The Last of Us 1x08 – When We Are in Need

“It’s okay, baby girl. I got you”

Traumatizante em todos os sentidos… provavelmente um dos episódios mais difíceis de se assistir em “The Last of Us”. É um excelente episódio, em termos narrativos, porque essa série é um verdadeiro primor, mas é tão angustiante, revoltante e desesperador que terminamos o episódio em choque e em silêncio, e precisamos de um tempo para nos recompor – o que me deixa assustado para o que veremos no último episódio, para dizer bem a verdade. “When We Are in Need” é, basicamente, um episódio de Ellie: ela ainda está tentando salvar a vida de Joel, depois de ele ter sido ferido, mas precisa lidar sozinha com a caçada e com um grupo ameaçador que ela acaba encontrando no meio do caminho… e Ellie está maravilhosa do início ao fim.

Mas eu não sei como ela pode lidar com tanto sofrimento e tanto trauma.

Enquanto Ellie ainda não consegue conversar com Joel, porque ele não desperta e parece que o seu ferimento vai infeccionar, apesar de ela ter fechado o buraco da bala, ela sai sozinha para caçar, naquele inverno rigoroso, e o veado que ela acerta acaba correndo por alguns metros antes de cair morto, e cai justamente próximo de David e James, dois homens de uma comunidade próxima que estão em busca de comida e de vingança, porque Joel matou um deles recentemente. É um grande perigo, a tensão toma conta do episódio a partir dali, mas Ellie não pode perder a oportunidade de tentar salvar Joel: eles querem levar embora o veado que ela acabou de abater (!), e ela negocia metade da carne do animal, em troca de algum remédio para infecção.

Quando Ellie finalmente retorna para junto de Joel, com penicilina que ela não sabe bem como e onde injetar, mas vai fazer seu melhor, ficamos apreensivos porque o grupo agora sabe sobre Ellie, e sabe que ela é a garota que estava com o homem que eles querem matar… e é uma questão de tempo até que cheguem até ela – e talvez não seja tempo o suficiente para que Joel desperte. “When We Are in Need” se sobressai na construção do suspense e da tensão, e entrega sequências de ação desesperadoras que nos mostram, de uma vez por todas, que o principal perigo nesse mundo pós-apocalíptico não é, como se pensava, os infectados… mas os outros humanos. Juro que não passei tanto nojo nem tanto nervoso quando Ellie estava enfrentando infectados.

Sabendo que Joel precisa conseguir se defender sozinho, Ellie o deixa com uma faca, para matar qualquer um que se aproximar, enquanto sai sozinha de cavalo, na esperança de afastar os perseguidores que estão chegando – e é aí que as coisas ficam ainda mais problemáticas, porque Joel e Ellie se separam. De um lado, Ellie é levada para a tal comunidade na qual David é líder, onde ele vai oferecer coisas absurdas e ela vai descobrir coisas aterradoras sobre a maneira como eles estão vivendo naquele lugar; de outro, mesmo que ainda fraco, Joel precisa fazer o que pode para sobreviver, porque sabe que Ellie precisa dele e ele vai fazer de tudo para encontrá-la novamente. Ambos protagonizam, em paralelo, cenas memoráveis da história de “The Last of Us”.

Presa, Ellie não perde nunca a sua atitude que tanto aprendemos a amar – mas não temos certeza se ela será o suficiente para salvá-la, e ela fica levemente apavorada quando descobre que eles estão comendo carne humana. É interessante notar que, em histórias pós-apocalípticas, SEMPRE chegamos a um lugar que parece um culto e no qual as pessoas se tornaram canibais… é sério, pegue qualquer produção pós-apocalíptica: nunca falha, e sempre nos assusta. É tão perverso que, mais do que assustados, na verdade, ficamos desconfortáveis e chocados, e é mais ou menos a reação de Ellie, que percebe que vai ter que fazer alguma coisa para escapar, mas seu plano não é o suficiente, e ela acaba se tornando o próximo alvo para, como ela diz, “virar picadinho”.

E, aqui, inicia-se a sequência mais alarmante e brutal de “The Last of Us”, que começa quando Ellie é jogada em cima de uma mesa para ser morta e transformada em carne, e ela consegue escapar por um momento de hesitação de seus captores quando ela anuncia que está infectada e manda que chequem seu braço. Então, Ellie corre contra o tempo para salvar a própria vida, e a sequência é assustadora e necessariamente gráfica, enquanto torcemos por ela a cada segundo angustiante no qual prendemos o fôlego. Tudo aqui é horrível de se assistir: a maneira como ela é perseguida, a maneira como David a encontra e as coisas que ele fala, e todo o pavor palpável que existe emanando de Ellie enquanto ela encontra força o suficiente para matar aquele homem asqueroso.

É brutal.

Enquanto isso, vemos Joel aos poucos voltar a ser quem ele era – vemos que ele está debilitado, mas há mais intensidade nele aqui, talvez, do que havia antes de ele ser apunhalado: afinal de contas, sua filha está em perigo. Por isso, as cenas dele são também bastante fortes, enquanto ele interroga os homens que vieram para matá-lo, para saber onde está Ellie, e ficamos o tempo todinho angustiados, nos perguntando se ele vai conseguir chegar para ajudá-la contra David, porque parece que está demorando demais para acontecer… no fim, ele não chega a tempo e Ellie precisa se virar sozinha, e consegue, com toda sua força, mas é reconfortante que, no fim das contas, Joel esteja por perto, porque Ellie precisava, mais do que nunca, daquele abraço e de vê-lo bem.

Final emocionante quando ele a acolhe e diz que está tudo bem.

Intenso, angustiante e, no fim das contas, emocionante. Que episódio marcante!

 

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Comentários

  1. Olá moço. Não comento muito, mas sempre estou aqui lendo seu blog, porque vc escreve maravilhosamente bem. Mas só um detalhe, o nosso daddy foi apunhalado e não baleado. No mais, eu amei esse episódio, um de meus favoritos. Abraços.

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    1. Nossa, que descuido! Obrigado por avisar, vou corrigir no texto! :)
      Fico muito feliz que goste dos textos, muito obrigado pelo comentário!!!

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