Lost 5x14 – The Variable
“I’m your
son”
100º EPISÓDIO DE “LOST”. “The Variable” não é tão memorável quanto “The Constant”, na temporada passada, mas traz uma boa história e a
introdução oficial para a trama que guiará os últimos episódios dessa
temporada: se eles puderem impedir que o acidente na construção da Estação
Cisne aconteça, a escotilha nunca será construída para conter o vazamento de
energia, o botão não terá que ser apertado a cada 108 minutos, Desmond nunca
esquecerá de apertar o botão, e o Oceanic 815 nunca cairá na ilha…
naturalmente, isso vai de encontro ao que entendemos e acreditamos até agora: afinal, o que aconteceu, aconteceu, não?
Acho angustiante ver a construção de um plano que parece tão fadado a dar errado, e esses episódios entram em
um clima de despedida que me
entristece: eles estavam tão felizes na
Iniciativa Dharma em 1977.
Juliet foi a
primeira a entender que o retorno de Jack e dos demais significava o fim da
vidinha pacata e quase perfeita que eles levavam na década de 1970 – ela
dissera, assim que os vira pela primeira vez, que eles não poderiam mais
“brincar de casinha”, mas Sawyer insistiu… Sawyer tentou manter as coisas
funcionando, e isso desmorona cada vez
mais – “The Variable” é,
provavelmente, o momento em que se torna impossível retornar para o que eles
tinham… e quando Sawyer percebe isso, temos uma cena bem emotiva na qual ele
diz a Jack que “eles estavam vivendo muito bem há 3 anos ali, até eles
chegarem”. Não é o caso para o pessoal que saiu da ilha e acabou de voltar, mas
para Sawyer, Juliet e os demais aquela se
tornou a casa deles… agora eles vão ter que abandonar tudo e recomeçar do
zero? Fugir da ilha ou voltar para a praia?
Essa é a
decisão que precisa ser tomada: continuar na Iniciativa Dharma já não é mais
possível, então o que eles farão? Eles podem roubar um submarino e escapar
dali, mas eles estarão em 1977, fora da ilha, e grande parte da temporada foi
sobre quem tinha saído voltar para a
ilha, e o próprio Hurley fala sobre como parece “uma grande indecisão” que eles
queiram sair novamente; recomeçar na praia como quando caíram pela primeira
vez, no entanto, também não parece tão promissor assim, mas é a única escolha
viável para Jin, por exemplo, se existe alguma possibilidade de que Sun esteja
ali em algum lugar. De um jeito ou de outro, o pessoal começa a se despedir de
suas vidas na Iniciativa Dharma, começam a arrumar malas, e as coisas não andam
muito bem entre Juliet e Sawyer, e o momento em que Sawyer chama Kate de
“sardenta” é um golpe forte.
Eu entendi a
dor de Juliet. E sofri com ela.
Por que eles
tinham que ESTRAGAR TUDO voltando?!
Daniel
Faraday, que tinha partido da ilha ainda em 1974 e ido para a base da
Iniciativa Dharma em Ann Harbor, está de volta – aparentemente com um plano,
mas com pouca vontade de ficar explicando detalhes. Por isso, ele está afoito,
correndo de um lado para outro da ilha, conversando com pessoas e fazendo
perguntas… ele quer saber como Jack voltou para a ilha, por exemplo, porque ele
sabe que sua mãe esteve envolvida nisso, e ele quer que alguém lhe diga como
encontrar os Hostis… afinal de contas,
sua mãe estará lá com eles, e ela é a única pessoa ali que pode mandá-los de
volta para “o lugar deles”. A divisão do grupo é clara, e a tensão entre
Jack e Sawyer é eterna – dá para notar o quanto Jack sente prazer em contrariar Sawyer, e tudo o que ele quer é poder
“se sentir útil” novamente, como se ele tivesse tomando decisões…
Então, ele decide levar Daniel até os Hostis.
Em paralelo,
o episódio apresenta um pouco mais da história de Daniel Faraday – uma
sequência de flashbacks só seus.
Retornamos à infância de Daniel e à criação rigorosa de Eloise Hawking, que não
permite que ele continue praticando o piano, por exemplo, algo que ele adorava,
porque “ele precisa se concentrar no seu dom para a ciência”. Os flashbacks de Daniel são conduzidos pela
sua relação com os pais: vemos Eloise dura em sua formatura, por exemplo, e
ouvimos Daniel falar sobre Charles Widmore, alguém que está lhe dando uma bolsa
para que ele continue com seus experimentos… depois, encontramos Daniel Faraday
em um dos momentos mais confusos de
sua vida, de volta naquela cena em que o vimos chorar enquanto assistia, na TV,
à matéria sobre o avião (falso) da Oceanic 815 que foi encontrado no fundo do
mar.
Naquele
momento, entendemos um pouco de como os seus experimentos e as consequências
deles o afetaram, e quando Charles Widmore “lhe oferece um emprego”, é com a
promessa de que ele pode ir para um lugar no qual ele será curado… e Eloise
Hawking acaba o incentivando a aceitar o emprego – mesmo sabendo o que estava
por vir. Assim, entendemos mais sobre como Daniel Faraday chegou à ilha no
cargueiro de Charles Widmore, e começamos a ver algumas peças se encaixarem,
como o Daniel conversando com Charlotte na ilha em 1977, algo que ele tentou ao
máximo evitar, mas ele acaba dando a ela o aviso do qual Charlotte se lembrara
antes de morrer, no início da temporada. Também vemos Eloise visitar Penny e
Desmond no hospital, no presente, para pedir desculpas porque “seu filho foi o
motivo pelo qual ele levou um tiro”.
Jack e Kate
são os responsáveis por levar Daniel até os Hostis, enquanto Sawyer e os demais
planejam a fuga de uma Iniciativa Dharma em
caos – as coisas não são mais como costumavam ser por ali. Enquanto
caminham pela floresta, Daniel fala sobre o seu plano, que envolve detonar uma
bomba de hidrogênio, aquela que em 1954 eles orientaram os Hostis a enterrar,
para conter o vazamento que acontecerá na construção da Estação Cisne e
neutralizá-la, impedindo todos os acontecimentos futuros… se der certo, o Oceanic
815 pousará em segurança em seu destino e os personagens nunca terão chegado na ilha. Seria possível? Na verdade, embora
Daniel esteja esperançoso e fale sobre “eles serem as variáveis”, parece algo que NÃO FAZ SENTIDO dentro da ideia de
viagem no tempo de “Lost”: eles estão
inseridos numa realidade em que o passado
é imutável.
“O que aconteceu, aconteceu”
E já tivemos
muitas provas disso!
De todo
modo, que Daniel tenha feito esse comentário com Jack e Kate é o suficiente
para que eles vivam com essa esperança – mesmo que os paradoxos fossem ser
catastróficos se funcionasse! E, também, Daniel Faraday não estará presente
para ajudá-los na execução do plano, porque ele consegue chegar até o
acampamento dos Hostis como queria, para conversar com Eloise Hawking, mas é
uma abordagem completamente errada e perigosa, que acaba não dando certo…
Daniel chega ao acampamento parecendo nada confiável e com uma arma na mão, e
enquanto ele tenta conversar com Richard Alpert e falar sobre a bomba de
hidrogênio, ele também aponta a arma para Richard, o que é visto como uma
ameaça – e, por isso, Eloise defende Richard atirando… antes de morrer, Daniel
percebe que Eloise sempre soube o que
aconteceria… e o mandou para lá do mesmo modo.
Que final triste para o Daniel!
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