The Last of Us 1x05 – Endure and Survive

Sam e Henry.

Mais um espetáculo em “The Last of Us”. “Endure and Survive”, quinto episódio da série, é um dos episódios mais angustiantes, tristes e emocionantes da série até aqui, e continuo adorando a maneira como “The Last of Us” equilibra a sua temática apocalíptica cheia de cenas eletrizantes de ação com uma humanidade tão profunda que torna os acontecimentos e os episódios mais significativos. Conhecemos Henry e Sam durante esse episódio, por exemplo, mas, quando ele terminou, sentíamos que os conhecíamos há muito mais tempo… e, por isso, a morte deles dói como a de qualquer outro personagem a quem nos afeiçoamos há mais tempo, como a Ellie e o Joel. Além disso, conhecemos um “vilão” e entendemos um pouco mais das relações entre as organizações.

O episódio não começa com Ellie e Joel… ainda vamos entender onde eles se encaixam na trama. Começamos com Henry e Sam se escondendo no meio de uma manifestação de rebeldes que tomaram Kansas City novamente do controle da FEDRA, e Kathleen, a líder da organização em busca de vingança, vai fazer de tudo para encontrar Henry, porque ele é o responsável pela morte de seu irmão. Tudo é extremo com Kathleen, e Henry vai fazer de tudo para proteger e salvar o pequeno Sam, de 8 anos de idade, com quem ele fica escondido durante 10 dias, até que a pouca comida que tinham acabe e eles precisam sair novamente… e é exatamente nesse momento, enquanto eles se preparam para sair, que Ellie e Joel chegam na cidade, como vimos no outro episódio.

Sempre acho incrível quando podemos rever cenas de pontos de vistas diferentes, com novos significados, isso em qualquer série, e reassistimos àquele momento tenso no qual Joel mandou que Ellie se escondesse no buraco de uma parede e ele fez de tudo para protegê-los – inclusive matando Bryan. Enquanto assiste a isso, Henry tem uma nova ideia, e é por isso que eles procuram Joel e Ellie naquele prédio que eles estavam subindo para ter uma vista da cidade, no fim do episódio anterior. Henry sabe o que eles estão fazendo, e pode ajudá-los, em troca de uma outra ajuda: ele pode dizer qual é a melhor rota para sair da cidade em segurança, se Joel aceitar ajudá-lo a escapar de Kathleen e dos demais… uma vez que estejam do lado de fora, os caminhos se separam novamente.

A dinâmica do grupo é legal, e vai se construindo aos poucos uma relação de respeito mútuo o suficiente para que eles confiem um nos outros por aquele momento que seja. Henry tem uma ideia bastante pré-definida: ele quer usar os túneis subterrâneos para escapar, que os levará até o outro lado, mas ele não tem certeza de que os túneis são seguros… ele acredita que sim, mas algumas pessoas, como a própria Kathleen, acreditam que os túneis estão cheios de infectados – e ele está disposto a correr esse risco, mas correr esse risco com o Joel como “guarda-costas”, agora que ele sabe tudo de que ele é capaz, é muito melhor. Na falta de uma alternativa mais segura, Joel topa ajudar a dupla… afinal de contas, eles tampouco têm muitas chances de sair sozinhos.

Foi muito bonito acompanhar a maneira como Ellie e Sam construíram uma amizade muito bonita e muito sincera em pouquíssimo tempo… surdo, Sam conversa através de mensagens que ele escreve em algo que traz pendurado no pescoço, e Ellie se empolga porque os dois são fãs do mesmo gibi, e isso faz com que eles conversem, deem risadas e é muito bom para ambos: naquele mundo pós-apocalíptico em que vivem, sem muita gente por perto, eles encontraram uma amizade, e isso faz bem para ambos… foi legal ver as cenas em que eles se divertem no abrigo que encontram abandonado nos túneis, por exemplo, mas sabemos que o excesso de alegria não pode ser um bom presságio em “The Last of Us” – e nos preparamos para o sofrimento.

Que eventualmente chega.

Depois de terem saído em segurança do túnel, nos limites da cidade, o grupo se depara com um atirador solitário do qual Joel pode cuidar com facilidade, mas eles acabam encurralados por Kathleen e o seu grupo de rebeldes que, mais do que qualquer coisa, quer a cabeça de Henry. Isso acaba sendo um atraso tão grande que gera uma sequência desesperadora, daquelas que assistimos do início ao fim com o fôlego preso. A “negociação” de Henry e Kathleen acaba dando tempo para que uma horda de infectados brote do chão, em uma sequência devastadora e cheia de mortes… destaque para o Joel, que não está perto o suficiente, mas encontra uma maneira de proteger Ellie, atirando em qualquer infectado que por ventura chega a se aproximar dela, e é uma atitude linda.

Vemos toda a preocupação na sua postura, no seu olhar e na sua ação frenética.

Milagrosamente, Joel, Ellie, Henry e Sam sobrevivem àquele ataque surpresa e aparentemente impossível (do qual Kathleen não sobrevive!), mas não chegamos a respirar aliviados, porque toda e qualquer esperança nos é roubada no momento em que presenciamos uma conversa sincera entre Ellie e Sam. Sam pergunta a Ellie sobre ela ter medo, porque ela nunca parece ter medo, e ela confessa que está o tempo todo com medo… seu maior medo é de ficar sozinha (o tanto que ela aprendeu a confiar em Sam para poder se abrir com ele dessa maneira é notável!). Sam, por sua vez, tem uma pergunta específica quando eles começam a conversar a respeito de medo: será que, quando você vira um daqueles monstros, você continua sendo você mesmo por dentro?

Então, ele revela para Ellie que ELE FOI INFECTADO. Mordido por um dos infectados no ataque, Sam tem uma ferida crescendo na sua perna, e Ellie tenta “curá-lo” usando o seu próprio sangue, mas, infelizmente, as coisas não são tão simples dessa maneira, mesmo que ela quisesse que fosse… na manhã seguinte, então, Sam já não é mais o Sam, mas está se transformando em um daqueles monstros, que ataca Ellie provavelmente sem nem saber quem ela é. Em uma sequência tensa e chocante, Henry e Joel tentam processar a informação e o próprio Henry, impedindo Joel de se aproximar, atira no monstro que fora Sam e, conforme a consciência do que acabou de fazer toma conta dele, ele tira a própria vida, porque jamais poderia conviver com isso.

É desesperador, frustrante, revoltante. Brutal. Mas real.

Que episódio poderoso. Quantos traumas se acumulando para Joel e Ellie!

 

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Comentários

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  2. E hj tem mais um. Hype tá alto. Pelos comentários que li no YouTube, parece que na parte 2 do jogo, a Ellie perde um pouco a linha, principalmente por causa destes traumas que vão se acumulando.

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    1. Você também nunca jogou? Porque eu nunca joguei, então tudo é uma grande surpresa, e estou gostando bastante! E então parece que a segunda temporada promete, né?!

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    2. Também nunca joguei e estou igualmente surpreso. Todos os episódios são empolgantes e a gente compra os personagens, o que deixa a perda mais marcante né. Pra mim, até agora, o terceiro e quinto ep são os melhores.

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    3. Episódios 3 e 5 realmente foram excelentes, ótima construção de personagem (conhecemos, nos importamos e sofremos por, tudo no mesmo episódio). Vi o 6 hoje, achei excelente também (diferente, mas emocionante e sentimental, gostei).

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