95th Academy Awards – Oscar 2023
Isso é história!
QUE NOITE
ESPETACULAR! QUE GOSTOSO ASSISTIR À HISTÓRIA SENDO FEITA. Eu acompanho a
cerimônia de premiação dos Oscars desde a minha infância, mas fazia algum tempo
que a assistir não era tão satisfatório
quanto foi nesse último domingo, enquanto torcia por “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo” e assistia ao filme que eu
tanto amo varrendo os principais prêmios da noite, merecidamente, com direito a
discursos emocionantes e inéditos. Não foi uma noite de grandes surpresas, mas
definitivamente foi uma noite lindíssima, com belas apresentações musicais
(inclusive, tenho o que comentar a respeito disso!), e uma noite de diversidade nos prêmios, que parecem
estar finalmente deixando de ser excessivamente centrados nos filmes
Hollywoodianos.
Uma das
primeiras premiações da noite foi a de MELHOR ANIMAÇÃO, o que não era nenhuma
grande surpresa. Embora tivéssemos filmes muito bons e queridos como “O Gato de Botas 2: O Último Desejo”,
que é um filme divertido e surpreendentemente emocionante, ou “Red: Crescer é uma Fera”, que é o filme
do ano da Pixar, e que tem uma história gostosa sobre amadurecimento e
conflitos geracionais, só existia um vencedor possível: “Pinóquio”, do Guillermo del Toro. Afinal de contas, QUE FILME
MARAVILHOSO. Usando uma técnica de stop-motion e uma produção elaborada,
Guillermo del Toro entregou um “Pinóquio”
reelaborado na época da Primeira Guerra Mundial, levantou questões pertinentes
e filosóficas, e entregou um filme lindíssimo.
Falando em Primeira Guerra Mundial, é nessa época
que se passa um dos grandes destaques da noite: “Nada de Novo no Front”. Embora filmes que retratem as guerras
sejam, de certa maneira, “queridinhos da academia”, é interessante a abordagem
de “Nada de Novo no Front”, que vem
do fato de que é um filme alemão e,
portanto, temos um ponto de vista diferente
daquele a partir do qual normalmente observamos a Primeira Guerra Mundial, e
não é um filme Hollywoodiano. Além de ser o óbvio vencedor de MELHOR FILME
INTERNACIONAL (embora estivesse concorrendo com outros nomes de peso, como o
crítico “Argentina, 1985” e o
emocionante “Close”), o filme ainda
ganhou as estatuetas por FOTOGRAFIA, TRILHA SONORA e DESIGN DE PRODUÇÃO.
Preciso
dizer que fiquei satisfatoriamente surpreso com a premiação de MELHOR CANÇÃO
ORIGINAL. Dentre as músicas concorrentes, tínhamos “Hold My Hand”, interpretada por Lady Gaga para “Top Gun: Maverick”, a “This is a Life”, interpretada por Son
Lux para o grande favorito da noite, “Tudo
em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo”, e a música que eu achei que seria a grande
vencedora, “Lift Me Up”, interpretada
por Rihanna para “Pantera Negra: Wakanda
Para Sempre”. Qual não foi a minha surpresa com a vitória de “Naatu Naatu”, de “RRR”, e eu fiquei ABSOLUTAMENTE FELIZ. Eu ainda nem assisti ao
filme, mas quando o elenco se apresentou com “Naatu Naatu” eu fiquei tão
feliz que eu imediatamente passei a torcer por eles… a música, a
coreografia, tudo mexeu comigo de verdade, me fez sorrir, aplaudir, torcer.
Senti como
se eu estivesse assistindo aos Tony Awards ao invés do Oscar.
E fiquei
muito feliz com essa vitória, de verdade!
O grande
vencedor da noite, como deveria ser, é O FILME DO ANO: “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo”. Divertido, emocionante,
inusitado e lindíssimo, eu tinha assistido
novamente ao filme na noite anterior, para “me preparar” para a cerimônia,
e novamente eu tive a certeza de que eu
queria que “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo” levasse o principal prêmio
da noite. O filme tem um pouco de tudo, conta sua história de uma maneira nada tradicional, explora o Multiverso
de maneira clara e divertida, mas é, em primeiro lugar, um drama emocionante
sobre a vida de Evelyn e a sua relação com a sua família – principalmente o
marido e a filha. O filme é riquíssimo em inúmeros sentidos, e eu não sei se
eles tinham noção das proporções que
ele ganharia.
“Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo” se
tornou um queridinho do público e crítica!
