O Diário de Noel (The Noel Diary, 2022)
“Any
thoughts on the current story? You going to get that ending right?”
Emocionante,
romântico, belo… e natalino. Protagonizado por Justin Hartley como Jake Turner
e Barrett Doss como Rachel Campbell, “O
Diário de Noel” é um dos filmes de Natal lançados pela Netflix em 2022 – e
é apaixonante. Sem ser exatamente
sobre as tradições e/ou histórias natalinas, e sem ser, tampouco, uma comédia romântica (um gênero que, como
eu sempre comento por aqui, eu também adoro), o filme entrega um drama bonito
que talvez pudesse se passar em qualquer época do ano – mas não seria tão mágico se esse fosse o caso. O cenário
decorado para as festividades e aquele espírito de emoção e de que “tudo é
possível”, característico da época de Natal, intensificam a história de Jake e
Rachel enquanto, por motivos diferentes, eles buscam seus pais a alguns dias do
Natal… e transformam por completo a vida um do outro.
“O Diário de Noel” é, sim, um romance –
daqueles que fazem com que suspiremos por seus protagonistas, torçamos por eles
e queiramos vê-los juntos e felizes no final. Mas também é uma história
extremamente pessoal para cada um
deles, e o outro é a força e a ajuda de que eles precisam… às vezes sem nem
saber que precisavam. Jake Turner é um escritor famoso que retorna para a sua
casa de infância depois que a mãe, que ele não via há algum tempo, morre e
deixa a casa para ele; Rachel Campbell é uma mulher “misteriosa” que está
observando a casa do lado de fora e que, eventualmente, entra para falar com
Jake em busca de informações que possam levá-la até a sua mãe biológica, que
trabalhara na casa dos Turner na época em que esteve grávida de Rachel. E o encontro dos dois não poderia ter
acontecido em um momento mais perfeito para ambos.
Gosto muito
de como existe uma conexão quase imediata entre eles, e de como nem eles mesmos
entendem por que isso está
acontecendo, mas sentem que é
verdadeiro. Jake passou a vida toda escrevendo livros de sucesso nos quais
transformava seus traumas e angústias em personagens e histórias, sempre se
mantendo afastado de pessoas de verdade,
mas alguma coisa em Rachel faz com que ele queira
se aproximar dela. Rachel, por sua vez, está em um relacionamento duvidoso no
qual ela acredita ter encontrado a “segurança” que passou a vida toda buscando,
mas no fundo ela mesma sabe que não é feliz e que não ama o Alan de verdade,
mas quer se convencer de que o noivado é a escolha certa… na verdade, existe
certa similaridade em Jake e Rachel
que faz com que eles se entendam mutuamente, e isso é a base para algo muito
forte.
Jake é
incentivado tanto por Rachel quanto por Ellie, uma vizinha extremamente
carinhosa, a procurar o pai, com quem ele não fala há mais de 30 anos… a
família se desencontrou desde a morte do irmão de Jake, que sofreu um acidente
caindo de uma árvore onde ele estava tentando pendurar uma decoração natalina.
O pai de Jake foi embora e, até onde ele sabe, nunca tentou fazer parte de sua
vida novamente; a mãe não conseguiu superar a perda de um filho e passou a vida
toda se recusando a sair de casa; e Jake foi embora quando ainda era muito
novo, para tentar começar a vida longe dali. A viagem na qual Jake entra com
Rachel, em uma jornada conjunta, o leva até a casa de Scott, o pai, e é uma
sequência lindíssima e emocionante de reencontro
– e os dois falam sobre a dor, a distância, a dificuldade e o amor. E é,
também, um reencontro de almas.
Dois
momentos lindíssimos: a montagem do pinheiro e o abraço antes de Jake ir
embora.
Rachel
também encontra as respostas que buscava, de uma maneira que nem esperava encontrar. Jake não tem
recordações da época em que a mãe de Rachel fora babá dos Turner, mas Ellie tem
algumas informações, sobre como o nome dela “tinha algo a ver com Natal”.
Então, quando Rachel encontra na mochila de Jake um diário que ele encontrara
em uma caixa de “coisas pessoais” da mãe, ela percebe que o diário pertencera à sua mãe… uma garota chamada Noel, de 17 anos,
que estava grávida – só podia ser ela. Então, enquanto dividem um carro, Jake e
Rachel compartilham muito mais: Rachel lê, pouco a pouco, o diário da mãe, e é,
inusitadamente, uma história que se entrelaça com a de Jake, porque Noel foi
uma pessoa muito importante para a família depois da morte de Benji. E,
naquelas páginas, Rachel descobre que ela foi amada.
E percebe que isso era tudo de que ela
precisava.
A evolução
pela qual os dois passam é LINDÍSSIMA – e também é linda a maneira como o
romance acontece, porque o amor crescente está presente em pequenos momentos
que entendemos pelo olhar… a maneira como Jake olha para Rachel quando ele está
tocando o piano e ela começa a cantar, ou a maneira como Rachel olha para Jake
quando conta para ele que é seu aniversário e ele liga para a recepção do hotel
para pedir um bolo de aniversário e um champanhe. Naquela noite, depois de as
“buscas” terem se resolvido e eles terem se tornado pessoas muito mais confiantes e muito mais fortes, eles se entregam a um
beijo apaixonado e a uma noite de amor que era algo em que eles estavam
pensando desde que se conheceram… mas era necessário que esses sentimentos
madurassem. E, quando acorda, Jake descobre que Rachel não está…
Ela voltou para casa, para o noivo, para a
“segurança”.
Eu gosto de
como o próprio filme brinca com o fato de “não ser uma comédia romântica”,
quando Jake e Rachel ficam em quartos separados de uma pousada para passar a
noite e Jake comenta que, se fosse uma comédia romântica, só teria um quarto
vago – para, eventualmente, o filme “se transformar” em uma comédia romântica,
de certa maneira: só tem um quarto vago mesmo na noite do aniversário de
Rachel, e quando eles se separam, Jake faz um “grande gesto”, buscando Rachel
para dizer que a ama e para pedir que ela não tenha medo, porque “pode confiar
nele”, isso do lado de fora da janela da sua casa, embaixo da neve. Em algum
momento, quando ele já está completamente desiludido e acreditando que perdeu a
única chance que verdadeiramente deu para o amor, ele vê Rachel do lado de fora
da casa… assim como no início do filme.
Queríamos
ver mais… mas era o suficiente.
“O Diário de Noel” é uma história
lindíssima, contada com muita humanidade e competência. Gosto muito de como o
filme tem um espírito natalino como pano de fundo, mas de uma maneira sutil
que, a meu ver, vai muito além das decorações ou tradições natalinas e parece
conversar com um sentido mais íntimo
dessa época do ano, e esse é um detalhe muito bonito do filme; também gosto
muito de como o filme é a história de buscas paralelas e histórias que se entrelaçam,
ambas contadas com bastante verdade e emoção, transformando o romance, de certa
maneira, em consequência, mas sem
permitir que o romance não seja uma
parte bonita e importante do filme, porque Jake e Rachel têm uma química
deliciosa de se ver. É uma mescla inteligente de romance, de drama e de
espírito natalino. Terminei o filme verdadeiramente encantado! Recomendado!
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