Lost 4x05 – The Constant

“I love you, Penny”

MEU EPISÓDIO FAVORITO NA HISTÓRIA DE “LOST”! E não tem jeito, os episódios de Desmond Hume SEMPRE são os melhores episódios da série! “The Constant”, exibido em 28 de fevereiro de 2008, é um episódio importante tanto para o desenvolvimento de Desmond como personagem (o seu relacionamento com Penny sempre rendendo alguns dos momentos mais emocionantes da série), para a apresentação “completa” de Daniel Faraday (outro personagem que eu amo de todo o coração!), quanto para um conceito importante a ser bastante explorado no restante dessa temporada e, especialmente, na próxima: a viagem no tempo. Apesar dos “saltos temporais” da consciência de Desmond, que fica alternando entre 1996 e 2004 em busca de uma constante para que possa se estabilizar, “The Constant” é, na verdade, um episódio bastante linear.

Há algum tempo, Desmond saíra da ilha com Sayid e Frank, rumo ao cargueiro que trouxera a suposta “equipe de resgate”, mas a viagem que deveria durar aproximadamente 20 minutos parece, pelo menos para quem observa da ilha, estar durando muito mais – mas é como Daniel Faraday vaga e rapidamente explica: a percepção de tempo deles, na ilha, não é a mesma para os amigos deles, no helicóptero… e tudo vai ficar bem, desde que Frank siga exatamente as coordenadas que ele passou. Para Frank e os demais, o voo realmente não dura mais do que alguns poucos minutos até chegar ao cargueiro, embora eles passem por uma tempestade e, mesmo tendo saído da ilha no fim da tarde, eles chegam no cargueiro no meio do dia. E, no meio do caminho, alguma coisa acontece a Desmond – algo que Daniel parece chamar de “efeitos colaterais”.

No meio do voo, Desmond retorna para a época da sua vida em que estivera no exército e, para ele, toda aquela coisa de helicóptero e tempestade fora algum sonho estranho, absurdamente real… mas um sonho. Quando ele retorna para o helicóptero, com Sayid chamando o seu nome, ele se descontrola por não entender o que está acontecendo: para ele, ele deveria ainda estar no Royal Scots Regiment, e ele não faz ideia de quem são aquelas pessoas na sua frente, nem como Sayid sabe o seu nome. Então, Sayid começa a alternar entre o helicóptero, que está pousando no cargueiro, e de volta à época do exército, um vai-e-vem constante de sua consciência através do tempo, algo que ele não consegue entender e que o perturba… até porque a sua mente parece ter resetado para a época do exército, o que quer dizer que ele não acha que aquilo tudo no cargueiro seja real.

As duas tramas são interessantes e trazem informações misteriosas… no desenrolar da trama de 1996, vemos Desmond tentar falar com Penny, depois de ele ter terminado com ela e ido embora, e ela está magoada demais, o que quer dizer que não quer falar com ele e pede que ele não volte a ligar; na trama de 2004, vemos o mesmo que está acontecendo a Desmond acontecer com um outro homem, George Minkowski, que também tentara se aproximar da ilha… aparentemente, é um efeito colateral “comum” de quem foi exposto a radiação ou eletromagnetismo e se aproxima da ilha, para entrar ou sair dela. Por isso, Minkowski avisa que “isso vai acontecer com todo mundo”. E o que quer que seja isso precisa ser parado em algum momento, porque a situação de Minkowski está no limite e o mesmo pode acontecer com Desmond.

Acredito que o episódio fica ainda mais interessante quando entra a parte do Daniel Faraday – colocar Daniel e Desmond na mesma história é, certamente, um acerto de “Lost”. Desmond e Daniel conversam pelo telefone, e Daniel, tendo uma noção do que está acontecendo, conduz tudo incrivelmente bem, fazendo Desmond falar sobre onde/quando ele acredita estar, e quando Desmond fala de 1996, Daniel pede que ele vá até a Faculdade de Oxford e procure por ele lá: talvez ele possa ajudar. Para isso, Daniel dá algumas informações, como números e um nome, para que o Daniel de oito anos atrás possa acreditar em Desmond quando ele aparecer pedindo ajuda… e como eu sou apaixonado por física e por viagem no tempo, meu coração dispara de emoção quando essa trama começa a ser desenvolvida. Tão bom ver o Desmond chegando à faculdade!

