Doces ou Travessuras, Scooby-Doo! (Trick or Treat Scooby-Doo!, 2022)

Halloween do Scooby-Doo!

Eu sempre fui um grande apaixonado por “Scooby-Doo” – foi um dos desenhos que eu mais assisti durante toda a minha infância, foi um evento quando os personagens foram adaptados pela primeira vez em live-action em 2002, e ainda abro um sorriso sincero no rosto toda vez que assisto a um episódio ou a um filme com toda a turma da Mistérios S.A. “Trick or Treat Scooby-Doo!”, o filme especial de Halloween lançado nesse ano, traz uma história típica de “Scooby-Doo”, como se fosse um “episódio estendido” de algum dos desenhos, e é divertido, interessante e com um toque macabro graças à temática de Halloween que eu adorei! Além disso, é um filme importantíssimo para a personagem de Velma, que estava caidinha por Coco Diablo, a mente criminosa por trás de tantas fantasias que a Mistérios S.A. derrotou ao longo dos anos…

A proposta do filme é interessante – e muitas vezes as histórias de filmes de “Scooby-Doo” surgem quando alguma coisa “sai do convencional”. Aqui, eles começam investigando um caso como sempre, tirando a máscara do criminoso, que reclama que “teria conseguido se não fosse por essas crianças intrometidas” (embora ele nem tenha tempo de concluir a frase dessa vez), mas algo chama a atenção da equipe dessa vez: e se uma mesma pessoa estiver por trás de todas essas fantasias elaboradas que os vilões usam durante todo esse tempo? É assim que a Mistérios S.A. chega até Coco Diablo, uma estilista talentosa, criativa e inteligente, mas que tem como clientela todo tipo de vilão e trapaceiro que se possa imaginar… com um plano simples que “inverte os papéis” (Salsicha e Scooby fantasiados!), a Mistérios S.A. consegue provar sua teoria e prender Coco Diablo…

Inusitadamente, talvez não fosse isso o que eles quisessem, no fim das contas… agora, a Mistérios S.A. está realmente entediada – um ano depois da prisão de Coco Diablo, faz tempo que eles não têm nenhum caso minimamente interessante para investigar, e estão trabalhando encontrando meias perdidas, resgatando gatinhos de cima da árvore, desentupindo banheiras e coisas assim (interessante a nova versão da música clássica, para mostrar a vida tediosa que a Mistérios S.A. está enfrentando nesse último ano)… o que está pesando muito sobre eles, mas principalmente sobre o Fred. Assim, quando chega o Halloween e Salsicha e Scooby estão empolgados para sair pedir doces (e se empanturrar, que é o que eles mais gostam de fazer!), Fred tem um plano para tentar conseguir novos casos interessantes, e eles esbarram em um grande mistério…

Um fantasma chamado Conde Nefario. O caso que a Mistérios S.A. ganha em “Trick or Treat Scooby-Doo!” é um caso bem bacana, com um grupo de cinco fantasmas (!) que curiosamente se parecem muito com eles mesmos – o que eu achei um toque especial demais, e que faz muito sentido quando, por fim, o caso é resolvido, lá no fim do filme… como as coisas parecem “mais complicadas do que o normal”, a Mistérios S.A. acabam buscando a inusitada ajuda de Coco Diablo, que aceita ajudá-los em troca de ter a sua pena reduzida por “bom comportamento”, e embora saibamos que não é lá muito seguro confiar em Coco Diablo, a verdade é que ela tem uma excelente dinâmica com o grupo e é legal vê-la ajudando-os, ou pelo menos fingindo que os está ajudando… e curtimos o que o filme nos entrega até que ela escape em uma cena dramática.

Coco Diablo e, é claro, o crush de Velma nela são um importante DESTAQUE do filme. Gosto muito da representatividade que “Trick or Treat Scooby-Doo!” traz ao colocar Velma oficialmente LGBTQIA+, e em alguns momentos ela estava babando demais na Coco Diablo, mas 1) a Coco Diablo era mesmo muito interessante; e 2) a gente age meio feito bobo quando estamos apaixonadinhos mesmo. Adoro o fato de o filme não querer “deixar nas entrelinhas” e traz até uma conversa de Velma e Daphne quando a Daphne percebe que Velma está encantada e Velma pede conselhos sobre como agir, e a verdade é que Velma e Coco Diablo formariam um casal sensacional e inteligentíssimo – se a Coco Diablo não fosse, sabe, um gênio do crime ou algo assim… embora, felizmente, Coco Diablo tampouco seja a grande vilã do filme, no fim das contas.

E o caso se resolve de maneira muito bacana. Coco Diablo confessa estar por trás de tudo, mas todos percebem que isso é “fácil demais” e que, no fim, ela está sendo obrigada a fazer aquela confissão, e descobrimos que quem estava por trás de tudo era o guarda do presídio, que é um grande fã da Mistérios S.A. e que quis “ajudá-los” com um caso interessante e em homenagem a eles (!), quando os viu tão entediados… é curioso, um pouco irônico e, de um jeito bem maluco de fã mesmo, fofo (?). E quando ele, sem querer, solta todos os prisioneiros de Coolsville, a Mistérios S.A. precisa da ajuda de Coco Diablo e de suas fantasias para recapturá-los, e é uma sequência muito bacana que conta com Fred, Daphne, Velma, Salsicha e Scooby tendo que se fantasiar de vilões que capturaram ao longo dos anos para… bem, recapturar vilões que capturaram ao longo dos anos.

Um filme simples, meio despretensioso, mas bem divertidinho!

 

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