Vale o Piloto? – Up Here (Amor nas Alturas) 1x01 – Lindsay

“Can you ever truly deeply really know someone?”

Gosto de poder comentar séries musicais no Parada Temporal, porque é um gênero que eu adoro e várias delas conversam comigo de maneiras diferentes. É impossível não retornar a “Glee” quando falo do gênero, mas embora tenha sido uma série muito importante na minha vida, na própria questão da minha aceitação como um homem gay, não é necessariamente a minha favorita, porque amo outras séries como “Smash”, com o universo dos musicais da Broadway, a pouco conhecida “Rise”, que tem uma vibe de “Glee”, mas um pouco mais séria e com bastante enfoque em uma produção de “Spring Awakening”, a querida “Zoey’s Extraordinary Playlist” e a série musical que é, atualmente, a minha favorita sem dúvida alguma: “Schmigadoon!”

“Up Here”, a nova produção da Hulu (no Brasil lançada pela Star+), me fez pensar especificamente em “Crazy Ex-Girlfriend”, e rendeu um primeiro episódio divertido e promissor, que faz ansiar pelo que a série ainda pode oferecer nos próximos episódios. Curiosidade aleatória que não está diretamente ligada à série (por que não?): apenas descobri “Up Here” por causa de um story que Conrad Ricamora (que foi um dos protagonistas de um dos meus filmes favoritos de 2022, “Fire Island: Orgulho & Sedução”, uma releitura ESPETACULAR e LGBTQIA+ do clássico “Orgulho e Preconceito”, de Jane Austen… Conrad interpretou Will, a adaptação do Sr. Darcy!) postou no Instagram, e resolvi ir conferir porque, afinal de contas, o gênero me agrada muito.

Mas vamos ao episódio! O episódio de estreia de “Up Here”, centrado em Lindsay, é uma excelente apresentação de uma das protagonistas da série: Lindsay vive um casamento infeliz com um marido que não lhe dá o valor que ela merece, mas que Lindsay passou a vida toda acreditando que era o melhor para ela por causa das “vozes na sua cabeça” que a convenceram disso (diariamente, eles cantam “To Really Know Someone” para ela, aparentemente)… vozes que são personificadas na forma de seu pai, sua mãe e a sua melhor amiga da adolescência (que meio que acabou com a sua vida na época). Achei interessantíssimo o conceito de “vozes na cabeça”, porque isso me remete muito ao Greek Chorus do musical de “Legalmente Loira”, que eu amo.

Quando Lindsay ganha um prêmio pela escrita de um conto sobre uma mulher que nunca teve um orgasmo, e o marido não lhe dá nenhuma boa parabenização, quanto mais cogitar a ideia de se mudar para Nova York ou mesmo ir receber o prêmio na semana seguinte (!), Lindsay toma uma decisão corajosa que pega o marido e as vozes da sua cabeça de surpresa: ela vai se separar dele e ir sozinha para Nova York. É triste que, eventualmente, o prêmio não fosse nada demais, apenas um cupom de 15 dólares que uma livraria de Nova York dá semanalmente para aspirantes a escritores, mas é um primeiro passo rumo à mudança, não? E pode ser que seja o suficiente, nesse momento: É HORA DE ELA COMEÇAR UMA NOVA VIDA, com um novo emprego, uma nova casa…

Ou um closet transformado em “quarto” na casa de outra pessoa.

Mas, de todo modo, novos ares.

Depois de quase um mês vivendo em um closet, trabalhando em uma livraria e não escrevendo nenhuma linha de um novo conto ou um romance, Lindsay resolve se arriscar novamente – “What If?” –, e sai para uma festa que não tem nada a ver com ela, mas que pode ser o recomeço que busca, e acaba sendo, porque ela conhece um cara interessante e com senso de humor, com quem ela conversa pela primeira vez enquanto está vigiando a porta do banheiro porque a sua colega de quarto está transando com um desconhecido lá dentro. E a conexão de Lindsay e Miguel é interessantíssima desde o primeiro momento, enquanto eles conversam, se divertem, e ele a leva para conhecer o escritório onde trabalha – um lugar lindo com uma vista realmente incrível.

Sinto que “Up Here” ainda não entregou, em seu primeiro episódio, todo o seu potencial, por isso é bom que a série tenha sido inteiramente lançada em um único dia, porque sinto que Miguel vai ser um personagem e tanto e mal posso esperar para conhecer mais dele no episódio seguinte. O final do episódio, no entanto, nos dá uma prévia interessante: depois de Lindsay e Miguel terem se beijado e de o clima ter esquentado entre eles, ele acaba chorando (?) e vai embora pedindo desculpas, deixando Lindsay extremamente confusa, e descobrimos, quando ele chega ao elevador, que ele tem o mesmo “problema” de Lindsay – ele também tem vozes na sua cabeça. Vai ser MUITO INTERESSANTE poder acompanhar dois grupos de vozes dando conselhos problemáticos.

A série é promissora, e muita coisa me chamou a atenção aqui… a temática é razoavelmente simples, mas eu adoro uma boa comédia romântica, e o conceito é bizarro e divertido, com direito a uma boa trilha sonora que pode entrar para as minhas playlists nas próximas semanas (temos pessoas muita talentosas envolvidas na produção da série!). Ainda não me afeiçoei totalmente à Lindsay, é verdade, mas estou curioso para descobrir como vai ser seu desenvolvimento, e estou apostando muitas fichas em Miguel! Além disso, acho um charme a mais o fato de a série se passar em 1999, trazendo essa estética dos anos 1990 para a tela, de maneira tão nostálgica, que já é uma maneira de nos conquistar, não? Vamos ver para onde essa história nos leva!

 

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