Agora, Daniel precisa ajudá-lo… a sequência da faculdade é interessante, e traz algumas explicações de Daniel, enquanto ele mostra um experimento que está fazendo com Eloise, uma ratazana cuja consciência é mandada para o futuro e que, logo em seguida, consegue sair tranquilamente de um labirinto que foi construído por Daniel naquela manhã e, consequentemente, ele ainda não a ensinou como sair… Daniel acha fantástico, Desmond já acha preocupante. Afinal de contas, quando ele retorna para o cargueiro, tem uma conversa reveladora com Minkowski e, depois, retorna para Oxford em 1996, 75 minutos depois, aproximadamente, Eloise está morta. O mesmo acontece logo com Minkowski, e o mesmo vai acontecer com Desmond se sua mente não parar de alternar entre 1996 e 2004… e, para isso, ele precisa de uma constante.

A ideia de “constante” é um objeto ou alguém que seja importante para a pessoa e que possa ser encontrado em ambos os tempos. Agora, Desmond precisa encontrar Penny em 1996, mesmo que o seu telefone tenha mudado, que ele não saiba onde ela mora e que ela não queira mais vê-lo, e precisa entrar em contato com ela em 2004. É por esse motivo que “The Constant” é tão bom e funciona tão incrivelmente bem: pela sua capacidade de elaborar a trama, de ser didático e informativo, mas, ao mesmo tempo, ser profundamente humano e emotivo, que é o que nos encantou em “Lost” desde o começo… a humanidade de seus personagens, a maneira como nos importamos com eles! Esse episódio nos prova que, por mais que a trama cresça e que os mistérios aumentem, “Lost” continua sendo, em primeiro plano, sobre essas pessoas com quem nos importamos.

Em 1996, Desmond consegue encontrar Penny com a inusitada ajuda do pai dela, e não é um reencontro romântico ou tranquilo, porque eles acabaram de terminar, as feridas ainda estão abertas, Penny não quer vê-lo… mas ele parece tão desesperado e tão verdadeiro pedindo que ela lhe dê o seu novo número de telefone, porque “precisa ligar para ela dentro de oito anos, no dia 24 de dezembro de 2004”, que ela acaba aceitando lhe dar o número. Talvez em parte para que ele vá embora, como ela está pedindo que ele o faça… mas também porque ela ainda se importa com ele e porque acredita, de alguma maneira, na importância daquilo. Afinal de contas, ela manteve esse número durante os oito anos seguintes, sem saber, com certeza, que Desmond ligaria, mas esperando que ele ligasse. E então, em 24 de dezembro de 2004, ele consegue ligar.

A conversa de Penny e Desmond pelo telefone é, possivelmente, uma das cenas mais emocionantes que “Lost” já nos entregou. QUE CENA LINDÍSSIMA, chorei enquanto a assistia novamente agora. Podemos ver e sentir a emoção deles, e é um alívio tão grande ouvi-la falar sobre como está procurando por ele há três anos, sobre como falou com Charlie e descobriu que ele ainda estava vivo, ouvir o Desmond dizer que a ama… é uma conversa carregada de emoção e de sentimentos verdadeiros, e Desmond não sabe muito o que dizer sobre aonde está, a não ser que está em um navio, mas Penny promete que vai encontrá-lo, ambos prometem se reencontrar… e aquela é a constante de Desmond se concretizando. A partir daquele contato com Penny em 1996 e 2004, sua consciência consegue se estabilizar novamente, e tudo volta ao normal.

Ele está bem. Ele vai ficar bem.

QUE EPISÓDIO INTENSO! Amei do início ao fim!

 

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