Malhação 2008 – O resgate de Angelina
“Por que eu não ajudei a coisinha?”
Agora, “Malhação 2008” está entrando em uma das
partes mais forçadas do roteiro. Tudo
é bem manipulado para que a trama chegue onde
eles querem, cheia de inconsistências, e nós precisamos relevar se
quisermos continuar – o que não quer dizer que, no meio do caminho, eu vou
deixar de criticar. Continuo achando a
história um porre. Tudo começou com a viagem da turma para o Festival
Estadual de Teatro, quando o pessoal resolveu “fazer uma trilha pela mata” e
algo típico acontece: a mocinha e a vilã
ficam perdidas juntas na mata… toda essa parte até que é bem legal e faz
todo o sentido. Angelina recebe uma declaração de amor do Bruno, Débora se
intromete e, enquanto as duas ficam discutindo, elas acabam se perdendo do
restante do grupo e, como não conhecem aquele lugar, acabam ficando perdidas e
andando em círculos…
Até que um acidente acontece. Angelina
ajudou Débora como pôde, o tempo todo, oferecendo água, a salvando de uma cobra
e a ajudando a andar por causa de seu pé machucado, mas quando ela precisou ser
ajudada pela patricinha, ela não fez nada.
As duas tinham acabado de subir uma espécie de barranco, e Débora só conseguiu por causa da “coisinha”,
mas quando a Angelina estendeu a mão e pediu que ela lhe ajudasse, Débora disse
que estava com o pé machucado e ela estava bem, e deixou que ela se virasse
sozinha… e então o galho em que Angelina está se segurando se parte e ela
despenca, ficando desmaiada lá embaixo. Por um momento, Débora parece
preocupada de verdade, mas é mais uma culpa,
porque ela sabe que poderia ter evitado aquilo! Depois de correr e andar em círculo, Débora volta para onde Angelina
está…
E acha que ela morreu.
Enquanto
isso, o restante do pessoal está preocupado com as garotas, e toda aquela
história da Chiara e do Rayden terem desmascarado o Jaime, que se aproveitava
de pessoas que acreditavam em coisas como a Chiara, acaba vindo a calhar: os
amantes da natureza, que conhecem aquelas trilhas e os chamam de “Princesa das
Fadas” e “Rei dos Duendes”, se voluntariam par ajudar a encontrar Débora e
Angelina… afinal de contas, eles já
andaram por aquele lugar tantas vezes! Assim, Débora é encontrada, depois
de estar sozinha, suada, chorando, em profundo desespero. Assim que a
encontram, sozinha, eles perguntam da Angelina, e ela conta que ela está
machucada, mas diz que não sabe onde ela está, embora possa ajudá-los a
procurar… ela quase é sincera ao contar a
história, mas omite o fato de não ter querido ajudar.
Mas, também,
acho que qualquer um teria mentido nessa situação…
Eventualmente,
eles encontram a Angelina, e o Guga fica todo preocupado, e quer descer
imediatamente, por mais perigoso que seja, para poder salvar a garota que ama,
e eu sofri com a sua preocupação tão sincera, enquanto chegava perto da
Angelina, tentava falar com ela e percebia que ela não respondia. “Por
favor, Angelina… fala comigo”. A cena é bonita, de alguma maneira bizarra,
porque conseguimos sentir toda a dor e todo o amor que Guga sente pela
Angelina, mas também é profundamente triste, porque ele não pode perdê-la – e
quando ele toca a cabeça dela e percebe que ela
está sangrando, então tudo se torna muito mais grave. A ambulância chega
para levá-la para o hospital, e Guga está chorando ao lado da ambulância o tempo todo, e a visita ao hospital
mostra que a situação de Angelina não é
assim tão simples quanto eles esperavam.
Ela teve um
traumatismo, perdeu muito sangue e pode até estar com uma hemorragia cerebral. Para piorar, a cidadezinha não tem os
equipamentos ali para fazer os testes necessários, e Angelina precisa que um
neurologista a examine para lhe dar um diagnóstico. A história ainda traz à
tona o tipo sanguíneo de Angelina, quando ela precisa de uma transfusão e todo mundo se dispõe a doar sangue – o
médico, no entanto, diz que o sangue de Angelina é um tipo raro e só pode
receber doação do mesmo grupo, e
quando ele fala o tipo de sangue de Angelina, Débora responde: “Ei, peraí, esse é o meu sangue”. ACHO
QUE ESTAMOS CADA VEZ MAIS PERTOS DA REVELAÇÃO QUE FÉLIX É O PAI DE ANGELINA. No
colégio, a Daisy também já parece ter matado a charada, embora a Conceição tenha a pressionado demais, e agora ela
não vai contar.
O que é
bastante irônico, na verdade. Porque enquanto o roteiro mostra que Félix é o
pai de Angelina, ele aparece na cidade por causa de toda a história de a Débora
ter desaparecido no meio da mata, e quando a Beatrice conta que a Débora já foi
encontrada e ela está bem, o problema agora é Angelina, Félix reage dizendo: “Eu quero saber da Angelina? Que a Angelina
morra! Eu quero saber da minha filha!”, o que é uma resposta típica de
Félix Rios, mas ainda assim foi bastante
grosseira – me pareceu demais, talvez até para uma pessoa tão desprezível quanto
o Félix. De qualquer maneira, ele está muito mais preocupado com o fato de a
Débora “estar de conversinha” com o Pedro mais uma vez, e então a Débora fala
algo no sentido de que “se estivesse com o Guga, não dava bola para mais
ninguém”. E então você já sabe o rumo que
vai tomar, né?
E é meio patético… porque é TÃO forçado.
Mas não é
minha única crítica… começo meu próximo
texto falando disso.
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