Todas as Flores – Fuga da Fazenda!
Que obra!
A SEQUÊNCIA
MAIS TENSA DESDE O COMEÇO DE “TODAS AS
FLORES”. Depois de todo o inferno
que Maíra está passando há meses na Fazenda (!), ela prometera a Jéssica que
elas vão conseguir fugir de lá – e eu sinto que Maíra é alguém que tem força e
raiva o suficiente para derrubar esse
esquema todo, uma vez que esteja do lado de fora! E o sentimento de
urgência toma conta delas quando uma das meninas do Pavilhão das Grávidas é
levada para dar à luz, mas retorna sem o seu bebê, como elas sabiam que aconteceria, e quando Jéssica
começa a falar sobre como venderam a
criança para um casal estrangeiro, o pessoal da Fazenda a trata como se
isso fosse um delírio ou qualquer coisa assim. Jéssica e Maíra precisam fugir antes de darem à luz, se quiserem
continuar com seus filhos.
Então,
Rominho anuncia que tem um esquema de fuga armado para aquela noite, e Jéssica
diz que Maíra vai com eles – na verdade, eu duvidei muito que funcionaria, até
porque pareceu um tanto rápido em
termos de capítulos, mas é muito bom vê-los se organizando! E toda a sequência
de fuga é um PRIMOR de escrita, de atuação e de direção, gerando um suspense
perfeito que nos deixa apreensivos e nervosos do início ao fim, enquanto o trio
segue todos os passos da fuga planejada, e o tempo todo esperamos que alguma coisa dê errado, porque não nos
permitimos ter esperança – assim como Donatela tentou fugir da cadeia em “A Favorita” e, na primeira vez, ela foi
capturada de volta. Já temos experiência em novelas do João Emanuel Carneiro!
Rominho,
Jéssica e Rominho roubam um caminhão que estava fazendo uma entrega e fogem,
atravessando os portões embaixo de tiros, e eu quase me permitir ter esperanças
naquele momento, até que o caminhão estrague não muito longe dali, e então eu
meio que “abandonei as esperanças”: no
escuro e a pé, eu não achei que eles conseguiriam fugir… o trio se esconde
como os hobbits se esconderam dos Espectros do Anel, mas acabam saindo de lá
rápido demais, são avistados e tanto Jéssica quanto Rominho acabam sendo
capturados e levados de volta para a Fazenda. Surpreendentemente, Maíra é a única que consegue escapar – e sabemos
que cabe a ela manter-se escondida e protegida, até que possa fazer alguma
coisa para ajudar a salvar os amigos.
Antes disso,
no entanto, ela precisa estar em segurança. E
vamos percebendo que isso não vai acontecer. Mesmo quando amanhece o dia,
ainda estamos nervosos e angustiados e temendo pelo destino de Maíra, enquanto
Sophie Charlotte conduz as cenas com uma atuação tão brilhante que nos passa
todos os sentimentos da personagem, e coramos com ela quando ela escuta o
barulho da estrada e consegue pedir a ajuda de um caminhoneiro que, felizmente,
é alguém bom o suficiente para levá-la para longe daquele lugar, até um posto
de beira de estrada, de onde ela pode ligar para Judite e pedir que venha
buscá-la. É emocionante aquela
ligação de Maíra e Judite, mas os minutos de alívio duram pouco e rapidamente
percebemos o que está por acontecer.
E QUE
SEQUÊNCIA BRILHANTE.
Angustiante,
traumatizante, acabou com o meu emocional… mas é brilhante.
Desesperada,
Judite vai atrás de Maíra, com Pablo, mas Débora (parece que o negócio de
tráfico humano é mais de Débora e Samsa do que de Zoé, no fim das contas!) já
foi atrás de Zoé para saber a quem Maíra
pediria ajuda, então já existem pessoas a postos para seguir Judite, e ela
os leva direto até Maíra de volta. Maíra esteve tão perto de escapar e começar
a acabar com todo o esquema, mas percebemos que não tem como Pablo conseguir
escapar daqueles carros que eventualmente os cercam. É uma das cenas mais difíceis de “Todas as Flores”, e eu fiquei deveras arrasado. Batem em Pablo, seguram Judite e pegam Maíra de volta e,
naquele momento, eu queria muito saber o que aconteceria a seguir… ao mesmo
tempo, eu precisava de tempo para pensar e me recompor.
Tudo é traumatizante demais.
A fuga de
Maíra, do início ao fim, é uma obra-prima da teledramaturgia, de verdade!
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