[Season Finale] The Last of Us 1x09 – Look for the Light
A escolha
de Joel.
Lindíssimo e
angustiante, eu sinto que “Look for the
Light” é um episódio que dividirá opiniões – e, particularmente, me parece
uma excelente maneira de terminar a
temporada, porque posso ver as pessoas passando os próximos meses todos
discutindo a respeito da atitude de Joel e se ela foi certa ou não. Como eu
comento desde o início de “The Last of
Us”, eu nunca joguei o jogo, por isso tudo foi uma grande surpresa, e a
série é incrível. Com uma temática pós-apocalíptica e boas sequências de ação,
a série sempre foi, em primeiro lugar, sobre as pessoas e as relações entre
elas, o que rendeu um excelente drama, que culmina nesse Season Finale fatídico no qual, surpreendentemente, a
ênfase não está na ação, mas no sentimento… e
eu adorei.
O episódio
já começa interessantíssimo ao levar-nos de volta para o nascimento de Ellie –
uma sequência particularmente interessante para os fãs de longa data de “The Last of Us”, tendo em vista que a
atriz que interpretou sua mãe, Anna, foi Ashley Johnson, a responsável por dar
vida à própria Ellie no jogo, em 2013… foi uma homenagem e uma escolha
lindíssima, de fato! Anna nos proporciona um flashback angustiante, porque a vemos prestes a dar à luz a Ellie
quando é brutalmente atacada por um infectado, e então ela tem que escolher
abrir mão da bebê e entregá-la a Marlene, para que ela a mantenha em segurança,
porque ela foi mordida e em breve se
transformará… a sequência também serve para ajudar-nos a entender um pouco
da imunidade de Ellie.
Até porque esse é o centro de “Look for the Light”, que é, inicialmente, muito mais calmo do que
jamais poderíamos ter esperado desse último episódio – mas, novamente, eu
ressalto: foi incrível. Mesmo com
tanta coisa boa em “The Last of Us”
(e houve MUITA coisa boa!), a relação de Joel e Ellie sempre foi a alma da
série, enquanto a acompanhávamos sendo construída a cada episódio, e o último
episódio foi um impacto, com Ellie sofrendo mais do que nunca e tendo que se
salvar sozinha de uma situação assustadora, e depois reencontrando o Joel, que
é o seu porto-seguro. Agora, Ellie está atordoada, chocada, mas caminha ao lado
de Joel, e podemos sentir toda a tensão de Joel tentando fazer com que tudo fique bem, mas não parece o
trabalho mais simples…
Ellie só
sorri pela primeira vez nesse episódio quando ela encontra uma girafa – e é um momento tão bonito. Assim como o seu fascínio
genuíno por tudo o que Riley tinha para lhe mostrar no shopping (a começar pela
escada rolante!), Ellie está encantada pela girafa na sua frente, e eu fiquei
verdadeiramente comovido ao ouvir as
suas risadas enquanto ela dava comida para a girafa… interessante como a cena
não precisa de grandes diálogos, porque o alívio de Joel ao ver Ellie rir está estampado em seu rosto. Os dois
compartilham, também, outro momento profundamente emocionante quando Joel compartilha a
história da sua cicatriz, de quando ele tentou se matar depois da morte de
Sarah, e Ellie não tem muito o que dizer, mas diz que “fica feliz porque não
deu certo”. É a forma de Ellie dizer para ele o quanto se importa e o quanto está feliz por tê-lo consigo. Assim como quando ela dissera que o tempo curava tudo e ele olhou bem para ela e disse que
QUE DIÁLOGO INCRÍVEL. QUE CENA LINDA. QUANTA COISA DITA E/OU EXPRESSA!