A cerimônia
já começa premiando o filme em algumas das primeiras categorias anunciadas,
dentre elas MELHOR ATRIZ COADJUVANTE, cujo prêmio vai para Jamie Lee Curtis,
que interpretava a Deirdre no filme, e a de MELHOR ATOR COADJUVANTE, cujo
prêmio vai para o maravilhoso Ke Huy Quan, que interpretou Waymond de maneira
incrível, em todas as suas versões… e eu fiquei particularmente feliz por Ke Huy Quan, que passou anos afastado injustamente
da atuação pela falta de papéis, e que estava tão visivelmente realizado naquele momento. O seu discurso citando a
mãe é uma das coisas mais lindas, fofas e emocionantes da noite, e era lindo
ver a alegria que ele estampava genuinamente em todo momento. Ele estava absolutamente feliz, e isso é
fofo de se ver.
Ainda não
parei de ver vídeos de Ke Huy Quan depois de ganhar o prêmio, porque ele está muito fofo em todos (já viram aquele que
ele fica pulando atrás do Brendan Fraser? Dá para ver a felicidade estampada no
seu olhar, na sua expressão, em tudo). Definitivamente, uma preciosidade… não
tem como ver esses vídeos do Ke Huy Quan e não sorrir genuinamente. E, na hora
em que ele ganhou o prêmio, aquelas lágrimas emocionadas ao citar a mãe também
eram de uma pureza admirável, e aquele prêmio significa muito, porque não é só
por agora: é por seu trabalho em “Os
Goonies”, é por seu trabalho em “Indiana
Jones”, é por todos os papéis que não deram para ele porque ele é asiático.
Esse prêmio é, para Ke Huy Quan, uma vitória e um reconhecimento em vários
sentidos.
Merecidíssimo.
E “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo”
não parou por aí, levando um total de 7 PRÊMIOS, se tornando o filme mais
premiado da noite (com um número de prêmios que vão se juntar aos prêmios que o
filme já acumula, sendo o filme mais
premiado da história), e foram, possivelmente, os sete prêmios mais importantes. Além de ATRIZ e ATOR
COADJUVANTES, o filme levou, também, MELHOR MONTAGEM, MELHOR ROTEIRO ORIGINAL,
MELHOR ATRIZ (fiquei, também, muito feliz e emocionado por Michelle Yeoh, ela
mereceu demais!), MELHOR DIREÇÃO (Daniel Kwan e Daniel Scheinert responsáveis
tanto pelo roteiro quanto pela direção do filme), e o prêmio mais importante da
noite: MELHOR FILME. Esperei tanto por aquele momento, e foi recompensador.
Terminei a
noite feliz.
Sinto que é
um momento histórico – e que foi uma noite histórica, em vários sentidos. Fico
muito feliz de ver que um “filme internacional”, como “Nada de Novo no Front”, foi um dos maiores premiados da noite,
assim como fiquei satisfeitíssimo com “Naatu
Naatu”, de “RRR”, um filme indiano, ter levado o prêmio por canção
original, e toda a premiação de “Tudo em
Todo o Lugar ao Mesmo Tempo” é marcante: um filme da A24, um pouco fora dos
grandes circuitos, com um orçamento relativamente pequeno, que fez tanto nome e
encantou a todos. Ke Huy Quan mereceu
demais aquele Oscar por todos os papéis que ele não conseguiu por ser asiático, e Michelle Yeoh definitivamente fez história ao ser não apenas a
primeira atriz asiática a ser indicada a Melhor Atriz, mas por ter vencido a categoria.
Eu estou
plenamente feliz!
Lista completa de Ganhadores do Oscar 2023
Melhor Animação – Pinóquio, de
Guillermo del Toro
Melhor Ator Coadjuvante – Ke Huy Quan
(Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo)
Melhor Atriz Coadjuvante – Jamie Lee
Curtis (Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo)
Melhor Documentário – Navalny
Melhor Curta-Metragem – An Irish
Goodbye
Melhor Fotografia – Nada de Novo no
Front
Melhor Maquiagem e Penteado – A Baleia
Melhor Figurino – Pantera Negra:
Wakanda Para Sempre
Melhor Filme Internacional – Nada de
Novo no Front (Alemanha)
Melhor Curta de Documentário – The
Elephant Whisperers
Melhor Curta de Animação – O Garoto, a
Toupeira, a Raposa e o Cavalo
Melhor Design de Produção – Nada de
Novo no Front
Melhor Trilha Sonora – Nada de Novo no
Front
Melhores Efeitos Visuais – Avatar: O
Caminho da Água
Melhor Roteiro Original – Tudo em Todo
o Lugar ao Mesmo Tempo
Melhor Roteiro Adaptado – Entre
Mulheres
Melhor Som – Top Gun: Maverick
Melhor Canção Original – “Naatu Naatu”
(RRR: Revolta, Rebelião, Revolução)
Melhor Montagem – Tudo em Todo o Lugar
ao Mesmo Tempo
Melhor Direção – Daniel Kwan e Daniel
Scheinert (Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo)
Melhor Atriz – Michelle Yeoh (Tudo em
Todo o Lugar ao Mesmo Tempo)
Melhor Ator – Brendan Fraser (A Baleia)
Melhor Filme – Tudo em Todo o Lugar ao
Mesmo Tempo
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Oscar, clique
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