13: O Musical (2022)
“Tell her
you just want another chance”
Adaptado de
um musical de palco de 2007, “13: The
Musical” pode ser divertido, colorido e ter uma trilha sonora incrível e ótimos
números musicais com coreografias envolventes, além de um elenco de crianças
talentosas e carismáticas, mas eu sinto que falta
alguma coisa para que o filme de fato me conquiste por completo – e talvez
tenha faltado aprofundar alguns
dilemas que movimentavam a trama (me pergunto se o musical original fazia isso).
Com uma sucessão quase ininterrupta de números musicais, o que é excelente para
o meu lado fã do gênero, tive a impressão de que “13: The Musical” foi montado como um show de esquetes, no qual
cada personagem tinha sua história, sua música e seu momento, mas isso gera uma
sensação de superficialidade que me
impediu, talvez, de me conectar o quanto eu deveria com aqueles personagens…
O que é uma
pena, porque eu realmente amei o visual e as músicas do filme.
A adaptação
para filme de “13: The Musical” conta
a história de Evan Goldman, um garoto que acabou de se mudar de Nova York para
Indiana depois do divórcio dos pais, e que está preocupado com o seu bar
mitzvah: era para ser o dia mais feliz da
sua vida, ele tinha um monte de amigos em Nova York, e agora ele está em
uma cidadezinha do interior que aparentemente nem tem outros judeus, e ele não
sabe se alguém vai querer estar presente no bar mitzvah… então, ele faz de tudo
para organizar a melhor festa da cidade,
porque ele sabe que é a única chance que tem de ser bem-sucedido na sua nova
vida. Evan é carismático e determinado, e tem lá seus deslizes que são típicos
de um garoto de 12 anos, prestes a fazer 13 – exatamente aquela fase da vida em
que você não é bem uma criança, mas, também, não é bem um adolescente, sabe?
A primeira
relação que Evan estabelece em Indiana é com Patrice, uma garota que aparece na
casa da avó, na qual ele está morando, para devolver um livro que pegou
emprestado, e ela sai mostrando a cidade para ele – a cidade mais sem graça de todo o mundo, nas
palavras dela, mas um pouquinho menos sem graça, agora que ele está ali… embora
eles passem um verão inteiro se divertindo juntos, as coisas mudam um pouco
quando as aulas começam: Evan fica fascinado
pelas crianças populares da escola (e que, no geral, não são nojentas e
insuportáveis por serem populares, na verdade), e como Patrice nunca foi amiga
deles, ela se sente excluída… ela sente que foi “trocada” por eles, e é mais ou
menos isso mesmo o que Evan faz, porque ele quer garantir que aquele grupo de
“cool kids” vai estar no seu bar mitzvah, e então ele será um sucesso.
O filme tem
boas ideias e bons personagens, mas não os desenvolve como esperávamos (sinto
que personagens como Patrice e Charlie tinham mais histórias a contar!). Ainda
assim, “13: The Musical” conseguiu
colocar um sorriso no meu rosto durante aquela uma hora e meia, e eu ADOREI as
músicas, que foram o ponto alto do filme para mim, então está tudo bem!
Diferentes personagens ganham destaque em momentos distintos do filme, como
Patrice cantando “The Lamest Place in the
World”, ou o Brett e a Kendra durante “I’ve
Been Waiting”, explorando os cenários da escola num estilo meio “Grease” enquanto falam sobre a vontade
de darem o primeiro beijo, e Lucy, a vilãzinha do filme que está inconformada
com o fato de que a melhor amiga está prestes a namorar o cara de quem ela
gostava, durante “Opportunity”. É um
clima bem gostoso e bem inocente de
escola, o que é perfeito, já que, afinal de contas, eles têm 12/13 anos.
Meus números
musicais favoritos geralmente são aqueles com muitas pessoas cantando,
coreografia ou quando eles conseguem inserir os diálogos como parte da canção…
por isso, eu adorei “The Bloodmaster”,
por exemplo, que é o Evan contando o seu plano para ajudar Brett e Kendra a
darem o primeiro beijo deles na sexta-feira à noite, em uma sessão de cinema na
qual eles nem estariam autorizados a entrar… e que acaba em desastre e corações
partidos, é claro. Surpreendentemente,
graças à Patrice. Também achei divertida e fofa a “Bad Bad News”, que é interpretada pelos garotos amigos de Brett
depois que Brett acaba entrando em um “namoro” estranho com Lucy… Eddie,
Malcolm, Carlos e KC estão tentando alertar Brett para fugir disso, e eles têm
coreografia e tudo, no melhor estilo boyband,
o que, é claro, eu achei SENSACIONAL!
Talvez,
portanto, eu não tivesse gostado tanto do filme se ele não fosse um musical… mas a trilha sonora é realmente
INCRÍVEL, e isso me conquista facilmente! É o tipo de álbum que eu vou
encontrar para ouvir e ouvir
repetidamente – uma trilha sonora animada, jovem, que certamente tem o
poder de te jogar para cima, e isso
vale muito! Amo o tom moderno das músicas, a instrumentação é excelente e o
elenco é talentoso! Acabei de ouvir “I’ve
Been Waiting” novamente para escrever esse texto, e a música é PERFEITA. O “Day turns today turns todas turns today”
de “A Little More Homework”, no fim
do filme, é algo que me emocionou, e tem mesmo aquela vibe de fim de musical, por exemplo. A animação divertida de “The Bloodmaster”, a emoção de “It Would Be Funny” e, é claro, “Tell Her”. Tem muita música boa no
filme!
O momento
mais emocionante do filme (provando que havia como aprofundar esses dramas sem
pesar o filme, apenas os tornando mais reais)
vem com “Tell Her”, possivelmente a
música mais bonita de “13: The Musical”.
Aqui, os amigos de Brett se juntam no refeitório da escola para aconselhá-lo e
instruí-lo a ir falar com Kendra, pedir desculpas por tudo o que aconteceu, e
dizer o quanto ele está triste e o quanto sente muito… a cena fica ainda mais
bonita porque é muito legal ver o Evan dando conselhos a Brett que se aplicam a
ele mesmo, e ele percebe como também precisa pedir desculpas a Patrice, assim como Patrice também percebe que
Evan merece um pedido de desculpas, porque ambos erraram… a cena é muito fofa,
e Kendra é, provavelmente, a minha personagem favorita mesmo com tão pouco
tempo de tela, então amo vê-la sorrindo, feliz! De verdade!
Então, as
coisas não saem como Evan imaginou… mas ele faz um grupo sólido e bonito de
amigos, no fim das contas, quando tudo foi devidamente “arrumado” com
sinceridade e erros assumidos. “Evan’s
Haftorah” (com a Patrice chegando depois de ver o scrapbook que ele deixou para ela) foi muito fofo, e toda a
sequência final também… “A Little More
Homework” ficou um máximo e é uma boa “resposta” a “13”, que iniciou o filme, e é bonito ver esse grupo andando de
cabeça erguida na rua, devidamente amadurecidos
pelo que passaram, que é a proposta toda do filme que gira em torno de um bar mitzvah, afinal de contas. “Brand New You”, por fim, é a festa
perfeita com a qual Evan sempre sonhou e, agora, ele merece. Eu não sabia bem o
que esperava de “13: The Musical”, e pode
não ter sido perfeito, mas é competente e carismático o suficiente para me
divertir!
E eu me
diverti!
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