Cidade Invisível 2x03 – A Vida que a Gente Sempre Quis
Mula-Sem-Cabeça!
Acho que
esperamos tanto por esse momento! A proposta de “Cidade Invisível” é extremamente interessante, explorando as
criaturas do folclore brasileiro, e se o episódio anterior trouxe um pouco mais
da maldição do lobisomem através do personagem do Bento (que também esteve
parcialmente em destaque durante esse episódio, quando retorna para casa na
esperança de que vá ser aceito pelo pai dessa vez), “A Vida que a Gente Sempre Quis” é, incontestavelmente, um episódio
sobre a MULA-SEM-CABEÇA, e que episódio incrível – sem contar os efeitos, que
estavam excelentes e proporcionaram um dos episódios mais bonitos visualmente em “Cidade
Invisível”. Em paralelo, Eric continua a sua grande busca por Luna, de quem
foi separado novamente.
A fama do
“gringo” que pode tirar a maldição das entidades já se espalhou pela cidade –
não necessariamente, no entanto, as consequências disso. Tudo o que Bento
sempre quis foi não ser mais um lobisomem, mas a sua esperança de ser aceito em
casa de braços abertos acaba se desfazendo totalmente quando seu pai é o mesmo
filho da p*ta de antes, e agora parte dele deseja que ele pudesse ter os seus
poderes de volta, porque então ele poderia ao menos defender a mãe do pai
abusivo… para isso, ele precisa conversar com o pai de Luna e tentar
convencê-lo a “devolver” os poderes, mas não sabemos se isso é possível. Afinal de contas, Eric não tinha nem noção
do que estava fazendo quando tirou a “maldição” do garoto, o que ainda
assusta Inês.
De todo
modo, Clarisse, a juíza da cidade, espera que Eric talvez possa “retirar a sua
maldição”. A Mula-Sem-Cabeça aparece brevemente no fim do episódio anterior,
salvando Eric, e é apresentada por completo nesse episódio, quando entendemos o
seu caso com o padre, assim como diz o folclore. Na esperança de se livrar de
sua “maldição” e “viver a vida que sempre quis” ao lado do padre, Clarisse
pretende ajudar Eric a reencontrar Luna, porque sabe que ele faria qualquer coisa em troca de ter a filha
de volta… ainda que a sua oferta seja tentadora, Inês aconselha Eric, porque
eles não sabem o que aconteceria com Clarisse ou com Eric se esses poderes
fossem “transferidos” para ele. De todo modo, tudo o que Eric quer é encontrar
a filha, e ele aceita o acordo.
Assim,
ganhamos uma sequência interessantíssima em um leilão organizado por Débora,
cheio de pessoas com muito dinheiro, loucas para invadir o Marangatu e roubar o
ouro que supostamente existe em abundância no lugar – e, para isso, eles
precisam de Luna, que é a “chave” que vai permitir que eles entrem no lugar
sagrado. Eric estava lindíssimo durante toda a sequência do leilão (!), que é
marcada, naturalmente, pela tensão.
Ele está tentando ouvir conversas ou sentir o cheiro de Luna, mas também
precisa passar despercebido, ou então Débora vai dar um jeito de tirá-lo de lá,
e ela sabe exatamente como
localizá-lo quando fica sabendo que “o gringo que tirou a maldição de Bento”
está no evento. Por isso, Eric precisa
correr.
Mas ele não
tem tempo de salvar a Luna.
O grande
destaque do episódio, no entanto, é mesmo
a Mula-Sem-Cabeça, como não poderia ser diferente. Enquanto Eric empreende sua busca
pela filha (e a vê ser picada pela víbora em que Débora se transforma), Inês
ajuda Clarisse a entender e a aceitar que o que ela tem não é uma maldição,
como ela acredita… e é muito interessante acompanhar essa virada de chave na personagem, quando ela assume de vez sua
identidade como uma entidade, com direito a uma sequência de transformação de tirar o fôlego (transição perfeita da
sua versão humana para a sua versão de mula-sem-cabeça), que movimenta o leilão de Débora e rende uma
das melhores cenas de “Cidade Invisível”.
Um episódio muito bom, e estamos agora pertinho
da conclusão da temporada.
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