Sítio do Picapau Amarelo (2006) – Flor conta a verdade a Grilo
“Então eu também sou um…?”
Flor é “uma
caipora que nasceu diferente”, e agora que ela está mais próxima do seu passado
do que nunca, está chegando a hora de contar a verdade a Grilo: até porque ele tem o direito de saber a sua
origem. Depois de conhecer Urbano, Flor abandonou o Capoeirão dos Tucanos e
foi embora para a cidade, mas quando o Grilo e o Pedrinho ficam perdidos na
mata durante a noite, ela se pergunta se terá que entrar de volta no Capoeirão
ela mesma e salvar o filho… no fim, ela não precisa, já que os meninos acabam
chegando sozinhos até a casa do Tio Barnabé, e o Zé Carijó resolve pedir
justamente a ajuda do Barnabé quando Chico e Urbano aparecem procurando pelos
meninos, o que quer dizer que Grilo e Pedrinho são salvos sem que Flor precise
intervir. Isso não quer dizer, no entanto, que Flor não vai ser confrontada com
a verdade muito em breve mais uma vez.
Até porque o
Grilo acaba esquecendo o seu violino na casa do Tio Barnabé, e ele é
extremamente apegado a ele e quer voltar lá imediatamente para buscar – o que,
é claro, ninguém deixa que ele o faça, porque já é tarde da noite. No dia
seguinte, então, ele vai até o Sítio do Picapau Amarelo para pedir a ajuda do
Pedrinho, e o neto de Dona Benta desenha um mapa até a casa do Tio Barnabé para
ajudar o amigo, mas não o acompanha… sozinho na mata, o Grilo acaba ouvindo o
canto da Iara e é enfeitiçado; e quem vai encontrá-lo e salvá-lo é a Flor, que
está voltando à sua natureza de caipora,
em uma cena bem legal na qual a vemos andando pelo Capoeirão dos Tucanos,
conversando com árvores e pássaros, falando em rimas, e decidindo ajudar as
pessoas, como quando escuta o canto da Iara e decide “ajudar o pobre coitado”.
E ela nem imagina que o enfeitiçado é o
próprio filho.
É
razoavelmente fácil salvar o Grilo do
encanto da sereia – o que deixa o garoto intrigado. Se nenhum homem pode
resistir ao canto da Iara, por que foi tão fácil salvá-lo? Ele também comenta
sobre como às vezes ele sente que os animais e as plantas o ajudam, e Flor
percebe que a sua conversa com ele não
pode demorar muito. Depois de ser salvo pela mãe, Grilo vai com Flor até a
casa do Tio Barnabé, que ela misteriosamente conhece o caminho, e quando eles
chegam lá para buscar o violino, eles encontram o Tio Barnabé ardendo em febre
depois de ter levado uma picada de cobra,
e Flor usa a magia dos caiporas para curá-lo, o que, é claro, chama a atenção
de Grilo, mas a mãe diz que “depois eles conversam sobre isso”; agora, o que
importa é o Tio Barnabé, que fica felicíssimo ao despertar, já se sentindo bem,
e ver a Flor ali na sua frente.
“Você voltou, Florzinha”
Agora, Grilo
não vai deixar a mãe em paz até ela explicar o que está acontecendo – “Mãe, você falou que a gente ia conversar.
Pode ser agora?” Então, Flor conta a história dos caiporas, conta sobre a
caipora que, há muito tempo, se apaixonou por um bandeirante, e sobre aquela
caipora que nasceu diferente, com uma
aparência humana, e que se apaixonou por um homem que apareceu naquelas matas e
foi picado por uma cobra… a caipora que salvou esse homem como a Flor salvou o
Tio Barnabé. Inicialmente, Grilo ainda não entende o que isso tem a ver com a
sua dúvida sobre por que entende os
pássaros e as plantas, ou por que não foi enfeitiçado pela Iara, mas então ele
vai juntando todas as peças e todas as informações que Flora acabou de lhe dar,
adicionando a elas o fato de que, às vezes, ela fala rimando como uma caipora,
ou que salvou o Tio Barnabé…
“Só se você for…?”
Foi uma cena
bem bonitinha! Flor confirma a Grilo que ela é a caipora da história que acabou
de contar, e que o homem da cidade grande é o pai dele, o Urbano, e então Grilo
percebe que, se a mãe é uma caipora, ele também é, pelo menos parte caipora, e então as coisas fazem
mais sentido… agora, Flor e Grilo, que estão felizes em estar ali no Arraial
dos Tucanos, tão perto da mata, precisam convencer Urbano a ficar por ali,
porque tudo o que Urbano quer é ir embora de volta para a cidade grande: vender
aquela casa e partir, o mais rápido possível. Por enquanto, a Flor vai
trabalhar desincentivando as pessoas que visitarem a casa a comprá-la, e Grilo
diz ao pai que não pode prometer que nunca mais vai entrar no Capoeirão dos
Tucanos, porque os seus amigos brincam ali. E, embora isso ele não diga ao pai,
parte da sua família mora ali no
Capoeirão.
E ele quer
conhecê-los!
Para mais
postagens sobre o Sítio do Picapau
Amarelo, clique
aqui.
Ou visite
nossa página: Cantinho
de Luz
Comentários
Postar um comentário