Smash 2x07 – Musical Chairs
“I wish I
could rewrite this story”
Sempre disse
isso, mas sinto que, em “Musical Chairs”,
é necessário dizer mais uma vez: EU AMO DEMAIS “HIT LIST”. Ainda há muita coisa para acontecer nos bastidores
desse musical para que ele chegue à sua forma final (inclusive, algumas
reviravoltas surpreendentes e interessantes no plot de “Hit List”
mesmo), mas a cada nova música e cena, eu me apaixono mais. “Rewrite This Story” (que é dos mesmos
compositores da futura “Original”,
além de musicais como “Dear Evan Hansen”
e o recente filme natalino “Spirited”)
é uma das minhas músicas favoritas não apenas em “Hit List”, mas em “Smash”
como um todo… e cada vez mais vemos o musical ganhar forma, enquanto “Bombshell” começa lentamente a sair de
sua zona sombria e talvez comece a caminhar novamente.
Tom está na
direção do musical… o que pode ou não ser bom, no fim das contas. Derek é um
excelente diretor – você pode ter as reclamações que tiver a seu respeito, mas
o cara é competente em seu trabalho, e quando ele acredita em algo, ele se
empenha para entregar a melhor versão que
consegue visualizar. Tom também tem esse potencial, é claro, mas até então
ele esteve em outra parte da produção de
um musical, compondo músicas e auxiliando na história… é a sua estreia na
direção, e o fato de ele substituir um diretor com um ego enorme, mas uma
competência inegável, aliado à sua vontade de impressionar e de provar que é
capaz faz com que os ensaios não sejam o
melhor possível… e o fato de ele não ter a Karen como sua Marilyn também
não ajuda.
Afinal de contas, ele sempre torceu para a
Ivy.
Felizmente, “Bombshell” está conseguindo algumas
pequenas vitórias. A nova versão de “The
National Pastime” está deixando muito
a desejar, porque a coreografia anterior era muito melhor, mas Julia decide
fazer alguma coisa a respeito e levar
um documento para que Derek assine, autorizando que eles sigam usando as
coreografias de sua direção… um documento que Jerry deveria ter enviado para
ele três semanas atrás, mas não o fez
porque ainda espera conseguir que ele retorne para “Bombshell” – algo que Derek não pensa em fazer, e faz questão de
deixar claro em toda oportunidade. E Jerry também está prestes a ser vencido,
já que Julia e Eileen descobriram algo que pode ser “a bala de prata” que vai
tirar Jerry da produção… e “Bombshell”
volta a ser deles.
Ao menos
agora eles terão uma equipe realmente apaixonada
pelo musical.
Não que ele
deixe de ter um monte de problemas.
Ivy, por sua
vez, está fazendo o seu melhor em “Liaisons”,
mas o seu melhor definitivamente não é o suficiente para salvar o desastre do
musical protagonizado por Terry… em uma das apresentações, o público está
entediado, dormindo ou fazendo qualquer
outra coisa enquanto os atores se esforçam no palco; em outra, Terry
assumiu uma postura tão maluca durante
“Ce N’Est Pas Ma Faute” que ele até
arranca algumas risadas da plateia, que está em choque com o absurdo do que vê
em cena, mas acaba se acidentando no final do número, o que é a última pá de
terra em “Liaisons”. O seu substituto
fará as apresentações do restante da semana, mas o show não passa daquele
domingo… até porque nós acompanhamos essa produção: era a única alternativa.
“Hit List”, por sua vez, está dando seus
primeiros passos – e Jimmy terá que baixar um pouco a guarda e a marra se
quiser ter alguma chance. Começamos o episódio com uma reprise rápida de “Heart Shaped Wreckage”, com Anna no
papel de protagonista que seria de Karen se ela não estivesse em “Bombshell”, e a apresentação não
impressiona tanto quanto deveria… Scott diz que vê potencial em “Hit List”, mas ainda há um problema de
temática: talvez não seja universal o suficiente… ou talvez apenas não esteja claro o suficiente. Então,
Derek se encarrega de tentar “consertar” isso: ele não está disposto a dirigir
uma peça em um teatro de 80 lugares “menor do que o seu banheiro”, mas para
conseguir o palco principal de um
teatro Off-Broadway, ele precisará da colaboração de Jimmy.
E Jimmy é extremamente difícil.
Mais uma
vez, “Rent” é citado como exemplo
quando se fala da necessidade de adaptações em “Hit List”: o musical de Jonathan Larson tinha narrações quando finalmente chegou à Broadway. Ainda assim, Jimmy
se recusa a mexer no musical que eles têm, porque acha desnecessário que “o
tema seja excessivamente mastigado” – afinal de contas está lá, nas músicas que
ele compôs. Como Jimmy não dá ouvidos a Derek, que não está falando nada demais
(vide “Bombshell” e todas as reescritas
e reformulações pelas quais passou!), Karen resolve fazer uma tentativa, à qual
Jimmy tampouco quer ouvir… mas ela tem uma visão muito clara de qual é a
temática central de “Hit List” no fim
das contas: é sobre se reinventar, sobre recomeçar. E esse é um tema universal.
Jimmy só
muda de ideia quando tudo parece dar uma tremenda reviravolta. Durante a apresentação de “Liaisons”, que reúne uma galeria de personagens, Karen tem uma
revelação ao ver Tom e Ivy conversando: a conexão deles é tão imediata e tão
sincera que é ela quem deveria estar protagonizando “Bombshell” se Tom vai dirigir o musical… ela era a Marilyn de Derek, mas Ivy é a Marilyn de Tom e sempre foi.
Abandonar um trabalho concreto na Broadway depois de sonhar e lutar por isso
uma vida toda exige coragem (e talvez um pouco de imaturidade, não sei), mas
Karen age por impulso e diz a Tom o que está pensando: eles tentaram, e talvez conseguissem, mas eles sabem que não é o ideal…
que ele vai trabalhar melhor com Ivy.
Então, Karen
busca Derek, Jimmy e Kyle para dizer que abandonou “Bombshell” e que estará com eles em “Hit List” – e essa é a gota d’água que faz Jimmy perceber que
estava errado e que as pessoas podem mudar… e que deixar mais claro o tema de “Hit List” pode não ser lá uma ideia tão
má assim. E como já foi digo antes, às vezes uma única música é o suficiente
para cumprir esse objetivo, assim como “Let
Me Be Your Star” fala tanto sobre “Bombshell”.
Assim, Jimmy compõe uma nova música seguindo a visão de temática de Karen, e é
aí que ganhamos um novo número de abertura para “Hit List”, que é UMA DAS MELHORES MÚSICAS DO MUSICAL: “Rewrite This Story” é um verdadeiro
espetáculo, funciona perfeitamente e facilmente me levaria ao teatro…
Amo a
química de Jimmy e Karen no palco, amo a sinopse da história que eles estão
começando a contar e, musicalmente, “Hit
List” tem tudo para ser um sucesso: é aquele tipo de musical cujo cast recording a gente fica escutando o
tempo todo. “Rewrite This Story” tem
sua própria identidade, traduz perfeitamente bem a ideia de “Hit List” (ele sobre trabalhar em um
bar onde tudo o que ele é é tudo o que ele não é, ela sobre como como nunca
será uma estrela se for só o que ela é), tem força e impacto e funciona muito
bem no palco, com uma carinha bem diferente de “Bombshell”, como deveria ser. São dois tipos bastante diferentes de musical que estão sendo
produzidos simultaneamente, e esse é um avanço interessante da segunda
temporada de “Smash”.
Ansioso por
mais!
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