The Lord of the Rings: The Rings of Power (Os Anéis de Poder) 1x01 – A Shadow of the Past

“The same wind that seeks to blow out a fire may also cause its spread”

DE VOLTA À TERRA-MÉDIA! “A Shadow of the Past” é a arrebatadora porta de entrada à Segunda Era da Terra-Média, muitos anos antes de toda a história que acompanhamos em “O Senhor dos Anéis”, mas quando o mal já espreitava na forma de Sauron – e Galadriel prometera encontrá-lo e destruí-lo. “The Rings of Power” foi lançada envolvida em muita expectativa, depois de anos sem termos produções novas ambientadas na Terra-Média, e a promessa da Amazon de produzir o que pode ser a série mais cara da história nos empolgou porque sabíamos que toda a magia que nos fascinou em “O Senhor dos Anéis” e “O Hobbit” estaria novamente em nossas telas… e talvez a primeira coisa que devemos falar sobre “The Rings of Power” é justamente sobre como tudo é grandioso e belo – visualmente, a série é um espetáculo estarrecedor.

Gostei demais da estreia de “The Rings of Power”. Além de ter visuais impecáveis (passamos o episódio todo admirados com a beleza dos cenários e figurinos) que nos remetem de fato à Terra-Média, que é um lugar tão fabuloso, e a promessa de um roteiro interessante repleto de referências e “bastidores” (falamos sobre Sauron, acompanhamos Galadriel e Elrond em missões que antecedem em muito “O Senhor dos Anéis”, e quiçá veremos os anéis sendo forjados, em algum momento), o que mais me encantou foi o fato de que EU SENTI QUE ESTAVA DE VOLTA NA TERRA-MÉDIA. É uma nova e arriscada história, mas “The Rings of Power” conseguiu captar o estilo de narrativa que fizeram os livros de Tolkien ganharem proporções mundiais… até o ritmo da história me remete à leitura que é eletrizante, mas calma, ao mesmo tempo.

Esse universo precisa de tempo para ser desenvolvido.

E “A Shadow of the Past” faz isso muito bem. Talvez ainda seja muito difícil tirar conclusões definitivas, talvez seja cedo para entender qual é a história que a série pretende contar nesses primeiros oito episódios, mas o objetivo do episódio é claro: nos levar de volta à Terra-Média e apresentar os personagens com quem acompanharemos essa nova história… encontramos personagens conhecidos, como os elfos Galadriel e Elrond, e também novos personagens que prometem ser interessantes, como Arondir, um elfo que se apaixonou por uma humana (uma história de amor dramática, como a de Aragorn e Arwen, talvez?), e Elanor Bandyfoot, uma “pé-peludo” que é curiosa e aventureira, ao contrário do que se espera desse povo (nos remetendo claramente à maneira como Bilbo Baggings, primeiro, e Frodo, depois, fogem do estereótipo dos hobbits).

O episódio começa em Valinor, quando Morgoth atacou a própria fonte de luz dos elfos que moravam ali e os obrigou a fugir – levando-os à Terra-Média, onde uma batalha contra o mal era travada… ali, na forma de Sauron. Adoro a maneira como os elfos falam, e a narração inicial de Galadriel é calma e envolvente, mantendo uma espécie de poesia que é o que eu sempre associei a esse povo… ela fala sobre a maneira como Morgoth e Sauron os obrigaram a conhecer palavras para a “morte”, e sobre como, com a morte de Finrod, seu irmão, ela assumiu a promessa que ele fizera de encontrar e destruir Sauron – e agora ela não vai descansar enquanto não cumprir esse objetivo… mesmo anos e anos depois, quando todos parecem ter assumido que Sauron e os orcs desapareceram por completo e para sempre da Terra-Média – ela ainda acredita.

E busca.

Seu caminho encontra o de Elrond em Lindon, onde ele receberá uma nova missão e Galadriel será orientada a retornar às Terras Imortais de Valinor com o seu exército. Afinal de contas, tudo está aparentemente “bem” – “It is over. The evil is gone”. Quando Galadriel parte de volta a Valinor, no entanto, ouvimos uma conversa interessante a respeito da importância de ela ir embora, porque a sua busca pode “manter vivo justamente o que ela quer destruir”, com direito a uma metáfora interessante com o vento, que pode ser intencionado a apagar o fogo, mas, ao invés disso, o espalhar. Sem saber de como suas ações colocam a Terra-Média em risco, no entanto, Galadriel não desiste do que prometera no lugar do irmão: então, em uma sequência visualmente belíssima, Galadriel permite que os demais elfos retornem a Valinor, mas escolhe ficar na Terra-Média.

Gosto muito da divisão em núcleos – sei que, no fim, teremos uma história maior sendo contada, que une as tramas de alguma maneira, e isso me faz lembrar a maneira como “As Duas Torres” e “O Retorno do Rei” contaram suas histórias, de maneira menos linear e centrada que “A Sociedade do Anel”. É uma questão de ter calma e descobrir que papel cada personagem desempenhará na grande história da Segunda Era da Terra-Média que “The Rings of Power” pretende contar. Veremos a missão de Elrond em andamento. Veremos o retorno de Galadriel, em sua incessante busca por Sauron. Veremos Arondir dividido entre o que sente por Bronwyn e o que considera sua missão como um elfo soldado. Veremos Elanor Brandyfoot inquieta ao saber que alguma coisa está acontecendo. Porque algo está acontecendo à Terra-Média – e não se pode ignorar.

 

Para mais Pilotos de séries, clique aqui.

 

Comentários