seis saíram de lá, mas por nos mostrar qual é a história que eles estão contando
desde que eles saíram – eles estão escondendo praticamente tudo o que
aconteceu na ilha, mas o depoimento de Jack Shepard chama a atenção de todos e
provavelmente é um primeiro passo importante para a sentença de Kate.
O segundo
passo, é claro, é o fato de que a mãe se
recusa a depor contra ela – a denúncia de outrora da mãe era o que mais
pesava contra Kate, mas agora ela vai
visitá-la e fala sobre como “tudo mudou quando ela acreditou que ela estivesse
morta”, então ela diz que não quer depor contra ela, e não o faz, o que quer
dizer que a acusação perde um dos seus maiores trunfos contra Kate… e ela nem
precisa usar o seu filho. Esse é um dos momentos mais legais dessa temporada: o desenvolvimento da trama do “filho
da Kate”. Passamos o episódio todo nos perguntando quem seria ele, se seria
filho de Sawyer ou filho de Jack, para que o encontremos, de cabelinhos loiros,
na cena final do episódio, quando Kate aceita um acordo bastante razoável que
lhe garante a liberdade e volta para casa para se reunir com o filho, e então o
chama pelo nome…
Aaron. O filho de Claire.
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