E quando as
coisas parecem estar tão bem
(fofíssimo o Joel pedindo para ela ler os trocadilhos sem graça do livro que
ela tanto ama!), eles são capturados por Vagalumes – e é um desespero. Joel
desperta confuso, perguntando por Ellie, e então ele descobre que ela já está
em outra sala, sendo preparada para uma cirurgia, porque eles finalmente
chegaram ao seu destino, ao hospital para onde ela deveria ir, e eles acreditam
que podem sintetizar uma cura a partir dela. Para isso, no entanto, ela precisará morrer – afinal de contas,
o que precisam tirar dela é algo que cresceu em seu cérebro, e Joel não vai permitir que façam isso com ela, com a SUA
FILHA, ainda mais sem uma confirmação 100% de que aquilo realmente é uma cura. “Pode ser” uma cura é muito vago.
Como eu
disse, a atitude de Joel provavelmente vai
dividir opiniões… e eu não vou ficar em cima do muro e fingir que não quero
dar a minha opinião: eu não julguei o
Joel. Eu entendo que a sua atitude pode ser considerada egoísta, e que ele
escolheu matar um monte de gente para salvar a vida de uma pessoa, tudo para
não deixar que uma pessoa morresse para salvar a vida de toda a humanidade, mas
é mais do que isso: Ellie morreria pela
possibilidade de talvez salvar a vida de toda a humanidade… não era uma
certeza, e Joel não perderia a sua filha desse jeito, não mais uma filha, depois de ter perdido a Sarah. Pode ter sido
egoísta, mas foi sincero, foi movido por um sentimento tão real que eu não
consigo culpá-lo: acho que na posição de
pai e mãe, muita gente agiria como ele.
Portanto, eu
achei arrepiante… é um pouco chocante ver a maneira quase fria como Joel caminha por aquele hospital, atirando em qualquer
pessoa que se colocasse em sua frente, depois de pouquíssimas palavras, mas, ao
mesmo tempo, eu estava tão feliz por
vê-lo protegendo a Ellie com todo o seu ser – mais tarde eu lido com a minha
consciência, se eu achar que é necessário. Nesse momento, eu vibrei pela maneira determinada como ele
não abaixou a cabeça em nenhum momento, e como ele enfrentou qualquer um que precisasse enfrentar
para tirar a Ellie ainda com vida daquele lugar. Dei um pequeno pulo na cadeira
quando ele atirou no médico que tentou dizer que “ele não ia tirar a Ellie
dali”? Sim. Mas também fiquei: “Ninguém
diz a Joel o que ele não pode fazer”.
E Joel a
salva.
A cena toda
é chocante, arrepiante e paradoxalmente desconfortável e reconfortante. Mas
sinto que virá um drama pela frente, eventualmente, porque talvez a Marlene
tivesse razão no fim das contas, quando tentou implorar para que Joel parasse,
e talvez Ellie fizesse uma escolha diferente da dele. Naquele momento, no entanto, a escolha estava nas suas mãos, e ele não
mudaria de ideia. Enquanto Joel e Ellie retornam para a cidade em que Tommy
está morando, Joel não tem coragem de contar a Ellie o que realmente aconteceu com os Vagalumes, e inventa uma história que
pode parecer convincente, mas não é – no fundo, Ellie sabe/sente que Joel não
está dizendo a verdade, e pergunta diretamente a ele, mas ela vai aceitar a sua
palavra. Pelo menos por enquanto.
Eu queria
que eles pudessem ser felizes, eu queria que eles ficassem bem… a relação de
confiança e dependência mútua que eles construíram é intensa demais. Mas talvez
chegar a um final feliz nunca tenha
sido a ideia de “The Last of Us”.
Estou curiosíssimo e empolgado para a segunda temporada, mas tento me manter
afastado de qualquer spoiler de quem
já tenha jogado o segundo jogo – até porque acredito que muita coisa pode mudar, tendo em vista que a segunda temporada será
baseada em um jogo diferente, lançado com SETE ANOS de diferença em relação ao
primeiro jogo… de qualquer maneira, esse universo é interessante, os
personagens são incríveis e talvez, dessa vez, a escolha seja de Ellie, vai
saber? Ótima temporada, esperamos a próxima!
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