Eternal Yesterday – Episode 4
Algo especial.
Cada vez
mais apaixonado por “Eternal Yesterday”.
Sempre me surpreende e me fascina a beleza e o cuidado com que a história é
contada, e agora Koichi e Micchan ganham sua primeira noite especial em um
episódio lindíssimo, emocionante e sempre com aquele tom melancólico já
característico da série, que deixa tudo meio poético, a meu ver… no último episódio, retornamos para algum
momento antes do acidente de Koichi,
e descobrimos que ele e Micchan já tinham sido sinceros a respeito de seus
próprios sentimentos e já tinham se beijado pelo menos uma vez – o que torna a
“morte” de Koichi ainda mais dolorosa. Agora, a maneira como olhamos para eles
e para a relação deles é diferente, e a cena introdutória do episódio é uma das
mais perfeitas possíveis.
Durante um
diálogo muito sincero, depois de a médica ter perguntado a Micchan se “ele não
tinha medo de Koichi”, Koichi fala sobre como ele mesmo está assustado e sobre
como Micchan deveria ter medo dele, porque o que quer que esteja acontecendo
não é natural… a conexão latente entre os dois, no entanto, os aproxima de uma
maneira singular, e Micchan é sensacional ao garantir que não sente medo dele –
ele pode ser, de certa maneira, um “corpo”, mas ele continua vivo, na verdade,
e continua sendo Koichi… o que quer dizer que Micchan sempre vai amá-lo.
Naquela noite, Koichi dorme na casa de Micchan, porque eles estão com medo de
que a família de Koichi note alguma coisa
diferente nele, e é a primeira vez que Koichi dorme lá. Uma noite especial.
Gosto de
como “Eternal Yesterday” tem sua
própria maneira de contar história, e como é a narração de Micchan que garante
a coesão do texto, já que as cenas não são necessariamente lineares. Ainda sem
termos assistido à noite especial de Koichi e Micchan, os vemos chegar na
escola na manhã seguinte, e Koichi parece
mais vivo do que nunca… ele não está pálido mais, e até a sua temperatura
corporal voltou ao normal. Mas ele continua estando oficialmente morto, como uma garota sensitiva que é
trazida pela amiga deles confirma: ele está morto, mas continua vivo, de certa
maneira, o que quer dizer que ele deve estar “sugando energia de algum lugar”,
mesmo sem saber. Afinal de contas, ele
precisa de energia vital para continuar “vivo” desse jeito.
É aí que ela
incentiva Micchan a lembrar da noite deles, quando pergunta se “eles fizeram algo
especial”. Eles fizeram, mas é interessante como o “algo especial” é muito além
do carnal. A conexão entre Micchan e Koichi é tão verdadeira, tão profunda e
tão sincera que eu acredito que Koichi pode estar “extraindo energia” dessa
conexão propriamente dita, desse sentimento mútuo que é tão forte. Adoro todas
as cenas dos dois, e o diálogo durante o jantar, no qual Micchan conta que sua
mãe está morta, e o diálogo depois, no quarto, no qual Micchan conta sobre a
vez em que viu o fantasma de sua mãe, e como ela estava diferente de todas as vezes em que ele foi visitá-la no hospital,
porque ela costumava ser mais rigorosa quando ainda estava viva…
Que diálogo
belíssimo!
A condução
para a cena introdutória do episódio é fluída e bela, e assistimos novamente
enquanto Micchan reforça os seus sentimentos e o fato de não ter medo de Koichi, ansiando pelo beijo prometido nos primeiros
minutos – e ele vem. Gostei muito de toda a cena, que acaba sendo surpreendente, de certa maneira: vemos o
beijo de Micchan, que serve para reforçar o que sente, vemos o Koichi se empolgando, e há certa comédia
inesperada na maneira como ele se empolga
de verdade, tanto que seu corpo começa a responder aos estímulos de uma
maneira que ele nem achou que ainda era capaz… os dois são incríveis, os
sentimentos são muito verdadeiros – tanto o amor quanto o desejo, porque sentimos aquela tensão sexual que conduz a cena.
Então, sim,
eles fizeram algo especial naquela
noite. Foi lindo, foi mágico, mas talvez seja preocupante… talvez isso tudo
queira dizer que, mesmo sem querer, Koichi esteja pegando de Micchan um pouco
de sua energia vital, e eu sei que, se esse for o caso, ele vai abrir mão de
“continuar vivo” pela segurança de Micchan: ele
sempre foi seu guarda e seu protetor, ele não vai aceitar ser o responsável por
qualquer coisa que o faça mal. Sei que é muito difícil fugirmos do
sofrimento no fim dessa série, mas eu estou querendo curtir cada momento bonito
e, sim, melancólico, que “Eternal
Yesterday” está me proporcionando. É uma narrativa intensa, sincera e
tocante que me pegou totalmente de surpresa – estou amando mais a cada episódio que assisto.
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