Lost 4x06 – The Other Woman
“Welcome to
the island”
Como é
difícil sair de um episódio protagonizado pelo Desmond e retornar aos episódios
“comuns” de “Lost”, não?
Originalmente exibido em 06 de março de 2008, “The Other Woman” é um episódio interessante, e eu gosto muito da
Juliet, sempre gostei, e temos toda a relevância da trama de Charlotte e Daniel
Faraday, mas é impossível não pensar que os flashbacks
não agregam o suficiente à trama para se justificar – ainda agrega mais, no
entanto, do que alguns dos últimos flashbacks
de Jack, então isso é uma vitória. Enquanto a série retorna para os primeiros
meses de Juliet na ilha até três semanas depois da queda do Oceanic 815, ela e
Jack saem em uma “missão” mata adentro atrás de Charlotte e Daniel, que
“desapareceram” e estão fazendo sabe-se lá o quê… e como eles não têm mais
certeza de que podem confiar neles, eles os seguem.
Uma coisa
que eu gosto muito de ver atualmente em “Lost”
é o Jack e a Kate tomando decisões absurdas e sendo constantemente feitos de
idiotas – eles sempre se acharam tão inteligentes… Kate acaba dando as costas
para Charlotte pouco depois de ter percebido que ela e Daniel mentiram sobre “o
que estavam fazendo no meio da mata”, o que é uma atitude que a Kate da
primeira temporada provavelmente jamais teria, e o Jack também acredita quando
Juliet diz que “vai buscar água para Kate”, quando eles a encontram machucada
no meio da mata, quando é óbvio que Juliet vai seguir o caminho sozinha… afinal
de contas, é ela quem sabe mais ou menos o que Charlotte e Daniel estão fazendo
– ou, pelo menos, para onde eles
estão indo. Juliet foi encontrada por um “fantasma do passado” com uma missão
que parece ter vindo de Ben: deter Charlotte e Daniel.
O rosto do
passado de Juliet é um que encontramos em seus flashbacks: a esposa de Goodwin. Embora não sejam flashbacks necessariamente ruins, sua
relevância nesse momento da série e com uma temporada mais curta que o normal é
questionável. Vemos Juliet se envolver com Goodwin, o que causa a ira de Ben, e
quando eles escolhem ignorar todos os avisos possíveis de que precisavam se
afastar, como se não houvesse nada que o Ben pode fazer, a “solução” cai para
Ben do céu… literalmente. Com a queda do Oceanic 815, Ben pensa depressa e manda
Goodwin como infiltrado entre os sobreviventes da parte de trás do avião e,
dali em diante, nós sabemos o que acontece. De maneira perversa e revoltante,
Ben está satisfeito em levar Juliet para ver o corpo empalado de Goodwin, três
semanas depois, bradando aos quatro ventos que “ela pertence a ele”.
Assustador.
Enquanto
isso, no presente, Ben continua “exatamente onde quer”, e embora eu deteste as
atitudes do Ben, todas sempre condenáveis, eu acho que ele é um personagem
interessante de se acompanhar: a maneira como ele debocha de John Locke e como
o manipula perfeitamente é um tanto angustiante,
mas incrível. As sequências de Ben e Locke nos trazem uma revelação a respeito
da pessoa por trás do navio que foi enviado para a ilha e quem é que está
tentando chegar a ela a todo custo: Charles Widmore, o pai de Penny. Ainda não
é a hora, no entanto, de descobrirmos a identidade (surpreendente, por sinal,
aguardem só!) do espião que Ben jura ter no cargueiro… e que de fato tem.
Manipulando Locke com maestria, Ben consegue sua liberdade, andando
tranquilamente e cheio de deboche pela vila, para a surpresa, choque e raiva de
Sawyer e Hurley.
Quando
Juliet chega até a usina que gera energia para a ilha, ela seve em um dilema:
acreditar nas ordens de Ben e impedir Daniel e Charlotte de fazerem o que quer que eles estejam fazendo, ou
acreditar em Daniel a respeito do gás tóxico que pode matar todos na ilha, mas
que ele está tentando conter? A sequência toda é tensa, mas também evidencia um
pouco mais da “guerra” entre a equipe de cientistas do cargueiro e Benjamin
Linus, e Charlotte joga muito bem com Juliet, perguntando se ela tem certeza
que pode “confiar” em Ben (ha!) de que ele nunca vai usar aquele gás tóxico
para fazer mal a alguém… isso faz com que Juliet hesite por tempo o suficiente
para que Daniel Faraday se concentre no computador e consiga conter e
neutralizar todo o gás dentro da usina. Aparentemente, Daniel acabou de salvar a vida de todo mundo na ilha.
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