Smash 1x11 – The Movie Star

“I’m not just here to dig, I’m here to dig deep”

O TANTO QUE EU ME DIVERTI NESSE EPISÓDIO! É desesperador e angustiante ter uma atriz que não está preparada para cantar estrelando um musical? Com certeza. “Bombshell” parece fadado ao fracasso no que depender de Rebecca Duvall. Isso não quer dizer, no entanto, que eu não tenha rido da dolorosa ironia ao representar uma realidade do teatro musical, quando estrelas de cinema são escaladas para grandes papeis para atrair investimento e público, ao invés de pessoas que estejam no ramo há mais tempo e, assim… estejam de fato preparadas para o papel! O episódio assume um divertido tom exagerado (que funciona muito bem tendo em vista que acabamos de vir de uma série de episódios dramáticos e os problemas na vida pessoal dos personagens só aumentam) que funciona – até porque sabemos que não tem como Rebecca Duvall durar muito tempo.

“The Movie Star” começa com os primeiros ensaios de Rebecca Duvall para “Bombshell”, e a sua “interpretação” (pode-se chamar assim?) de “Let Me Be Your Star”, certamente uma das músicas mais lindas do musical sobre a Marilyn Monroe, é HILÁRIA – porque é um verdadeiro e completo desastre! A situação é trágica, a sensação de que “não tem para onde fugir” também é desesperadora, mas “Smash” consegue nos fazer rir especialmente pelas expressões de puro choque dos demais personagens enquanto Rebecca está tentando cantar… a câmera passando pelos olhos arregalados de Julia e Tom, por exemplo, ou o Derek pedindo que ela pare no meio da música, ou a Ivy e a Karen, que secretamente estão sofrendo e se divertindo. Quase conseguimos ouvir os pensamentos de Ivy ao ver Rebecca: “Acho que eu preferia ter perdido para a Karen”.

Mas o caos só aumenta, é claro… além de que evidentemente não sabe cantar (um problema gravíssimo para alguém que está prestes a protagonizar um musical), Rebecca Duvall tem uma atuação exagerada e caricaturada da Marilyn, e ela tem o que chama de “um monte de ideias”. Tá certo que “Bombshell” ainda não está pronto e que já sofreu uma série de alterações, mas as ideias de Rebecca são descabidas… ela se incomoda, por exemplo, com o fato de “as cenas serem muito curtas” e, como ela diz, “as pessoas simplesmente começarem a cantar e a dançar”. Rebecca é a representação daquela pessoa que todo fã de musical detesta: a pessoa que não entende que a música é parte da narrativa. Mas, bem, se “Bombshell” é um MUSICAL, é de se esperar que ele tenha várias músicas mesmo, não? Se depender de Rebecca, ela vai cortar todas elas.

A equipe criativa tendo que lidar com isso é um máximo, porque eu adoro o deboche causado pelo desânimo e frustração – como a Julia dizendo que o fato de Rebecca não saber cantar não vai ser um problema porque, aparentemente, ela “vai escrever uma peça de 4 horas”. As expressões de Derek também me divertiram demais durante todo o episódio! Eventualmente, Eileen decide que eles não vão aceitar a sugestão de cortar músicas quando Rebecca “convoca uma nova reunião com a equipe” e, surpreendentemente, Rebecca parece tão ciente disso, de maneira quase racional, quando ela chega atrasada para a reunião. Então, Rebecca vai precisar “se esforçar” mais, e é algo que ela acaba fazendo, por incrível que pareça, porque aquela versão final de “Dig Deep” é surpreendentemente boa! Rebecca precisa de mais ensaios e aulas de canto.

Mas não é tão ruim quanto parece.

Karen e Ivy, por sua vez, continuam inusitadamente “se aproximando”, um processo que começou há alguns episódios e que é facilmente uma das melhores coisas de “Smash” nesse momento. Eu adoro a Ivy fazendo comentários sobre Rebecca Duvall com Karen durante os ensaios, dizendo que “se ela não está torcendo para Rebecca se dar mal, ela está no ramo errado”, ou os olhares que elas trocam sem precisar dizer nada, e que contêm conversas inteiras sobre a estrela de cinema… e, é claro, é divertidíssimo vê-las sentadas lado a lado no bar durante a exibição especial do filme de Rebecca para o qual ela convidou todo mundo do musical, bebendo juntas e comentando o musical e Rebecca – e eu gosto de como essa “amizade” delas ainda tem um resquício de rivalidade, com a Ivy dizendo que quando Rebecca cair, tudo pode acontecer, mas é sincera, dentro de suas possibilidades, o que torna tudo bem real, e poderia facilmente ser forçado… mas não é.

Eu amo a dinâmica de Ivy e Karen!

Derek, por sua vez, continua vendo Marilyn em Karen… “Our Day Will Come” foi ótima.

Dramas pessoais, por sua vez, se intensificam… o namoro de Karen e Dev está chegando a um ponto do qual dificilmente conseguiremos sair sem feridos, e é uma pena que Dev esteja se transformando nesse personagem de quem é tão fácil desgostar; Tom, por sua vez, está dando uma chance a um romance com Sam, mas eles têm ideias diferentes de como isso deve acontecer, porque Sam não quer “se jogar de cabeça” de uma vez, até porque percebe que Tom tem medo de compromisso e isso vai ser um problema se eles forem rápido demais; e Julia, por fim, está lidando com o Leo tirando notas baixas na escola por causa de toda a situação em casa e, para falar sobre isso, ela consegue se encontrar com Frank. Sofro com toda a história de Julia e Frank, mas achei lindo a Julia sendo sincera na escola e, principalmente, dando toda a força a Leo de maneira tão sensata e preocupada naquele final.

Uma linda conversa da Julia com o Leo, na presença de Frank!

 

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