[Season Finale] Uncoupled 1x08
A mistake.
Nos
despedimos de “Uncoupled” com um último
episódio que mescla o melancólico com o divertido, mas, infelizmente, deixa
muitas pontas soltas para uma série cancelada em sua primeira temporada… não
sou do tipo de pessoa que normalmente reclama desse tipo de coisa,
especialmente em sitcoms, porque eu
sinto que a retratação de situações mais puxadas para um lado realista tende a
“não ter um final” porque sabemos que “a vida continua depois do fim da série”
– ainda assim, no caso de “Uncoupled”,
é impossível não sentir uma pontada de frustração
com o fato de que nem mesmo a história
principal foi devidamente resolvida… e, pior: isso depois de uma temporada
inteira que pretendia fazer justamente isso, mas o último episódio é um
retrocesso em termos de desenvolvimento.
O último
episódio de “Uncoupled” se passa
quase que inteiramente no casamento dos
Jonathans – um casal de amigos que resolveu oficializar a união deles
depois do desastroso término de Michael e Colin… uma informação que a mãe de um
dos Jonathans faz questão de mencionar para todos os presentes durante o seu
brinde, mas a situação é menos
desconfortável do que se podia pensar. Michael, naturalmente, está assustado com a possibilidade de
encontrar Colin, que ele não vê há algum tempo e, pior ainda, de encontrar o
Colin com o seu novo namorado, com quem
ele estava em Miami… por isso, ele tenta “tirar isso da cabeça” depressa
assim que vê Colin com um homem na festa, mas acaba não sendo um homem com quem ele está saindo nem nada assim.
Não que ele não esteja saindo com ninguém. Ele só
não o levou ao casamento.
A cerimônia
de casamento traz uma série de acontecimentos e realizações. Stanley acabou de
descobrir que tem câncer de mama, por exemplo, e compartilha essa informação
com os amigos, e pede que Michael o acompanhe ao médio na segunda-feira, quando
o seu médico quer falar com ele sobre isso, enquanto Billy precisa enfrentar a
realidade de que talvez ele seja mesmo um “egoísta narcisista” como as pessoas
acreditam que ele é… afinal de contas, ele pisa na bola sério flertando com o garçom e pegando o telefone dele justo em um
evento que é o seu primeiro segundo encontro em muito tempo. Suzanne, por sua vez, está lidando com o fato de
que o filho descobriu quem é o pai, mas está sendo bem respeitosa não dizendo
nada a ele que já sabe.
Michael, por
sua vez, está tentando seguir em frente – ou não. É difícil saber, na verdade.
Ele parecia sincero quando tomou essa decisão na viagem do episódio anterior,
mas estar naquela festa dos Jonathans, tão próximo de Colin, meio que faz com
que eles “voltem no tempo”, e seguir em frente parece um pouco mais complicado… e talvez todo o lance do apartamento seja
uma maneira inconsciente de ficar preso ao passado? A ideia era que o
apartamento que Michael e Colin dividiam seja vendido e eles possam dividir o
lucro, mas Michael pensa em usar o dinheiro que ganhou da última venda para comprar a parte de Colin e continuar morando lá, o que pode querer
dizer que ele não quer sair do lugar que ele chama de casa, ou que ele não quer
seguir em frente.
NÃO SEI O
QUE ISSO QUER DIZER.
De todo
modo, eu acho que Michael estava um pouco
mais perto de avançar de verdade. Apesar de todo o nervosismo e de ele
passar vergonha na primeira interação com Colin da noite, ele está tão maduro
quanto consegue ser depois de tudo o que aconteceu, e eu fiquei tenso durante
todo o tempo da dança lenta de Colin
e Michael, mas felizmente aquele me pareceu uma conclusão para a história
deles, no fim das contas. Michael
precisava daquele momento sincero, dos desejos de felicidade e de uma despedida,
para então poder seguir em frente. Quando ele retorna para a mesa dos
amigos, depois de “dançar com Colin”, ele fala sobre como doeu menos do que ele imaginou – como se a ferida que foi aberta no
aniversário de Colin tivesse finalmente parado de sangrar.
Aquela cena
dos amigos rindo em volta da mesa ainda no casamento dos Jonathans seria, para
mim, uma conclusão perfeita para “Uncoupled”,
uma ótima maneira de encerrá-la: a vida segue adiante, Michael vai fazer o
mesmo, em seu tempo… o que importa é que o vimos dar o primeiro passo.
Infelizmente, no entanto, a série aposta em cliffhangers
para uma segunda temporada que jamais vai acontecer, e vemos Suzanne indo atrás
do homem que é o pai de seu filho (e se assombrando ao vê-lo, algo que nunca
entenderemos), enquanto Michael volta para casa e tem uma surpresa – o que foi
a PIOR ESCOLHA POSSÍVEL para “Uncoupled”.
Ter Colin ali, arrependido e dizendo que cometeu um erro é o pior retrocesso
para um Michael que estava aprendendo a superar um término traumático…
A mensagem
de “Uncoupled” fica toda bagunçada
com isso.
Melhor
ignorar que a última cena jamais existiu.
Para mais
postagens de “Uncoupled”, clique aqui.
A saber: Escrevi esse texto ainda antes
de a série ser salva pela Showtime, e preferi não editá-lo porque eram meus
sentimentos no momento em que assisti ao episódio. Fico muito feliz com o anúncio da segunda temporada por outra plataforma
e, ao mesmo tempo, temeroso: só espero
que não precisemos ver Michael e Colin se reconciliarem, porque, para mim, isso
iria contra a proposta original da série. Mas aguardo ansiosamente pela
segunda temporada e por mais de Neil Patrick Harris!
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